terça-feira, 5 de agosto de 2014

Comida japonesa, Física, e relações interpessoais

Era uma vez uma pessoa que nunca havia provado comida japonesa, e a despeito de haver ouvido todo tipo de absurdo com relação aos "contras", permitiu-se experimentar. Com receio, obviamente, porque tudo que é novo dá aquele friozinho na barriga.

Pois bem, superada a tentativa, a identificação foi total, de modo que rolou uma química esplêndida, e a pessoa é a-p-a-i-x-o-n-a-d-a por sushi e afins. 

Bom, mas eu queria falar de outra coisa... de relacionamentos interpessoais. Com algumas exceções, sou do tipo que permite uma "apresentação" prévia, antes de formar uma convicção acerca de quem vai ingressar no rol de convivência, ou de tolerância. Não preciso dizer [e já estou dizendo] que os reprovados dificilmente terão segunda chance, né? Sim, sou dessas.

Numa analogia paupérrima, é como se eu ouvisse e prestasse atenção em tudo que disseram sobre comida japonesa, e mesmo assim, ponderando, tenha julgado interessante e válido o ato de experimentar; eu me permiti provar, saca? Daí, caso não tivesse gostado, haveria chances na casa dos 90% de jamais voltar a manusear hashi

Fico impressionada com a falta de senso de gente a quem eu dei essa "chance", amplamente desperdiçada dezenas de milhares de vezes, e ainda sim "não sabe" o porquê de eu ser assim, esse "doce", no traquejo. É que eu não permito invasões ao meu espaço mais de uma vez; não sem consequências. Sabe o tio Newton, aquele que formulou três Leis? [facilitei sua vida, e coloquei o link da Wikipédia, para relembrar, tá? bjo!] Pois é, eu aplico, por analogia. Vamos lá:
Todo corpo continua em seu estado de repouso ou de movimento uniforme em uma linha reta, a menos que seja forçado a mudar aquele estado por forças aplicadas sobre ele.

A mudança de movimento é proporcional à força motora imprimida, e é produzida na direção de linha reta na qual aquela força é imprimida.
A toda ação há sempre uma reação oposta e de igual intensidade: ou as ações mútuas de dois corpos um sobre o outro são sempre iguais e dirigidas em sentidos opostos 

Eu costumo seguir a vida, quietinha no meu canto: se você não mexer comigo, não vou mexer com você. Mas não pule a cerca, não mostre o ossinho de galinha para o tigre enjaulado [perdão, mas dadas as últimas notícias veiculadas no noticiário, foi inevitável usar o caso de Cascavel/PR, para ilustrar o que estou dizendo], porque quando você vacilar, vou reagir. É instinto, simples assim. 

Que fique claro: não estou dizendo que necessariamente vou usar de violência ou força física, só que convém não se confiar nisso, porque meu sangue é quente. E o fato de eu não reagir, de imediato, não significa que vai ficar impune, porque não vai. Não mesmo. Meu outro defeito é estudar uma forma bem pedagógica de devolver a "gentileza". 

Admiro quem é como a minha mãe, que perdoa, esquece, e segue a vida. Vai viver 100 anos, se Deus quiser. Nesse ponto, a genética paterna fala mais alto, ainda que a terapia tenha fornecido umas ferramentas para frear os impulsos e manter o raciocínio lógico. Se o caldo ainda não entornou, dê graças a Deus, e evite a rota de colisão, daqui por diante. Prevenir sempre será um remédio adequado. 

Quanto à inclusão na lista-negra dos desafetos, posso considerar um pedido formal de desculpas. Pelo bem e alívio dos demais envolvidos.

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

O espetáculo e os bastidores da história

Quando ingressei nessa peça, os papéis principais já estavam definidos; só observava, de longe, guardando para mim as opiniões sobre a melhor entonação, a luz mais favorável, uma mudança aqui ou acolá no posicionamento, tudo para que transcorresse sem interrupções, e da forma mais adequada possível.

Até que, um dia, alguém pediu a minha opinião, e se interessou pelas anotações, resolveu se questionar o porquê disso ou daquilo. E gostou. E passou a perguntar mais e mais, a ouvir e prestar atenção. Ponderar. 

Imagem daqui
Quando me dei conta, nem era mais uma mera coadjuvante; estava "infiltrada" no roteiro, na contrarregra, na direção, na iluminação, na continuidade, enfim, trânsito livre nos bastidores. Mas ainda sim, consciente de que as decisões não cabiam a mim, nunca caberão. Entre a liberdade para fazer críticas, e a dificuldade de lidar com certas limitações, sigo a vida acreditando que sim, tenho contribuído, de alguma forma; útil, eu espero, rs. 

O espetáculo evolui, porque o público nem sempre é o mesmo, ou tem as mesmas reações. Aliás, tudo nessa vida encontra-se em constante mutação - uns evoluem, outros involuem - pois nada permanece congelado no tempo. O combustível, a recompensa, o objetivo, é sempre o aplauso; há dias de plateia de pé, efusiva, outros de parcos "clap, clap". 

Mas o show tem que continuar.