quarta-feira, 3 de junho de 2015

A opacidade da alma

Você tem um sonho? Eu tenho, sempre tive. No meu caso, parece que é "um sonho que se sonha sozinho", já que é só um sonho.

[Perdoe-me a repetição do verbete, ok?]

Ontem, eu tive a exata dimensão dessa afirmativa... num primeiro momento, o impulso foi reagir; mas calei. Sim, isso é inédito: calar. Eu consegui. Silenciei o que havia aqui dentro, alma e coração. Jaz em mim, desde então, um profundo silêncio, uma ausência de palavras, de cores, daquilo que costumava ser o combustível para as grandes batalhas. 

É como diz a frase: o fracasso é órfão. Mas, sobre esse ponto especificamente, afirmo categoricamente: eu sou a mãe. Assim como ocorre em grande parte das concepções não planejadas, o dedo em riste recaiu sobre mim. Precipitada foi a palavra empregada.

[Oportuno esclarecer que estou utilizando uma metáfora. Não há fetos nessa história]

Hoje, passando pelas pessoas nas ruas, apressadas e emburradas, perguntei-me se a opacidade das almas tem a ver com sonhos roubados. Será que, se questionarmos homens e mulheres, é possível entabular e gerar estatísticas?

Outro pensamento me tomou de assalto, enquanto escrevo essas linhas... é que, um dia, olhei ao redor, fiz cálculos, refleti e decidi trocar de carro, assumir um financiamento. No meio do caminho, houve dias em que tive certeza de que jamais honraria o compromisso até o final. Não desisti, e eis-me aqui. 

Fecho os olhos, faço uma prece, e retomo os afazeres.
Em 4 dias, terei 34 anos. 

Imagem daqui