quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

As várias facetas da saudade

Eu nem sabia, fui informada pela prima Silvia: hoje, 30 de janeiro, é o dia da saudade. Peço licença para dizer que ontem, 29, marcamos mais um "x" no calendário de saudades da nossa gorduchinha.

Bom, numa vibe de aceitação dos planos de Deus, a intenção do post nem era me fazer verter lágrimas, tampouco quem lê, ok? Na verdade, esse termo "saudade", tããããããão genuinamente brasileiro*, acaba sendo empregado com outra conotação... no meu caso - e foi o que gerou o post - a situação é curiosa, porque eu sinto falta do que não ocorreu ainda...

Minha mente, meu espírito, meu coração, são capazes de criar cenários tão reais, quase palpáveis, que a sensação é de ter vivido, e querer recriar aquilo... e o fato de [ainda] não ser real gera uma profusão de emoções. Na conversa com a terapeuta, durante a última sessão, quando ela questionou qual a minha impressão sobre a situação presente, a resposta foi automática: status - à espera de um milagre.

Óbvio que não é segredo a quantidade de pequenos, porém extraordinários acontecimentos na minha vida, há algum tempo. Nem sempre o que parece[u] ruim se materializou negativamente, pelo contrário. Às vezes, os meios pelos quais as coisas acontecem não têm como ser sutis, rsrs. Assentada a poeira, a vida segue seu curso, com modificações abençoadas!

Devo confessar que parte do entendimento, de admitir certas coisas, está relacionada não só à maturidade, mas em especial às sessões de terapia... a reorganização das prateleiras emocionais é fantástica, muito melhor que "5S", rsrs. Claro que uma ligação mais estreita com a espiritualidade, facilita as coisas, porque triste de quem crê que estamos sozinhos nesse universo...

Claro que sinto falta de coisas, situações, pessoas... o emprego no termo na sua acepção original também flui por aqui. A lição que fica é uma só: viver o dia de hoje, com aceitação, coragem e sabedoria. Mas que eu bem que gostaria de antecipar um episódio ou outro dessa novelinha, ahhhhh como eu queria! ;)

*segundo a tia Wiki: "só é conhecida em galego e português, descreve a mistura dos sentimentos de perda, falta, distância e amor. A palavra vem do latim 'solitas, solitatis' (solidão), na forma arcaica de 'soedade, soidade e suidade' e sob influência de 'saúde' e 'saudar'".

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Somos dois mais um

Imagem daqui
Hoje mais cedo, o colega advogado e eu tratávamos de questões relativas a uma reclamação trabalhista... como é ele o responsável pela área, no escritório, repassei as informações que possuía, relatei as solicitações que fiz aos demais setores envolvidos... enfim, rotinas.

Não foi surpresa para mim quando ele, lendo um livro de Direito do Trabalho, relatou que na época da faculdade, pelos idos do sexto ou sétimo semestre, cursou a disciplina e, ao final, torceu para jamais ter que trabalhar na área, pois não se afinava com o tema. Sim, podem rir, eis que, justamente aquilo que ele menos queria na vida, é talvez uma de suas principais atribuições no escritório. 

Pois bem, dito isto, chego ao assunto do post: a gente nem sempre escolhe aquilo pelo que deseja passar, e mesmo se esquivando, a vida trata de forçar uma barra. No meu caso, projetei uma vida a dois, numa vibe "Carrie e Mr. Big": "me and you, just us two". 

Ao invés disso, os planos são 2+1; e não tenho do que reclamar, pelo contrário. É incrível como a gente passa a pautar a vida em prol de necessidades que perpassam as nossas, individualmente falando, uma verdadeira dança das cadeiras em se tratando de prioridades; ou policiar os próprios comportamentos, vez que os exemplos falam mais que todo e qualquer discurso; até o que se costumava ouvir, em termos de música, muda. 

Como disse a minha mãe, a vida driblou o meu intento, mostrando que, de alguma forma, eu preciso desempenhar esse papel na atual existência... ainda que de outra maneira, com reservas, muitos desafios e uma carga generosa de aborrecimentos. Estou convencida de que, dentro da minha realidade, apesar das minhas limitações pessoais, estou progredindo em prol do bem estar de nós todos, evoluindo, errando, acertando, mas principalmente, aprendendo.

O que há de admirável no amor é que quando um se dedica ao outro, esquecem-se de si mesmos.
(M Corday)

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Picos e vales, roupa suja e responsabilidade

Li num blog desses - sei lá onde, confesso - que a gente escreve para exorcizar, dá vazão à verborragia numa tentativa de processar tudo, vomitar, e se livrar daquilo que incomoda. Numa análise superficial, é bem verdade... quando os picos se tornam vales, a gente se limita a apreciar a vista, ouvir o som do vento, sentir o calorzinho gostoso do sol, matar a sede e rezar para nunca mais sair dali...

Não sei se os vales são prêmios - em razão de haver vencido os picos - ou se são momentos de preparação - que antecedem a escalada. Só posso afirmar que, no meu caso, achei prudente observar mais e reagir menos, ao invés de fazer tudo no automático, ou pior, culpar os outros por isso ou aquilo.

Ontem, por acaso, li um artigo antigo da revista Vida Simples, que caiu como uma luva nesse momento de reflexões e mudanças de atitudes... o nome é "Transferência de culpa", e pode ser lido aqui. Curioso é que acabei lendo a matéria após ter conversado com mamãe sobre sugestões para reorganizar a situação doméstica, com divisão de tarefas e criação de um cronograma a ser cumprido pela assistente, que a partir dessa semana, comparecerá somente às terças e sextas.

Mamãe é a rainha, hors concours, no quesito reclamação e insatisfação, quando o assunto é casa, comida e roupa lavada. Esqueça, você jamais será capaz de agradá-la, ainda que lave a casa toda ou cozinhe os melhores pratos, ela vai achar uma poeira sobre a estante da sala, ou reclamar que o cachorro está cheirando mal. Daí porque trazer qualquer proposta com o tema "serviços domésticos" já provoca nela arrepios.

Pois bem, noutra oportunidade, eu teria perdido a cabeça com os argumentos; mas eu decidi - e comuniquei - que não hei de me aborrecer, não mais. Finda a conversa, preparei meu jantar, lavei a louça que sujei, limpei o fogão e decidi que lavaria minha própria roupa suja. 

Quanto à roupa suja, uma explicação: se a diarista só vai 2x por semana, e tiver de somente passar as roupas já lavadas, vai poder realizar tarefas, digamos, mais pesadas. É estratégia! Mas tem um detalhe: nunca lavei roupa na vida. Ah, sim, lingeries não entram no conceito, ok? Quando me refiro a roupas, reporto-me às blusas e camisas, vestidos e afins, com aquelas etiquetas de instruções de lavagem, etc. e tal. Pois bem, recorri ao Google, absorvi o máximo de conhecimento possível e parti para essa nova empreitada.

Ao estender a última peça de roupa no varal, com as cautelas devidas para que amassassem minimamente, senti orgulho tamanho, que decidi: ia lavar o banheiro. Ok, nada demais, afinal eu trabalhei na governança de um hotel, fui treinada direitinho (apesar de tais atividades passarem ao largo das minhas reais obrigações. Fi-lo porque qui-lo, e não me arrependo). 

Que venham as responsabilidades conscientes, e as mudanças, de atitudes, de pensamentos, de peso, de casa, de estado civil... tudo nessa vida tem a "moral da história". 

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Estratégia, planos e torneiras pingando

Imagem daqui
Verdade seja dita: a gente se permite "sintonizar" tanta coisa inútil, pouco ou nada construtiva, e um belo dia se dá conta de que está esgotado, física, mental, espiritual e sentimentalmente. Óbvio que a gente "desliga" ou não quer ver os alertas pelo caminho... mas estão todos lá, e falta de aviso é que não foi. Não mesmo.

Bem, antes que ocorresse uma pane generalizada, estou reprogramando mente, corpo, alma e coração. Provavelmente, essa situação de ano que começa, tantas promessas, tantas expectativas, tenha criado um ambiente propício. A espiritualidade, mesmo contribuindo negativamente n'alguns momentos, finda por mostrar o lado avesso dessa moeda; de fato, Deus é bom até quando permite que a gente sofra. 

Tenho me deixado conduzir por trilhas espinhosas, e todos esses ferimentos são a prova de que é melhor mudar a rota. Chegou a hora, e é com a consciência de que a missão é heavy que sigo reavaliando, traçando metas de mudanças, trabalhando meu orgulho, minha vaidade, para que 2014 seja, de fato, um ano de realizações.

Chega de "sangrar", e de aceitar o veneno no cálice que insistem em me oferecer; grata, mas já basta. Não disse uma, nem duas, mas milhares de vezes, que a minha opção número um é sempre a espada, daí porque não é casuística a formação jurídica, a ciência das consequências dos atos. Como o diálogo, a priori, não parece uma saída, estou recolhendo meus exércitos até segunda ordem. Sem guerra, e sem acordo de paz... o tempo mostrará o que deve ser feito.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Para Alícia - ano 2

[assunto do post editado, a pedido do maior interessado, rsrs... de "A." para "Alícia"]

Um dia, você vai conhecer uma mulher muito especial, que me ensinou tanto, tanto, sobre como é possível não gerar alguém, e ser mãe mesmo assim. Vai entender, também, que não são os diplomas, os cursos, que fazem de uma mulher, uma verdadeira mãe; tampouco o fato de possuir útero e gerar um feto; é a dedicação a um projeto em constante crescimento e evolução. Foi essa mulher que me tornou madrinha... 

Você já conhece, mas não pode ter ideia - ainda - de como outra mulher, ao se tornar mãe, fez de mim, "tia". Lembro exatamente cada emoção tomando conta de mim, à medida em que o sonho de uma vida se fazia real... até esse sonho/projeto decidir chegar ao mundo numa quinta-feira, cinco dias antes do previsto. Quando você crescer, e tiver amigas, vai entender como é.

Mesmo "conhecendo" por fotos, você jamais conseguirá compreender, verdadeiramente, quem foi a criança que me virou do avesso, para que eu descobrisse que o avesso era o lado certo... e, sabe de uma coisa?Deus coloca as pessoas na vida da gente por um tempo determinado, e leva embora, ainda que isso nos doa muito, muito. Porque Ele sabe o que é melhor, enquanto a gente acha que sabe, mas não.

Se hoje eu sou assim - aliás, estou em construção - é porque vi, vivi e sigo vivendo muita coisa que serviu - e serve - de lição. Não essa que a gente leva da escola para fazer em casa... é mais ou menos como remédio amargo, que a gente precisa tomar para ficar curada. Por isso, não seja teimosa, faça suas lições direitinho e evite colheradas de líquido amargo...

Bom, mas o que eu queria dizer, realmente, é que mesmo não querendo gerar descendentes - um dia você vai saber o que é isso, rsrs - sempre estive disponível para dar o melhor de mim, para que você tenha o melhor do seu pai, e do que nós dois [juntos] pudermos oferecer, em todos os âmbitos da vida. Às vezes, vai ser complicado, meio estranho, até um pouco confuso... mas eu prometo, é para o seu bem, e vai dar tudo certo. Confie na gente!

No mais, eu sei que você sabe quem eu sou, o que represento, e desconfio que, mais do que ninguém, você saiba perfeitamente que os personagens dessa história possuem papéis bem definidos. Podem até não atuar como deveriam, mas um dia isso também vai mudar.

Um beijo estalado, na bochecha, de [hoje sim, de fato e de direito] feliz aniversário.