quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Diário da dieta e as [possíveis] razões do sucesso

Bom, as pessoas próximas sabem o quanto sofri com relação ao drama relacionado ao peso, à preguiça de me exercitar, e as cobranças em torno disso.

Não posso dizer que estou plenamente desintoxicada, porque estaria mentindo. A terapia dissolveu muita coisa, mas um ranço permanece. É tão certo isso, que ontem conversando com o João, ele me fez enxergar o outro lado da moeda. Serviu de alerta, e reafirmou o que no fundo eu sempre soube, e as pessoas disseram e repetiram, mas eu não conseguia dar ouvidos.

Bom, um dia eu acordei e decidi que ia enfrentar. Mas não de qualquer jeito. Escolhi um método que, ao passo que era eficaz num curto espaço de tempo, era igualmente radical. Foi aí que descobri: sou capaz. E percebam que eu era movida a carboidratos, inclusive os de altíssimo índice glicêmico. A resistência à insulina estava aí para não me deixar mentir.

Claro que o combo carbo+hipotireoidismo dificultava - e muito! - qualquer perda de peso. A gordura estava ali, localizada. Mas a dieta consumiu grande parte dela... notadamente barriga e culote mais sequinhos, e roupas folgadas nessas regiões. Mais do que emagrecer, a dieta serviu de estímulo a não desistir. Reacendeu a chama da força interior, aquela que eu permitia ser soprada e quase se extinguir, sabem?

Hoje, vinte e sete dias depois, contabilizo 3,8kg a menos. Consigo dizer "não" a uma série de tentações, sem me culpar por isso. Não me sinto privada das delícias do mundo, mas sim alguém que escolhe racionalmente em virtude de um projeto a longo prazo. É um novo enfoque para um antigo problema.

Estou a 3,5kg de uma marca histórica em termos de peso. Sendo bem honesta, sequer consigo me recordar quando vi a balança sorrir com um peso "x" pela última vez. Confesso que a minha esperança é de ver os números cada dia menores, e as roupas cada dia mais folgadas. Logo eu, que não me importo em fazer compras, kkkk.

Ainda estou me acostumando ao fato de ouvir o namorado dizer que já chega, que está bom assim, que eu não era gorda. A terapeuta tem batido nessa tecla, da auto-imagem. Creio que perdi precioso tempo tentando me encaixar num padrão que não me servia, e agora consigo realizar feitos, ainda que com a auto-imagem retorcida diante dos meus olhos. O que eu enxergo no espelho é alguém entre quem era e quem será. A lagarta que eu fui, o casulo que sou, a borboleta que vai se mostrar.

Aos poucos, vou abrindo o zíper dessa "roupagem", que não sou eu, não me pertence. A Tatiana de verdade ainda está escondida, mas em breve será revelada. Até lá, a terapia vai fornecendo ferramentas para bem receber e manter essa mulher linda que as pessoas enxergam, e eu ainda não.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

A raiva e o processo de nefrolitíase

A terapeuta ontem me lançou um desafio, que ela gentilmente chamou de "dever de casa". Inclusive me emprestou um livro sobre a relação entre sentimentos e doenças, depois que mencionei a crise por causa dos cálculos renais. Não nos aprofundamos durante a sessão na leitura, porém adianto que o pouco que lemos dizia respeito à cristalização da raiva como causa dos cálculos.

A lição que recebi é listar e relacionar episódios de raiva e crises em função da nefrolitíase. Claro que a mais recente preenche em absoluto as condições, posto que se seguiu após um evento para o qual não esbocei reação. Quando digo isso, refiro-me à ausência de atitude, inclusive a que eu costumeiramente teria tomado.

Aos vistos, o fato de manter um blog paralelo no qual exorcizo meus fantasmas não tem sido suficiente; curiosamente, o ímpeto de retornar ao muay-thai toma forças, contidas tão-somente pelo fato de que meu tornozelo não está reabilitado. Ainda.

Não parei até o momento para anotar, mas já consegui associar duas outras crises com acontecimentos. A atual, ainda em andamento, vai demandar grande esforço da minha parte, visto que terei de encontrar uma forma de dissolver sem poder espancar um saco de areia, ou espancar alguém. Difícil tarefa para quem é muito mais passional do que passiva. Melhor dizendo, que de passiva não tem nada.

É o preço do crescimento. Sem dor, sem ganho.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Revisando a dieta e as lições que aprendi

Vinte e quatro dias de dieta. Menos três quilos. Um aprendizado sem tamanho.

Ok, pode não ter sido a melhor escolha, mas foi a única que foi eficaz até então. Obviamente, quem me conhece sabe que a genética não favorece, sob nenhum aspecto; isso sem contar com o histórico familiar repleto de doenças cardiovasculares, diabetes, hipertensão e afins. Em ambos os lados da família, o padrão é o sobrepeso; ser magro é exceção.

Adiante.

Cresci ouvindo as pessoas dizerem que lá em casa até os cachorros eram gordos, kkk. E há muito, muito tempo, eu sou considerada a obcecada por perder peso. Claro, vestir "p" é um fator motivacional incrível, mas de mãos dadas vem a saúde, que por sinal estava dando sinais de colapso.

Ah, cumpre esclarecer que ainda não estou vestindo P, mas é uma questão de tempo...

Pois bem, os 3 primeiros dias da dieta foram terríveis, confesso. Do quarto em diante, o corpo passou a compreender a limitação e buscar fontes alternativas de combustível: gordura. É notória a diminuição da gordura localizada, ou melhor, o menor volume de locais críticos como barriga e culotes. As roupas atestam isso, inclusive. O espelho reflete, a balança atesta, enfim.

Mais do que mostrar que sou capaz de me comprometer com algo seriamente, essa dieta despertou o que eu julgava adormecido-quase-morto em mim: o poder discricionário, a força de vontade, o dizer "não, obrigada". Quantas vezes eu recusei doces, chocolates, pães, biscoitos, farofa e coisas para as quais eu me rendia, e que muito mais que "alimentar" uma compulsão, alimentavam a ideia de que eu era fraca diante disso, que jamais seria capaz de recusar.

Sim, alguns podem achar que 24 dias é muita coisa, e 3kg é pouco peso. Para mim, não. Até porque no 7º dia de dieta, fui a um casamento e não deixei de comer salgados, docinhos, e os dias 8 e 9 seguiram a mesma linha um tanto quanto relax na severidade da dieta. Ademais, passei 18 desses 24 dias com o pé imobilizado, então nem o mínimo de esforço físico diário era possível de ser realizado. Claro que se eu tivesse caminhado, realizado qualquer atividade física, o resultado teria sido melhor. Porém não vou diminuir o tamanho da minha conquista, e nem permitirei que o façam.

A segunda fase da dieta leva de 3 a 4 semanas, e já estou entrando na segunda semana. Não morro de fome, não ando caindo por aí, tampouco notei diferença em termos de compleição muscular, nada. Cumprindo determinações médicas, retirei a proteína em pó da dieta, em função dos cálculos renais, mas em contrapartida, a ingestão regular de água, suco de limão, chás e água-de-côco têm contrabalanceado a situação.

Hoje, quando digo "não, obrigada" a um chocolate, a um cafezinho com açúcar, quando encho o prato de saladas cruas e alguns legumes no almoço, faço não mais com pesar, mas com a certeza de que assim atingirei meu objetivo de aliar o "vestir P" a uma saúde regular.


quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Cento e dois dias, inúmeras situações, um verdadeiro amor

 Cento e dois dias se passaram desde aquele beijo roubado em frente ao elevador, no shopping. Ok, ninguém disse que seria simples, mas nós arriscamos, e estamos pagando para ver. A cada dificuldade, laços mais estreitos, mais fortes, mais confiança e reciprocidade.

A despeito de desafios quase que diários, a certeza de que não vamos abrir mão de construir nosso castelo, usando justamente as pedras que insistem em nos atirar; das lágrimas que derramamos, faremos o rio que banhará esse castelo. 

O ser humano perde tempo precioso com inveja, mau olhado, orgulho e vaidade, quando poderia limpar-se e abrir o caração para merecer um amor verdadeiro. A cada um é dado conforme sua obra, já não dizem as escrituras? Pois bem, nós dois experimentamos dissabores, vivências, e acumulamos aprendizado que hoje nos permite compreender exatamente o significado do relacionamento.

Enquanto eu sigo tentando entender as razões que levam alguém a agir de determinada forma, ele está ao lado me dizendo para relevar, pois há coisas que fogem à compreensão; ao passo que sou ansiosa, impaciente, ele é pacífico, prudente, age com cautela e no momento necessário. Eu atiro primeiro. Ele conversa primeiro. Somos seres inteiros, que se complementam mutuamente.

Durante muito tempo, noutros relacionamentos, eu me peguei perguntando a Deus as razões dos entraves. Mas a resposta só veio quando eu percebi que é preciso despir roupagens e seguir adiante. Será que não se desperdiça tempo precioso demais em relações fracassadas? Eu perdi, e admito. Sigo a vida entre o arrependimento e a certeza de que nada foi em vão. E com fé de que esse encontro estava programado...

terça-feira, 23 de outubro de 2012

A vida, as ondas, o caminho

A vida realmente vem em ondas como o mar... num indo e vindo infinito... como diria Lulu Santos.

Pois bem, quem diria que eu, aos 31 anos, olharia para trás e veria que percorri um caminho sinuoso, muitas vezes repleto de armadilhas nas quais caí feito pato, mas ainda sim agradeceria e reuniria forças para seguir adiante? É, há algum tempo eu também não acreditaria.

Mas certas coisas acontecem para que possamos compreender que, a despeito de sofridas, dolorosas ou mesmo radicais, as decisões têm um poder transformador. Prefiro crer que sempre para o bem, apesar de ponderar que "toda unanimidade é burra", como diria Rodrigues [o Nelson].

Revejo pessoas que fizeram parte de algum momento da minha vida, e por razões diversas, passaram. Curioso porque em 99% das vezes, eu não sinto arrependimento, nada. É um ser desconhecido, mais um na multidão. Claro que nos 1%, eu provavelmente posso voar no pescoço quando encontrar, e talvez seja justamente por isso que nunca encontro. Prudência Divina, digamos assim...

Interessante porque, assim como nem sempre as ondas trazem somente conchas, a vida nem sempre traz boas coisas. Ultimamente, para cada concha, uma coleção de águas-vivas! Lidar com elas não é tarefa fácil, e usualmente acabo com lesões. Nada grave, mas são incômodas e deixam marcas.

Provavelmente, a exemplo do que ocorre atualmente, num futuro [próximo? distante?] vou olhar para trás e perceber que nem foi tão ruim. As cicatrizes ficam, mas servem de memória do que vivi, dos erros que cometi: a lição permanece, para sempre.

P.S.: será que se eu reunir tudo aquilo que não gosto, o mar aceita de volta?

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Plantão, sobreaviso, rsrs

Estou de licença em casa, por causa da lesão no tornozelo. O mais estranho é que mesmo imobilizada, medicada e de repouso, as dores não cessam. 

O telefone também não para. Nunca vi igual... mas é isso mesmo, a gente cresce e a responsabilidade acompanha aonde quer que se vá.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Presunção, comprovação, terapia e oração.

Estava eu a ler acerca dos acontecimentos sobre o mensalão, quando me deparei com uma frase sensacional... obviamente, recorri ao Google, que me retornou resultados interessantes.

A terapia tem feito muito bem a mim, e por consequência, aos que me rodeiam. Obviamente, não se pode modificar tudo ao mesmo tempo, tampouco em míseros 7 ou 8 meses de consultas que, há pouco, tornaram-se quinzenais, justamente em função do meu progresso.

Hoje, ainda que com exceções, pondero bastante antes de falar ou agir. Como válvula de escape, claro, uso o blog... dependendo do contexto, o "Ideias" ou o "secreto", como gosto de qualificar. Muito em breve, quando a lesão do tornozelo estiver reparada, devo voltar a treinar muay thai

Muito simples, a arte marcial, ou melhor as artes marciais proporcionam um trabalho que vai além da questão física, perpassa pelo autocontrole, o domínio das emoções, enfim. Via de regra, quem se dedica a fundo na arte em si não costuma sair por aí esbofeteando a cara alheia, mas sim provando que é possível solucionar conflitos sem emprego de violência física. Claro, em situações-limite, a utilização de técnicas, principalmente de autodefesa, pode significar o único meio de manutenção da vida.

Pois bem, voltando à frase a qual me referi no início: "(...) 'o ordinário se presume, o extraordinário se prova' (MALATESTA, A Lógica das Provas em Matéria Criminal, 6ª edição, Bookseller, p. 137). O fato ordinário é aquele que se apresenta ao senso comum, do cotidiano, do dia-a-dia, da normalidade. O fato extraordinário, ao contrário, se apresenta mais afastado dos elementos da normalidade. São fatos que não acontecem comumente." A propósito, o trecho citado é daqui.

Curioso porque a interpretação que sobressaltou aos olhos quando li sobre a presunção do ordinário foi que há coisas que estão aí, às claras, para quem quiser enxergar. Não é preciso terapia, nada. Mas como sempre pode piorar (acredite!), há situações em que, não obstante a ordinariedade do caso, a anormalidade é comprovada, atestada, quase que levada à registro público em títulos e documentos.

Quem consegue "enxergar fora da caixa", usando o jargão empresarial, não precisa de muito para avaliar o quadro e constatar a verdade dos fatos. Quando digo "verdade", vejam bem, refiro-me à verdade do "homem médio"... como o trecho supracitado diz "o que se apresenta ao senso comum, do cotidiano". É constangedor ser expectador de ocasiões nas quais a presunção se comprova pela ausência absoluta de bom-senso.

#oremos

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Dumbledore e sua opinião sobre as palavras

Não posso dizer que assisti "Relíquias da Morte, parte 2", o último filme da saga Harry Potter. Meio que ouvi, uma coisa ou outra, e uma frase dita pelo Prof. Alvo Dumbledore resumiu com graça e perfeição o que penso sobre as palavras e o seu poder:

"Palavras são, na minha nada humilde opinião, nossa inesgotável fonte de magia. Capazes de formar grandes sofrimentos e também de remedia-los." (Alvo Dumbledore)

De fato, a magia de traduzir sentimentos através das palavras - faladas ou escritas - é uma arte. Há pessoas que pintam, bordam, fazem esculturas... outras, simplesmente escrevem, recitam... No meu caso, escrever é um complemento da terapia, aliás, precedeu a terapia. Ao escrever, consigo compreender o que vai dentro de mim, ou se não, pelo menos desabafo para aliviar o coração. 

Textos são, para mim, como doses de medicamentos...

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

O sonho ruim

Como de costume, despertei no meio da noite. Só que dessa vez, angustiada, com falta de ar e assustada com o sonho que tive. Nele, eu estava n'algum lugar conversando com pessoas quando o amado mandava um bilhete e desaparecia. No bilhete, uma frase: "foi você que sumiu, porque eu fiquei 20 minutos aqui conversando com a Carolzinha".

WTF?! Carolzinha, no caso, era a minha prima (na verdade, filha de uma prima do meu pai...). Foi tão vívida a sensação de abandono, a agonia de procurá-lo sem sucesso, e estar ao chão quando, de repente, todos os "falecidos" me observando, como se todos fossem uma muralha humana. Dentre eles, meus olhos buscavam outros olhos, sem encontrar.

O silêncio da madrugada, a aflição de não poder ligar e contar tudo... foi difícil recompor os ânimos para tentar dormir novamente. 

Hoje, tratei de informar sobre o pesadelo via whatsapp:

Ele: Bonjour mon amour [e pergunta acerca de uma ação sobre a qual conversamos ontem].
Eu: Sabia que acordei de madrugada após um pesadelo? Sonhei que você me deixava.

Meu telefone tocou imediatamente após o envio da mensagem. Era ele. Virou e disse "a única possibilidade de conjugar o verbo 'deixar' em relação a você é 'deixar você mais feliz'. Entendeu?". 

Sim, entendi. Foi só um sonho ruim...
Dizem que, se a gente conta, nunca acontece.
rsrsrsrsrs

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Nem é tão ruim assim!

Coisas estranhas acontecem comigo... tipo, dormir 23h e despertar às 4h30. Pior: não conseguir dormir novamente, mesmo tomando banho, bebendo água e mudando de posição na cama. E não, não fui dormir com problemas, deixei-os todos no escritório quando saí ontem, 18h. A priori, nada justifica o fato de acordar antes mesmo das galinhas, rsrs.

Claro que isso me deu uma ideia interessante: se o meu corpo entendeu que estava satisfeito com míseras 5h de repouso, posso me doutrinar para levantar com o sol, rsrs, e fazer caminhadas matinais, já que as noturnas são penosas e frequentemente abandonadas em razão dos compromissos de quem trabalha até 18h e precisa viver após esse horário.

Por questões práticas - leia-se pé imobilizado - só poderei dar início ao experimento a partir de amanhã; porém, com a cautela de quem vai abandonar na noite de hoje o imobilizador. Já não sinto dores como na semana passada, o que significa que a medicação está adequada e a órtese contribuiu para a estabilização do quadro.

Ok, coisas estranhas me acontecem, mas a vida vem me ensinando a fazer suco de todos os limões que aparecem...

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Diário da dieta: dieta da proteína

Ok, confesso, entrei na dieta da proteína no último dia 05. Em tese, embalada pela experiência da querida Andréa Moreira, que mandou pastar lindos 4kg em 7 dias; na prática, a ideia não era obter milagre, mas tão somente sentir o zíper do vestido fechar sem esforço e sem bordinhas de sobra.

Não, não direi que é fácil, que é tranquilo, porque seria muita desonestidade da minha parte. É punk! A dieta que estou seguindo foi publicada nesta edição da revista Boa Forma. O que me deixou "segura" foi essa afirmativa:

"A nova dieta concentra as proteínas numa quantidade que não sobrecarrega os rins e não provoca efeitos colaterais, como queda de cabelo, anemia e desmaios, entre outros. E é benéfica sobretudo para as pessoas que não respondem aos programas de emagrecimento hipocalóricos", diz Márcia [médica homeopata Márcia Jablonka Kelman, da clínica Biodiet, em São Paulo].

Pois bem, dividida em 3 fases, a dieta propõe uma situação bem radical na fase 1, que dura 14 dias. A promessa é de eliminar até 50% do excesso de peso. Toda mulher que deseja emagrecer vê coraçõezinhos no ar quando lê números e percentuais desse tipo, rsrsrs.

Veja bem, a prmeira fase, em especial os 3 primeiros dias, é uma coisa meio "Tropa de Elite": é para desistir de cara! Os alimentos permitidos são, basicamente (lista aqui): 

• Whey protein (proteína isolada do soro do leite)
• Clara de ovo
• 3 ovos inteiros por semana
• Leite e iogurte desnatado ou light
• Queijo minas frescal light 0% gordura,
• Ricota light
• Presunto light,
• Peito de peru light ou frango
• Carne vermelha magra (patinho, lagarto, rosbife)
• Carne branca (frango sem pele) e coelho
• Condimentos (vinagre, ervas aromáticas, alho, limão e sal em dose moderada)
• Peixe (anchova, sardinha, salmão, atum, cação, pescada, tilápia e Saint Peter)
• Agrião, alface, brotos de feijão e alfafa, pepino, espinafre, brócolis, couve-flor, rabanete 

Já senti o baque de cara, no primeiro dia, no café da manhã: 200ml de leite desnatado, 2 col. sopa de whey protein e 2 fatias de presunto de peru, mais 2 fatias de queijo minas frescal 0% light. Sabe aquela coisa de "um pão quentinho"? Esqueça! E aquela barrinha de cereal, ou frutinha do lanche? Abolidas! 

Há 3 dias, confesso: perdi a alegria de comer; a alimentação virou simplesmente um mecanismo de ingestão de calorias necessárias à vida, rsrsrs. Por outro lado, essa lista severa de restrições me mostrou o quanto consigo ter força de vontade. Não vivo numa bolha, então estou sujeita às tentações diuturnamente. O cérebro de gorda não colabora também... se entro na farmácia, o que me chama atenção primeiro? O freezer de sorvete. E por aí vai...

Outro ponto que ajuda imensamente é o fato de contar com o apoio do amado. Sim, porque nosso relacionamento é "no carboidrato, ou na ausência dele", rsrsrs. Apesar de não estar muito feliz com o meu sofrimento, ele respeita e auxilia. Sacanagem, né, se ele comesse tranqueira na minha frente! rsrsrs

Segundo a reportagem, os três primeiros dias são os piores. Estou torcendo para que a partir de hoje, quarto dia, as coisas comecem a melhorar. Já se foram 900gr em 3 dias.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

A dream coming true

Eu havia mencionado discretamente que tinha novidades, em breve retomaria o assunto. 

Pois bem, meu dileto amigo Fernando Cavalcante me incentivou a participar de um projeto super bacana. A ideia era escrever algo - real ou fictício - que tivesse como pano de fundo o tema "encontrei quando menos procurava". Obviamente, deixarei todos curiosos acerca do teor do texto selecionado pela organização, rsrs. Só adianto que é real, com nomes trocados para preservar as pessoas mencionadas. Exceto uma, a quem prestei homenagens.

O lançamento será durante a Bienal do Livro de Fortaleza, em 18 de novembro. A seguir, a capa do livro!!! :)



"Uma história real tem o poder de transformar uma pessoa. Trinta e quatro histórias reais devem ter muito mais, se multiplicadas pela boa vontade do universo e dos cupidos de plantão.

São revelações de mulheres ousadas, compartilhando um pouco de seus mundos para engrandecerem o nosso. Relatam suas incríveis aventuras no amor, justamente porque começaram assim, de surpresa, por acaso, quando menos procuravam."

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Humanos e amebas

Eu teria começado esse post dizendo "ando de saco cheio da vida adulta, cheia de horários, compromissos, regras...". Parei e pensei melhor. Na verdade, desde os primórdios estamos submetidos a tudo isso, em graus e situações diferentes.

Quando recém-nascidos, a necessidade de adaptação ao novo meio. Horários para comer, banho, sono... o diferencial é que bastava chorar, e alguém prontamente resolvia tudo. Ou quase.

À medida que se cresce, novos horários, novos compromissos. Hierarquia, regras, convenções. Ok, pode-se brincar, mas dentro de um cronograma. 

O passar dos anos avoluma e intensifica as coisas. Até que se chega à fase adulta, e com ela uma avalanche de contas, compromissos, responsabilidades. Falta de grana e a necessidade vital de sorrir quando se quer esfaquear alguém.

Pensando bem, será que teria sido melhor ter nascido uma ameba?

O jogo da vida real

Lembro bem quando, inúmeras vezes e em meio à profusão de lágrimas e confusão de sentimentos, pedi que Deus me mostrasse o que era necessário aprender com o sofrimento, para então seguir adiante rumo à próxima etapa da vida.

Quantas incontáveis noites de vontade de fugir, ou manhãs em que o despertador tocou e eu quis imensamente arremessá-lo na parede... eu pensava mais ou menos algo como o que Liz Gilbert escreveu, num trecho de "Comer, Rezar e Amar": 

"A única coisa mais inconcebível do que ir embora era ficar; a única coisa mais impossível do que ficar era ir embora. Eu não queria destruir nada nem ninguém. Só queria sair de fininho pela porta dos fundos, sem causar alvoroço nem conseqüências, e depois só parar de correr quando chegasse à Groenlândia".
 
Curioso porque a coragem andava de mãos dadas com a própria falta de. Até hoje, nem sei se fui realmente embora; porquanto voltei várias vezes, ignorando os alarmes todos. Eu corri para longe, com a mesma intensidade e afã com quem retornei.

Hoje, ainda recolhendo cacos de um semestre heavy metal, vez por outra me deparo com algo fora do lugar. Ou com coisas que já deviam ter sido descartadas. Devagarinho, ajeito aqui, jogo fora acolá... e percebo que outros pequenos vendavais vão levantando poeira, como se quisessem mostrar que nada nessa vida permanece estático, imutável.

Os dasafios são novos, as peças do jogo são outras, com as quais vou aprendendo a lidar cotidianamente, já que o jogo da vida real não vem com manual de instruções. Tabuleiro organizado, aparece um engraçadinho para puxar a toalha e derrubar tudo. Novo começo. Eu já devia estar acostumada, não é verdade? Mas não.

Se ainda quero fugir, nem sei. [Sim, quero.] Não, quem sabe eu deva ficar e enfrentar. [Vale a pena.] E acho que se eu tiver de correr, que seja até Maranguape, rsrs.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Escritoterapia

Não me recordo os momentos em que tenha deixado de transcrever ao menos uma linha sobre o que sinto. O maleiro do guarda-roupas e a bolsa com diversos diários que o digam. Hoje, a gente contextualiza a vida com imagens "roubadas" do Google... nos idos dos anos 80, 90 e 2000, a agenda ficava abarrotada de papéis de bala, bilhetinhos, tickets de cinema, etiqueta de roupa de grife, e por aí vai...

O fato é que escrevo: bobagens, amenidades, coisas sem relevância... ou transbordo raiva, rancor, mágoa, desamor. Mas confesso que desenvolvi uma habilidade para transcrever "pensamentos soltos, traduzidos em palavras, pra que você possa entender o que eu também não entendo", já me apoderando descaradamente do trecho da música do Jota Quest.

Sei, sei, a inveja tem Facebook. Lê blogs, também. Às vezes - muitas vezes - comenta e/ou compartilha. No problem. "A felicidade é um bem que se multiplica ao ser dividido", já disse Marxwell Maltz. Não pretendo abortar os rompantes de amor e insanidade; tampouco vou guardar tristeza ou melancolia. 

Nasci para viver, desfrutar com intensidade cada instante, cada gesto, tudo nessa vida. Esse endereço "blogspot.com" é o meu espaço, o meu domicílio virtual. Ok, se eu quiser, posso limitar o acesso, receberia "na minha casa" somente quem eu quisesse. Mas, sinto muito, farei isso não. 

Quer ler? Leia! Quer se aborrecer, problema seu. Vou seguir escrevendo, vou seguir espalhando o bom e o ruim. Filtre, absorva o que lhe interessa; o restante, esqueça. Quer fazer propaganda do meu blog? Obrigada, ainda que sirva para mostrar a terceiros o que é inveja. A sua inveja.

Quer saber? Vai ser feliz! Nesse mundo de tantos outros, quem sabe você dá sorte, assim como eu. Para de resmungar, de encher o saco e os ouvidos dos outros. Levanta, limpa esse rosto, e vai viver a sua própria vida.

Funciona que é uma beleza!

Não se escreve sobre qualquer coisa...

A tarde de domingo foi especial, porém findou escura não só em função do cair do sol, mas da tristeza da minh'alma em razão da perda com a qual ainda não me acostumei.

João e eu estávamos deitados numa rede na varanda da casa da Roberta, lá na serra de Maranguape. Entre cochilos e preguiça, nem sei que hora era aquela quando ele levantou e saiu. Fitei o horizonte e desci... também sem precisar o exato tempo que ali permaneci. O desmaio do sol, a brisa discreta que movia as folhas, e um sentimento conhecido chegou e sentou ali ao meu lado. Quase posso dizer que sentou em meu colo, posto que não o rejeitei, aceitei sua companhia e me deixei levar.

Incrível, porque muito mais tarde, já na solidão do meu quarto, li um trecho da entrevista do Ferreira Gullar, poeta e pai de dois filhos esquizofrênicos, um dos quais já desencarnou. As palavras expressavam exatamente o que eu vivi naquele instante na serra:

Como é seu método para fazer poesia?
Já fiquei doze anos sem publicar um livro. Meu último saiu há onze anos. Poesia não nasce pela vontade da gente, ela nasce do espanto, alguma coisa da vida que eu vejo e que não sabia. Só escrevo assim. Estou na praia, lembro do meu filho que morreu. Ele via aquele mar, aquela paisagem. Hoje estou vendo por ele. Aí começo um poema… Os mortos veem o mundo pelos olhos dos vivos. Não dá para escrever um poema sobre qualquer coisa.
O mundo aparentemente está explicado, mas não está. Viver em um mundo sem explicação alguma ia deixar todo mundo louco. Mas nenhuma explicação explica tudo, nem poderia. Então de vez em quando o não explicado se revela, e é isso que faz nascer a poesia. Só aquilo que não se sabe pode ser poesia.

Quando o João me achou sentada defronte a cidade lá embaixo, eu disse algo do gênero, mas com outras palavras. O abraço silencioso, o carinho, a paz que experimento estando em sua companhia me permitem chorar sem dar explicações. Porque o que me dói é ver o que aquela criança jamais verá; experimentar o que ela nunca será capaz de fazer; envelhecer, enquanto ela será eternamente uma imagem infantil, congelada em fotos e memórias.
Ainda que eu não escreva poesias, transcrevo o que vai aqui dentro para tentar compreender os fatos, aceitar (ainda que momentaneamente) o que aconteceu, superar (se é que isso é possível). Receio que o principal motivo de escrever insistentemente sobre esse assunto seja uma forma de fugir, não sei. Ou de deixar registrado o quanto ainda dói, mesmo após 3 meses.

Creio que, para sempre, eu verei as coisas por ela. Por nós duas. Pelo que nunca foi, nem jamais será.