sexta-feira, 29 de junho de 2012

Feliz aniversário, Letícia!

Hoje, uma pequena figura completa 1 ano de vida. Ainda que seja incapaz de ter consciência de quem é, o do que representa, essa guerreirinha nos ensina, dia após dia, que tudo vale a pena.

Desde que foi diagnosticada, ela tem se mostrado forte, resistente, e com isso nos dá exemplo para que não fraquejemos frente aos desafios que nos são impostos. Através da necessidade que teve - pontual - ajudou inúmeras outras pessoas, através da solidariedade de amigos e até de desconhecidos, que voluntariamente se dirigiram ao hemocentro e fizeram doações de sangue de todos os tipos.

Por causa da leucemia dessa fofa, todos nós fomos obrigados a parar e reavaliar as nossas vidas, e o que estávamos fazendo, de certo e de errado. É como se aquela criaturinha fosse missionária, responsável por dissolver e resolver muita coisa, criada antes mesmo de ela ter sido concebida.

Aquele par de olhos curiosos, que observa nossas reações, parece vigiar para que cada um siga no caminho correto, a fim de que o propósito dela não seja, jamais, em vão. E não há de ser! 

Ainda que nesta data, não possamos reunir família e amigos para celebrar o seu nascimento, saiba que em nossos corações, hoje é um dia mais que especial e está sendo comemorado, porque você existe, simplesmente.

Feliz aniversário, Letícia!

 Let's celebrate the good times! 
 
*imagem daqui

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Não caibo

Foram incontáveis horas, dias, semanas... anos. Passei boa parte da vida tentando caber em conceitos, em espaços, em locais mínimos na vida dos outros. À época, estava convicta de que o problema era comigo, que eu precisava ser menor e me adequar.

A terapia tem mostrado que o meu "tamanho" não vai mudar; o que altera é o olhar sobre onde consigo entrar e permanecer confortável. Por consequência óbvia, enxergar - antes de tentar entrar - que não há possibilidade alguma, em relação a espaços pequeninos ou muito escondidos.

Há dias, percebo com mais nitidez, livre de emoções, o quanto deformei a mim mesma nesse processo de "aqui vai dar certo". Desempenar, preencher, realinhar, para deixar minha alma o mais próximo da forma "real" tem sido um esforço ativo, cotidiano... haverá um dia em que pequenas doses de "martelinho de ouro" bastarão. Assim espero.

Por enquanto, sigo "rodando" com avarias... mas pelo menos, não houve perda total.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

A relatividade das coisas

2012 realmente tem sido um ano diferenciado... desde as primeiras horas do primeiro dia, literalmente. Não obstante a precariedade da saúde do vovô, em janeiro, que o levou a ficar internado - entre isolamento na UTI, UTI, apartamento - por 2 meses, situação que permanece nos dias atuais; a leucemia da [até então] caçula da família, Letícia, que nos tirou o chão e pôs fim a entreveros supostamente insolúveis.

Obviamente, houve ainda o deslinde do fim de um relacionamento de [quase] quatro anos, o luto e o renascimento, que a terapia desnudou e agora está, enfim, cicatrizado e bem resolvido.

Esse preâmbulo tem o intuito tão somente de reafirmar o quanto as coisas nas nossas vidas são relativas... tudo depende da forma como a gente encara. Pois bem, dito isso, vamos à história que deu origem ao post:
 
Ontem saí da academia com dor, cansada e faminta. Em ordem de prioridades, resolvi tomar uma sopa para, então, comprar o remédio na farmácia que fica ao lado da padaria. Detalhe, comprei uma pamonha e um potinho com canjica, porque simplesmente amo derivados de milho. Ok, entro na farmácia, peço o remédio e...
 
...esqueço a sacolinha com a pamonha e a canjica. kkkkkkkkkkkkkkkkkkk Cumpre ressaltar que só agora me dei conta disso, e ao invés de ficar com raiva de mim mesma, eu ri. Percebi que sou desligada, sim, mas que isso não é caso de morte. Só para contextualizar esse defeito, mandei trocar virolas de 2 sapatos que pretendia levar na viagem de aniversário. Adivinhem só se não esqueci a sacola em cima de outro carro, no estacionamento? kkkkkkkkkkkkkkkkkkk (só para esclarecer: quando percebi, liguei e a Socorro, que trabalha comigo, correu até o estacionamento e guardou a sacola no carro dela)
 
Naquela ocasião, eu também ri. E em São Paulo, percebi que jamais conseguiria usar ambos os sapatos, por causa do frio... só usei botas. 
 
É isso... eu aceito esse defeito, não vou estragar meus dias. A vida continua, e há outras coisas que demandam muito mais atenção e ocupação do que uma sacolinha com pamonha e canjica, rsrsrs.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Não é mudar o mundo, é fazer a sua parte

Ontem, enquanto aguardava mamãe, presenciei uma cena inusitada. 

A princípio, nada fora do comum em grandes cidades... ser abordado por alguém pedindo dinheiro para isso ou aquilo. Mas aquela figura esquálida, maltrapilha, que tentou convencer o motorista que estava atrás do meu carro, foi surpreendido. Eu também fui.

Para minha surpresa, o cidadão desceu do carro e ficou ao frente a frente com o provável viciado em crack; sim, eles possuem um semblante bem característico, difícil passar despercebido. Pelo retrovisor, acompanhei os gestos e reações de ambos, quando o rapaz tirou algo do bolso e entregou ao homem, que analisou, mostrou e retrucou algo.

Por mais incrível que possa parecer, pareceu-me que o pedinte ouviu atentamente, não sem uma dose de constrangimento; creio eu que pela percepção de outrem acerca de um problema tão pessoal. Porém, ficou lá, sem ter obtido êxito no convencimento do cidadão. Aliás, convencimento nada, a palavra é consentimento. Ao dar esmolas, muitas das vezes para nos ver livres do "problema", alimentamos conscientemente essa mazela social.

De real em real, entregues a cada sinal fechado, sustentamos esse vício desgraçado que assola o país; permitimos que pessoas se tornem zumbis, escravos de drogas devastadoras. 

Ao homem que não teve receio de descer do carro e conversar com o adicto ontem, minhas reverências!

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Ainda sem o email de Deus, mas...

Mais uma vez, com licença Senhor,

Tenho acompanhado pelo noticiário que Seu trabalho anda complicado... conflitos sem fim, crise na Europa, essa violência absurda. Pois bem, não pretendo tomar muito do Seu tempo. Sabe o que é, queria agradecer pelos últimos acontecimentos.

Ok, eu sei que costumo pedir muito mais do que me recordo de agradecer, falha minha, assumo. É que, não sei explicar como nem porquê, achei que devia sorrir e dar uma piscadinha serelepe para o Senhor, daquelas que a gente dá para alguém que conhece um segredinho nosso, rsrs.

Se as coisas vão ou não se deslindar nos moldes dos meus desejos e pensamentos, não sei. Mas que essa fase nova, de descobertas, de novidades, de possibilidades, é maravilhosamente doce, isso é!
 
Obrigada, tá? 
 
Tatiana Lambert

quinta-feira, 21 de junho de 2012

"Ser feliz é uma estrada sem fim"

Não faz muito tempo que ouvi uma afirmação, acerca das respostas que eu aguardava ansiosamente, sobre diversas coisas da minha vida. Obviamente, fiquei baratinada e tendenciosa quanto a quais questionamentos seriam esclarecidos; pensei logo em relações afetivas. O fato é que certos nós foram desfeitos sem emprego de grande esforço, o que provavelmente se deu pelo decurso de tempo, que endureceu tudo e facilitou a ruptura.

Você que me lê deve estar se perguntando por que estou falando desse assunto, e sem mencionar fatos concretos. Devo advertir que optei por preservar detalhes de foro íntimo, elocubrando tão somente para fazer entender o que direi a seguir.

Pois bem, ontem a sessão da terapia foi lúdica, através de uma coisa chamada "constelação". Incrível e inexplicadamente, o que parecia insolúvel, cristalizado, desapareceu. Percebi o quanto quis acreditar n'algo que não existia há tempos. Apeguei-me como quem se recusa a aceitar a morte de um ente querido.

Mais tarde, de fato "enterrei" meus defuntos, honrando-lhes a memória, e me permiti o luto necessário. Luto este totalmente diferente do que vivi logo que iniciei com esta terapeuta; porque finalmente entendi que o sonho que acalento é meu, é intransferível. O que morreu foi a imagem mental, as esperanças, e tudo o mais que continha um determinado personagem, a quem eu imputei um encargo para o qual jamais foi preparado, e nunca quis ocupar.

Sigo, agora sim, liberta dos zumbis que perseguiam meus passos; vou rumo ao desconhecido, ao novo, a um mundo repleto de possibilidades. Inclusive de tornar reais, de forma tão mais simples (quem sabe), os sonhos que carrego aqui.

*Nota: "Ser feliz é uma estrada sem fim" é um trecho de uma música da Isabela Taviani.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Deus tem email?

Com licença, Senhor. 

Eu sei que gerir o Universo não é tarefa fácil, especialmente porque Seus filhos aqui na Terra andam meio esquecidos dos Seus princípios mais elementares... mas eu gostaria de dois minutinhos da Sua atenção para um pedido especial.

Antes que o Senhor faça uma cara de "ah não, lá vem ela de novo com essa história", eu queria fazer uma exposição de motivos. Pode ser? Lá vai:
  1. Passei maus bocados nos últimos 3 ou 4 relacionamentos... não pretendo descer aos detalhes porque já é de Seu conhecimento (óbvio!);
  2. Aprendi e cresci muito com todas as experiências que vivi;
  3. Sofri, mas não blasfemei... ou pedir para que o Senhor ouvisse as lamúrias é blasfemar??? (agora fiquei confusa, perdoe-me);
  4. Já entrei para o time das balzaquianas, e com isso um tantinho mais de juízo para fazer a escolha certa;
  5. Não caibo mais na casa da mamãe... virei meio que Alice, com braços e pernas saindo pelas portas e janelas, a cabeça arruinou o teto.
Bom, ponderadas as justificativas, queria reiterar meu pedido de sempre por um cara bacana, preferencialmente sem bagagem (leia-se sem "ex-mulher", prioritariamente), que goste de mim não só pela embalagem, mas principalmente pelo conteúdo, que não enxergue o casamento como o prenúncio da Terceira Guerra Mundial, que goste de dormir até tarde no domingo e não fique arrumando desculpas para não ir ao cinema comigo no final da tarde.

Ah, que goste de cachorros e me presenteie com surpresas não necessariamente de alto valor monetário, mas de expressivo valor afetivo; que valorize os meus momentos de cozinheira (e depois lave os pratos feliz da vida); e não faça pouco caso das minhas vaidades com unhas, cabelos e maquiagem; que não ache absurdo o fato de eu cabular aula na academia porque estou com cólicas...

...que ajude a Becky Bloom a manter-se comedida, rsrsrs, sem que um deslize ou outro seja penalizado com críticas severas (pode chamar a atenção, mas com jeitinho). No mais, se o Senhor puder mandar candidatos que não sejam ciumentos ao extremo, nem beberrões, tampouco que prefiram a companhia de amigos à minha, ficarei imensamente grata. Sim, claro, como eu pude esquecer??? Candidatos que trabalhem e não dependam de pai ou mãe, até porque eu quero casar e tipos assim não podem assumir compromisso.

Desculpe-me a insistência e a longa lista de condições, mas achei por bem informá-Lo de tudo, para que dessa vez não haja falhas de comunicação. Fico no aguardo de retorno (breve) desta humilde solicitação.

De antemão, agradeço a atenção. 

Tatiana Lambert

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Diário de viagem SP: No dia 07, 31

Dia 07 de junho eu acordei com 31 anos, noutra capital, embaixo de camadas e camadas de cobertas, com pés calçados em meias providenciais. O que me retirou dos braços de Morfeu foi o Facebook; melhor dizendo, os avisos sonoros no celular, de recados novos. A preguiça ainda permitiu uma hora e um tantinho mais de aconchego quentinho.

O dia do nascimento é, via de regra, algo especial, diferenciado e quase mágico. Mas se a sua madrinha estiver na jogada, pode aguardar um dia de felicidades elevado ao quadrado! A começar pelo presente dela: uma mega caixa para guardar esmaltes. Sensacionalmente a minha cara!!!

Tal como era criança, pude escolher onde almoçar. Não pensei duas vezes: Outback, ainda que tenha nos custado uma espera homérica (em companhia da cebola tradicional da casa, hummmm!), e o almoço tenha ocorrido lá pelas 16h. Ao final da refeição, o tradicional "parabéns" dos garçons, com colheres e muitos sorrisos, além de um petit gateau de brinde, rsrs.

Um passeio no shopping (coisa que eu quase não gosto, rsrs), e retorno para tomar banho e partir para o grand finale da noite: fondue. Claro, eu já havia degustado a iguaria, mas n-a-q-u-e-l-e frio, tudo fica incomparável! 

A satisfação de receber primos, tios e agregados... nossa, que máximo! E foram horas de risos, confusões sobre as cores dos garfinhos, um vinhozinho e muita, muita conversa boa. Até o fechamento da casa, rsrsrs, fizemos barulho e demos trabalho, rsrsrs. A conta ultrapassou os 4 dígitos, para meu espanto... enfim. Foi tudo tão interessante, diferente, maravilhoso... inesquecível.

Nem doeu dizer "31 anos" depois disso tudo...

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Diário de viagem SP: Oi, frio!

Os dias que antecederam a viagem foram de acompanhamento da previsão do tempo, com direito a ligação da mamãe na véspera da viagem, informando das chuvas torrenciais e do frio. Ok, até aí eu estava (ou pensava estar) preparada: casaco de nylon da Flávia, trench coat da Fernanda, 2 botas e um arsenal de echarpes.

Mas a anta aqui saiu correndo e esqueceu o trench penduradinho, enquanto o casaco repousava nas profundezas da mala despachada no check in... por sorte, estava de botas e com uma parka de tecido mais grosso, o que salvou a pátria quando cheguei e me deparei com o frio. Do aeroporto, fomos a uma lanchonete, onde me limitei a tomar iogurte batido com morangos. Tá, tá bom, eu confesso: tinha comido trio Bob's (com suco) antes do embarque.

Quando chegamos ao apto. da tia, ela riu quando viu minha roupinha de dormir... e providenciou pijama de flanela, a salvação da lavoura. Mas o bacana era a quantidade de camadas na cama: lençol de cobrir, manta dobrada ao meio, edredon bem grosso. Tipo, nenhum movimento era permitido embaixo das cobertas, pela impossibilidade de realização, simplesmente. rsrsrsrsrsrs

Os dias subsequentes foram de frio intenso, do tipo que nem com meias e botas era possível manter aquecidos os pés; e escolher figurino era igualmente complicado, ainda que todos os maravilhosos modelos de casacos da dinda servissem e contribuissem para o aquecimento do conjunto...

Em Bom Jesus dos Perdões, a coisa ficou tão esquisita que falávamos e saía aquela fumacinha, rsrsrs. Tive a sensação de que até os pensamentos estavam congelados... mas nada que tivesse tornado ruim a viagem. Pelo contrário... ter tido contato com uma parte da família com a qual jamais convivi foi excepcional!

Mas o frio, rsrsrs.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Diário de viagem SP: A saga do embarque

Bom, conforme prometido, darei início à sequência de posts com as experiências vividas em terras natalícias, rsrrs. Para quem não sabe, sou paulista de nascimento, cearense de coração.

Episódio 1: A saga do embarque

Quarta-feira, dia 06, véspera de feriado, dá para ter noção do caos que toma conta do já indescritível trânsito em Fortaleza. Pois bem, contando com a compreensão do escritório, saí após o almoço... fui ao banco, em vão, mas isso é outro assunto para post... já em casa, consegui horário na manicure, e no mísero intervalo, revisei a mala, fiz ajustes, providenciei um banho-de-lua bem básico, de efeito meramente psicológico. 

Consegui fazer as unhas da mão (pelo menos), e de quebra troquei figurinha com a mãe da Isabella Flavinha, que conseguiu uma folga entre as mamadas para dar um jeito no cabelo e na sobrancelha. Atrasada, mas de unhas lindas, descuidei da hora. Resultado? Quando liguei, não havia táxi disponível. 

Oi? Pânico? Imagina! kkkkkkkkkk, não chorei porque borraria a maquiagem. E haja ligar para um e outro, até conseguir finalmente um santo que me conduzisse ao aeroporto, em míseros 10 minutos. Abstraindo o horário de rush, o fato de que o congestionamento era interminável, eu só conseguia rezar. Nada menos que 2 batidas (que eu constatei) e 2 atropelamentos (reza a lenda) na mesma avenida, e só cheguei por causa da habilidade do motorista em trafegar pelo acostamento e depois seguir a ambulância. (o que, diga-se de passagem, é infração gravíssima pelo Código de Trânsito).

Cheguei, despachei a mala (check in feito previamente tem suas vantagens!), corri com um salto 15cm pelo saguão, e na fila do scanner, o irmão (que ia no mesmo vôo) liga pedindo para imprimir o cartão de embarque... lá fui eu de novo, refazer o percurso... para ouvir da atendente que ela só entregaria o bilhete em mãos, mediante apresentação do documento de identificação; e pior, ouvir "corra, senhora, não perca o embarque". Ah, constatei uma coisa, após tantas corridas de salto: tenho um condicionamento invejável, rsrsrs.

Depois dessa saga, e de ter que tirar as botas para passar pelo scanner, e de o irmão ter conseguido chegar, enquanto esperávamos o embarque, a TAM anunciou que o vôo teria um atraso de 20min, pois a tripulação estava presa no trânsito.

Hahahahahaha, fala sério, só podia acontecer comigo...

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Notícias de retorno, oração futura

Essa viagem foi um divisor de águas, o fechamento de um ciclo. Retornei fortalecida, tranquila, com a sensação de que posso enfrentar temores que habitam os recônditos d'alma.

Devo, ainda que tardiamente, retratar impressões, sensações, compartilhar as emoções que me assolaram em terras natais... quem aguardar, lerá.

Logicamente, a Becky Bloom terá muito o que contar por aqui, porém com a ressalva de que os gastos, em sua maioria, foram necessários; ou alimentação não se enquadra nessa categoria??? (obviamente, os R$ 100,00 per capita do jantar de aniversário, no comments, rsrsrsrs)

Enquanto o diário não vem, fico por aqui orando para não precisar viajar amanhã para Manaus. Sim, porque viajar no dia dos namorados, e só retornar após o dia de Santo Antônio, ow my God, parece castigo maior que estar solteira.

#oremos

terça-feira, 5 de junho de 2012

Décadas pós Colégio Irmã Maria Montenegro

É claro que temos consciência de que o tempo passa. O espelho está aí para mostrar sinais que tentamos, a duras penas, combater... mas as contas, as responsabilidades, a vida em si reafirma que crescemos...

Mas acordar um dia e perceber que o pessoal dos tempos de escola (Colégio Irmã Maria Montenegro) criou um grupo no Facebook, rever cada figura, relembrar histórias memoráveis (como a do assalto ao banco central, digo, roubo das provas de recuperação no 2º ano), caramba, não tem preço. O mais extraordinário é verificar, pelas fotos, que aquele povo desengonçado, de aparelho ortodôntico, magricelo ou gordinho, hoje está com outra aparência... muitos dos membros do grupo já são pais ou mães, têm profissão, rotina...

O que todos temos em comum são as lembranças daquele tempo em que os refrigerantes (o que chamamos hoje de "ks") entravam na mira de todos, já que devolvê-los era conseguir de brinde um pão na chapa, ou um picolé daqueles de procedência duvidosa, cheio de corantes cor-de-rosa... As crianças de hoje, em sua maioria, são cheias de alergias, de frescuras que nós não tomamos conhecimento quando tínhamos a mesma idade.

E há os professores memoráveis, aqueles que, para nós, eram inatingíveis... muitos deles continuam seu mister, e creio eu, devam ter orgulho de cada criatura que vêem hoje formada, trabalhando, entregando seus filhos à sabedoria deles, reiniciando um ciclo.

Ahhhhh, será que a proximidade do natalício me trouxe essa bruma saudosista??? Ou será que isso se chama maturidade, experiência, sabedoria? Sim, porque só quem de fato valoriza o que teve o privilégio de viver, é quem amadureceu... quando se é criança, adolescente, é como se houvesse a eternidade pela frente, dá-se pouco ou nenhum valor às experiências... só lá na frente, quando ao invés de ser levado, estiver levando um filho à escola, é que tudo vai dar saudade e fazer todo sentido.

Ops, será que estou ficando velha??? (porque hoje o hino da escola está ecoando aqui na memória, e ao invés do abuso que sentia na época, meus olhos encheram d'agua e me veio um nó na garganta)

segunda-feira, 4 de junho de 2012

13 anos sem vovô Antonio e sem 18 anos

Ontem fez 13 anos que o vovô Antonio desencarnou. Creio que também por isso o lapso entre a última quinzena de maio e a primeira de junho sejam assim estranhos para mim; afinal, ele foi o primeiro parente próximo que perdi.

A despeito do nosso pouco contato, em virtude da distância geográfica que nos separou por toda a minha existência, ainda consigo me concentrar e ouvi-lo falar, como fazia ao telefone. Registro algumas memórias das férias em que ele nos visitou, da mania de achar absurdo que a gente deixasse comida no prato (desculpa para comer além do que deveria, rsrs), do dia em que estávamos em São Paulo, nas férias de 1989, quando ele me perguntou quantos anos eu tinha, e disse que quando eu completasse 18 anos, "o vô Antonio vai te dar um carro".

Entre as coisas que não se explica, está a de que, no dia em que ele faleceu, eu tinha combinado de ir visitar o irmão de um conhecido, com a Jennifer, lá no bairro de Fátima. Naquela época, celular era coisa de pai, então a gente andava era com cartão telefônico mesmo. Mas não sei porque raios, deixei o telefone fixo da casa do nosso conhecido. 

Cerca de 1h após nossa chegada, a mãe dos meninos jogava baralho com uma vizinha, quando ouvimos o teleefone tocar. Um calafrio percorreu a minha espinha, e me lembro claramente de ter olhado para a Jennifer e ter dito "vovô morreu"; ela, claro, disse que aquilo era absurdo. Até que a mãe dos meninos chamou meu nome, dizendo que papai queria falar comigo.

Atendi e ele perguntou onde eu estava, pois meu outro avô (paterno, que hoje está internado na Gênesis) iria me buscar, e que eu precisava ir para casa porque meu avô materno havia falecido. O interregno entre a ligação e a chegada do vovô João estão em branco na minha mente... mas me recordo com precisão do que ele me disse, quando entrei no carro: - Hoje foi o seu Antônio, amanhã posso ser eu.

Quem conhece o vovô sabe que ele era dado a essas frases super-sinceras, doesse ou não. Por que, vamos combinar, dizer à neta que acaba de perder um avô que ela pode perder outro muito em breve, convenhamos, não é muito amável, tampouco consolador. Atualmente, em função principalmente da debilidade da doença, ele é um manteiga derretida, chora por qualquer coisa.

A lembrança que tenho do dia 07 de junho de 1999, quando completei 18 anos após 4 dias de falecimento do vovô, é péssima, pesada, caótica. Vovó ainda organizou uma celebração modesta, na qual ficou latente a ausência da mamãe, que havia ido ao funeral e estava dando seguimento aos protocolos póstumos.

Pois é... mas a vida seguiu seu curso, e eis-me aqui, 13 anos depois, escrevendo sobre o assunto pela primeira vez. E no aguardo de que esse 07 de junho de 2012 seja repleto de boas notícias, energia renovada e muito, muito amor.