terça-feira, 10 de agosto de 2010

Justiça ou "justiça"?

Quando a gente pensa que tudo caminhava para um fim cordial, leva uma boa puxada de tapete! 

Em se tratando daquele lugar cujo nome não se menciona, como diria o slogan da Nike: impossible is nothing! Pois bem, minha rescisão deveria ter sido feita ontem, dia 09. Hoje, 11h10, nada está resolvido. E parafraseando Vanessa da Mata: são só palavras.

A promessa repetida convulsivamente pelo telefone é de que tudo se resolve agora à tarde. Aí você, leitor(a), deve estar se perguntando: ué, mas você não é advogada? Por que cargas d'agua não ajuiza logo uma ação e resolve isso como advogada?

Desculpe-me o excesso de franqueza e o fato de decepcioná-lo, mas o fato é que a Justiça brasileira é podre, absurdamente corrompida, e em se tratando de relações trabalhistas, o caos é um câncer em estado terminal, sob cuidados paliativos. Conheço as peças do tabuleiro, sei como agem, e o xeque-mate pode demorar aaaaaaaaaaaaaaaanos, serei massacrada emocional e psicologicamente.

Se tenho direitos a serem reparados? Inúmeros! Se acredito que vale a pena a briga? Não! A Justiça trabalhista não leva em conta o dano, o assédio, nada disso. As decisões e os trâmites se fundamentam em detalhes do procedimento, não do direito pleiteado. Por mais razão que se tenha, basta um detalhe e vai tudo ralo abaixo.

Bom, sei que há exceções, graças a Deus. Mas o desabafo que acabei de fazer corresponde à grande parcela da realidade. O trabalhador não consegue vencer o sistema... acaba desistindo porque precisa sustentar a família, e com as ameaças veladas, sabe que se persistir na busca pela justiça, há infinita possibilidade de jamais empregar-se novamente. 

As cartas de recomendação são obrigatórias, mas o que se fala por telefone ao possível novo empregador fica longe dos ouvidos dos magistrados, fiscais e procuradores do trabalho.

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