quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

O que a depressão quer, mas não vai nos tirar

Ontem foi o dia da saudade. Eu poderia escrever sobre a imensa falta que a Letícia me faz, ou quanto meus avôs Antonio e João foram amados e agora são só lembranças boas. Mas a saudade que eu senti profunda, dilacerante, refere-se a uma pessoa que está entre nós. Literalmente.

Muito se ouve sobre depressão, mas só quem viu, ouviu, dormiu e acordou ao lado do espectro que um dia foi alguém alegre, comunicativo e amoroso, vai compreender o que eu sinto. 

Minha única tia materna. Minha madrinha. Aquela mulher em quem eu tento - a todo custo - me espelhar para ser em relação às minhas afilhadas, foi-nos roubada; no lugar, só um corpo que se entrega dia após dia a uma doença amaldiçoada, para a qual pouco se pode fazer de concreto.

É com muito amor, muita dedicação, e imbuídas de uma fé que sequer imaginávamos haver em nós, que a recebemos em nossa casa na última segunda-feira. Os relatos do esposo davam conta da gravidade do caso, mas a realidade - ao vivo - é impossível de ser descrita em palavras. A cruel repetição de ideias autodestrutivas, autodepreciativas, deletérias... como uma música que empacou em determinada parte. 

As soluções ilusórias, a necessidade imperiosa de dar fim ao pesar através da morte, tudo isso nos corrói; mas como eu disse anteriormente, ainda que seja difícil, existe um Deus que nos diz que nada está acabado, nada é impossível.

Estamos comemorando ínfimas vitórias, como conseguir fazê-la comer, ou tomar banho, ou simplesmente trocar de roupa, tirar o pijama. Ontem conseguimos pequenos progressos, como tirá-la de casa. 

Dia da saudade? Ok, ontem não deu tempo de escrever sobre. 

A saudade que eu sinto é a força motriz para resgatar esse ser humano, aquela tia-referência, tudo. É o amor por tudo o que ela representa para mim, é por isso. É por mim, é por ela, é pela minha mãe.

Vamos vencer. Não há dúvidas.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

O que tirar de lição da tragédia de Santa Maria.

A tv e eu já tivemos dias melhores em nossa relação. Confesso que não tenho mantido ligada, salvo pelas manhãs enquanto me arrumo para trabalhar. Enfim. Daí que ontem fiquei sabendo da tragédia de Santa Maria - pasmem - pelo Facebook. Corri para a frente da tv, liguei na Globonews e lá estava o cenário... 

Para além de chover no molhado e tecer comentários acerca do ocorrido, flagrei-me pensando em como a gente dá pouca ou nenhuma importância à própria segurança... ou você é do tipo que entra num local já de olho nas saídas de emergência, presta atenção de fato nas instruções dos comissários nos vôos, sabe manusear um extintor de incêndio?

Parece estúpido, mas a gente só se preocupa quando uma tragédia desse porte ocorre. Quem pensou em martelinhos nas janelas dos ônibus, antes da desgraça que vitimou os 42 passageiros da Itapemirim? E tantas outras decisões somente após acidentes fatais? 

Fica o alerta para que cada um faça sua parte, inclusive denunciando locais sem extintores visíveis, sem sinalização de emergência, etc. Isso não vai trazer os 231 mortos de volta, mas pode ajudar a evitar outras perdas lastimáveis.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Divagando em contos III

"Um dia, ela olhou ao redor e percebeu que as pessoas nas ruas haviam perdido um pouco a cor... meio desbotadas, meio desfocadas. O que estava acontecendo? Os óculos estariam com lentes desatualizadas? Ou simplesmente sujos?

Parou, limpou, recolocou e nada! 

Seguindo, deu-se conta de que, ao passo que as pessoas eram monocromáticas, o mundo parecia  mais colorido, mais vivo. Não comentou, guardou consigo aquelas impressões todas.

Sozinha, mais tarde, repassou mentalmente o dia. Foi então que veio o estalo. Claro, como não havia pensado nisso antes? Que óculos fracos que nada; sujeira, muito menos... a poesia do encantamento, o sentimento correspondido, manso, profundo, tornava o mundo um lugar melhor de se viver, e transformava "os outros" em tão somente "os outros".

De especial, só um. Só ele. A razão do sorriso fácil, dos sonhos, dos planos. 

Ele. <3 i="">

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Divagando em contos II

"Levantar da cama antes do horário de rotina, sem reclamar, lavar os cabelos e ganhar o mundo. Legalmente incorreto, porém perfeito para um início de manhã, dirigir ouvindo [no viva-voz] uma amiga mais que especial, que aproveitou uma brechinha na agenda atribulada para dar o ar de graça.

Ainda que o atraso fosse por culpa do trânsito, como de costume, nada de reclamações. O cabelo secando ao vento, a roupa colorida para uma dia ensolarado, o sorriso no rosto sem maquiagem... 

E para arrematar o começo de mais um dia de trabalho, uma xícara de chá. Não o habitual chá verde e suas propriedades termogênicas, antioxidantes. Não, hoje é dia de cheirinho de infância, perfume de carinho, gostinho de afeto. Cada gole, uma lembrança que abraça.

Felicidade simples."

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Divagando em contos

"Acordou antes mesmo que o despertador anunciasse a hora. Não se ressentiu, espreguiçou-se delicadamente, de forma quase poética, como se ao fundo houvesse música suave... alcançou o robe que repousava sobre a poltrona, alinhou os cabelos emaranhados num quase-coque, e seguiu. 

O reflexo no espelho - muito além de um rosto meio inchado - revelou o que a alma não podia esconder... sorriu. 

Como que flutuando, seduzida pelo cheiro de café que tomava conta da casa, rumou à cozinha, mas não sem antes tropeçar no cãozinho que sacodia freneticamente o rabo, à espera de afago. Entre um gole na xícara de café e um cafuné no pet, viu os minutos se apressando em passar.

Nada, nem ninguém, ainda que com muito esforço, seria capaz de lhe estragar o dia... nem o atraso, nem o trânsito, nem as atribulações profissionais. O sentimento que lhe preenchia servia não só de escudo, mas também de espada. Aos olhos alheios, nada fere mais que uma mulher feliz por ser amada."

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

"Vamos celebrar a estupidez humana*"

"Um espírito mesquinho é como um microscópio: 
aumenta as pequenas coisas, mas impede de ver as grandes."
 
Há dias em que não é fácil levar adiante o propósito de não reclamar, especialmente diante de acontecimentos esdrúxulos. Antes de destilar veneno, atitude muito comum quando o embate não é possível, recolhi-me em copas e cá estou, num esforço hercúleo para não estragar o meu dia, e o de outras pessoas.

A bem da verdade, pude perceber como perdemos tempo com mediocridades, quando há tanto para se fazer. Lembro bem um episódio relatado pela Milena, acerca de uma tempestade em torno de um post que escrevi aqui no blog, sobre o qual muito se falou e - pasmem! - lhe foi cobrada explicação sobre o teor. Ora, ora, a quem pertece o blog? rsrsrs Por que raios ela haveria de saber sobre o que escrevi?

Além de rir muito do que ela disse ("ah bom, todos os problemas 'daqui' devem estar resolvidos então, porque se ocupar do que a Tatiana escreve num blog, pelo amor de Deus, é muita falta do que fazer"), tive a prova da imensa estupidez humana, que veste a carapuça a torto e a direito. Achou ruim porque escrevi algo? Fique à vontade, os comentários são moderados, o que significa que lerei antes de publicá-los...

Pois bem, retornando ao tema do post, ainda estou tentando compreender os motivos de um certo acontecimento; em ponderações feitas à mamãe e ao João, entendi que de fato não estou louca, rs. É irracional e mesquinha a atitude. Assim como a água, contornei o obstáculo, e dei início a uma espécie de protesto silencioso, porém furnido de significado. 

Em prece, peço e insisto para que o Poder Superior possa afastar deste ser humano as sombras do espírito, e que a razão prevaleça sobre o ímpeto de vingança.

* Trecho da música "Perfeição", Legião Urbana.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Emagrecendo em 2013!

Fazendo uma retrospectiva acerca da mudança de hábitos, e com a introdução da dança 2x por semana, os resultados são animadores. Foram 7kg eliminados, com o acréscimo de autoestima impossível de se mensurar. 

Bom, seja porque viu que funciona, ou simplesmente porque seremos padrinhos de casamento no próximo dia 02, João embarcou na dieta também. Como a natureza é generosa com homens, rsrs, ele perdeu 4kg em 5 dias. Alguns dirão que é radical demais, porém eu digo e repito: não passamos fome com essa dieta, tampouco descuidamos da nutrição.

No meu caso, ainda pretendo eliminar exatos 3,2kg. João quer -6kg, para atingir o peso ideal para sua altura. Somos um casal na contramão da média... ao invés de engordar [mais] depois do início do relacionamento, a gente decidiu emagrecer.

Ah, claro, quem acompanha o blog sabe do drama relacionado a questões de peso e exercícios... João sempre deixou claro que jamais me achou gorda, e quando eu decidi emagrecer ele me deu suporte em todos os sentidos, inclusive comendo aquilo que a minha dieta permitia, ao invés de se empanturrar de carboidratos na minha frente, ou só escolher programas engordativos.

Diga-se de passagem, ele convenceu o sushiman [do restaurante onde costumamos comer] a modificar meu sushi preferido, substituindo o tradicional bolinho de arroz por uma bolotinha de cream-cheese (que a dieta permite). Não é um amor? <3 br="br">

Imagem daqui
E como diria Jack Johnson, "It's always better when we're together!".


sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

A moça por trás do suicídio em si

Não consigo tirar da mente o ocorrido no final da tarde de ontem... a fração de segundo em que faltou energia, seguida de um som de pancada e um grito. Bom, é comum que haja batida, sirenes, toda sorte de sons urbanos aqui nos arredores. Primeiro, porque o som se propaga incrivelmente para o lado em que fica a janela da minha sala. Segundo, porque mais adiante fica a sede da Polícia Civil.

Chegamos a pensar ter se tratado de batida com queda de transformador da rede elétrica; mas minutos depois uma pessoa adentra a sala informando o fato: uma moça havia se jogado do nono andar do prédio. Claro que os abutres correram para descer e conferir a cena. Fiquei tão mal que peguei a bolsa e fui embora, não queria participar dos burburinhos, tampouco do caos que tomou conta da área lateral onde o corpo estava.

Hoje, ao chegar, as notícias davam conta de que era uma jovem branca, trajava short jeans e camiseta, e que havia subido ao décimo andar e como não encontrou janela, desceu pelas escadas e se atirou do nono. Detalhe: o escritório fica no décimo. De fato, os demais andares possuem janelas nos corredores, mas aqui sequer há corredor. 

Ao contrário da maioria, que gosta de ver o sangue, o meu interesse reside tão somente em saber quem era, e o motivo de tal atitude. Fiquei comovida com o pensamento de como a mãe deve ter recebido a notícia, e que provavelmente não poderá velar o corpo da moça, haja vista o estado em que ficou a cabeça, já que o impacto foi com o rosto virado para o chão [contam os colegas aqui, que presenciaram o trabalho da perícia, que a cena era dantesca, com direito a pedaços da massa encefálica pela calçada].

Mas quem era ela? Seus amigos, familiares, havia um namorado? São perguntas para as quais não consegui resposta. Muito além da curiosidade mórbida, eu queria saber da pessoa, daquele ser humano que, seja por qual motivo, reuniu forças para atravessar a janela e se jogar, deixando bolsa e calçados no hall. 

Uma pena...

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Eu decido o rumo da minha história

O despertador tocou, desativei por duas vezes... sabe aquele velho "ah, só mais dez minutinhos"? Pois é, acordei 20h atrasada. Antes de contaminar minhas células com desespero, raiva e afins, levantei e decidi que inverteria a ordem do que faço pela manhã, e me maquiaria no carro, a caminho do trabalho.

Aquela história de que a gente é aquilo que pensa é verdade verdadeiríssima! Ao não me permitir enfurecer, tampouco ficar histérica tentando me apressar, tomei decisões que me fizeram, inclusive, sair mais cedo que o de costume.

Curioso como até pensei depois "poxa, ganhei mais 20min de sono, que maravilha". Convenhamos, eu não podia mudar o fato de que estava atrasada, mas podia fazer algo a respeito... e fiz. Aliás, tenho feito mudanças sutis, como venho comentando aqui no blog. E não, antes que alguém me venha com a pecha de santa, digo logo: estou há anos-luz do título, e continuo impaciente, ansiosa, só que em menor intensidade... longe do ideal, mas me esforçando ininterruptamente.

Hum, outra coisa que andei pensando é no quanto a dieta interferiu em todas as searas da minha vida. Decidir mudar meus hábitos foi um fator desencadeador de uma série de pequenas grandes transformações. Creio que, de alguma forma, perceber que se é capaz de fazer algo que, após inúmeras tentativas e fracassos, acabou dando certo, traduz-se em força motriz para desafiar a si mesmo(a), noutros campos. 

Não é só o guarda-roupas que muda, fica mais vazio... as pendências relativas a trabalho, os lixinhos emocionais que a gente carrega desnecessariamente, dia após dia as coisas vão se resolvendo e a vida vai fluindo. 

O lema para 2013 é "ouse ser diferente".

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Muttley mode off

A vibe de não reclamar continua... e as mudanças são visíveis... incrível como me sinto menos aborrecida, menos ansiosa, mais de bem com o mundo.

Amado ontem, inclusive, ressaltou a diferença entre ponderar e reclamar. De fato, fiquei chateada com o tempo desperdiçado na sala de espera da Procuradoria Geral do Estado: quase 2h de espera, fora o atendimento em si! Mas ao invés de acionar o Muttley que há em mim, li algumas revistas à disposição, futriquei o celular e me arrependi de não ter levado duas revistas Veja que estavam no carro.

Bom, mas é isso, a gente lida com o que tem né? Porém, como nem tudo é perfeito e viver é um exercício ininterrupto, reúno forças para não enlouquecer com o trânsito, os congestionamentos, os desvios, as inúmeras obras pela cidade, o caos habitual. Ontem à noite, coloquei no som o pendrive com o audiolivro "Investimentos Inteligentes", do Gustavo Cerbasi. Bacana, recomendo!

Como eu desperdiço cerca de 1h30 diariamente com deslocamentos, os audiolivros são um meio eficiente de passar o tempo, e agregar conhecimento. Vou investir mais nesse tipo de livro, já que, via de regra, os físicos ficam lá na estante empoeirando... leio um ou outro, mas confesso que há anos não sou ávida como antes. 

Pois bem, fica o depoimento de quem está buscando, árduamente, reclamar menos, orar mais, mudar hábitos nocivos e com isso ser mais feliz. Quem vem comigo?

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Substituindo comportamentos

Acordei antes mesmo que o despertador cumprisse sua função, e não reclamei disso. Levantei após 2 avisos do alarme, e 10 minutos de auto-tolerância, rs. Decidi que não ia me maldizer do fato de haver dormido poucas horas, ou porque estava chovendo e a cama convidava a permanecer deitada. 

Cumpri a rotina habitual e disse a mim mesma: sem reclamações hoje, por favor. Ainda na vibe de "Comer Rezar Amar", quando um pensamento trouxe um fantasma, orei pedindo que Deus tivesse misericórdia... creio que teve início o meu processo de perdoar as pessoas, mas essencialmente, perdoar a mim mesma.

Incrível como a consciência de cada gesto, cada atitude, modifica o campo ao redor! Desligar o piloto-automático, entregar os controles todos, enfim, que sensação mágica, libertadora! Claro, a perfeição passou e passa há quilômetros de distância da pessoa aqui; mas como é bom, reconfortante, optar por ser menos pesada, menos chata, menos reclamona.

O caminho está à frente, e creio que é chegada a hora de levantar e seguir. Chorar, espernear e aguardar que caia do céu, ou que alguém segure a mão e conduza, é um comportamento tipicamente infantil, que já compreendi: é preciso abandonar. Se a profissão é essa, vamos nós; se as condições externas não se modificam, mudo eu. 

É isso, orar e vigiar, seguir adiante... quem sabe logo ali na frente esteja uma parada que, em verdade, será o novo ponto de partida???

domingo, 13 de janeiro de 2013

Liz Gilbert e eu

Hoje, at last, assisti Comer Rezar Amar.
Percebi o quanto a história conta, de uma forma sintética e Hollywoodiana, o que vi e vivi.
Claro que o apelo do livro provavelmente tenha sido isso: decepção, medo de abandonar a zona de conforto, a inquietude que finda por provocar a ruptura... e a jornada em busca de si mesma.
Algumas passagens calaram fundo em mim, com destaque para "fique aqui até se perdoar". Estou nesse lugar de autoperdão: não posso exigir ser perdoada, já tentei sem êxito perdoar, e somente agora, a essa altura do campeonato, compreendi que o problema é que não me perdoei ainda.
Curioso como eu ressignifiquei (adoro esse termo, aprendi na terapia) a relação com a comida, e me permiti amar de forma adulta, responsável, leve e "pé-no-chão", sabe? Muito além da paixão, discutir os espinhos e antever sempre que possível os ataques externos... a solidez do espaço em que é permitido dizer "não", ou "não gostei", e criticar situações que, via de regra, são tabus.
Pena que os fantasmas - alguns deles, pelo menos - não foram ou se recusam a ir embora. Mas o "caça-fantasmas" em mim começou suas atividades.
Veremos o que o futuro nos reserva.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Imaginando, escrevendo, tornando real

Imagem daqui
A frase acima, segundo informações do amado Google, é de Paulo Coelho. Bom, dito isso, vamos às considerações decorrentes do impacto que foi ver a imagem, ler a frase... primeiramente, anotei num post-it e colei no porta-canetas que fica sobre a mesa, no escritório.

Como, dia desses, recebi um "puxão de orelhas" digamos "espiritual", rs, vou falar de presente e futuro, porque o passado virou história, lição pretérita e aprendida. Pois bem, como sou mulher de palavras escritas (ok, perdão pelo trocadilho infame), pensei que seria uma ideia sensacional escrever e colacionar imagens para esse caminho, essa história de vida... (A ciência provavelmente tem teorias as mais diversas possível, acerca do impacto de ler e ver imagens... não é o intuito deste post adentrar o mérito).

O fato é que escrever e reunir imagens do que se pretende ter, ser, vivenciar, enfim, torna-nos tão mais próximos que a gente se pergunta "por que raios não fiz isso antes?". Só um exemplo bobo: ganhei da querida Larissa dos Anjos uma agenda Boa Forma 2013; passei a anotar o peso diário, tarefas do cotidiano, e sinto que isso diminui aqueles adiamentos idiotas, tipo "ah, não fiz hoje, faço amanhã", e esse amanhã não chega nunca.

O calendário do celular tem sido usado para anotar consultas e retornos médicos, manutenção mensal das unhas, consultas da Charlotte (vacinas, vermifugação, etc.)... isso evitou muitas ligações para confirmar dia e horário das coisas. #esquecida.mode.on

Daí que agora, além dos blogs para registrar a história que estou(amos) construindo - pessoal, profissional, afetivamente - terei(emos) um registro infográfico, rs. Assim, à medida que for(mos) alcançando cada meta, cada plano, vai ficando a recordação visual...

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Tia, tiaaaaaaaaaa

A minha opinião pessoal sobre [não] ter filhos não significa dizer que eu tenha restrições a crianças, de maneira geral. Ao contrário, sou fã do título de "tia", seja ele de cunho sanguíneo ou afetivo.

Acompanhei gestações e me empolguei inúmeras vezes com os detalhes de cada mamãe e cada bebê. Fui agraciada com o convite para ser madrinha de duas meninas maravilhosas... e virei "tia Tati" de outras tantas fofuras.

Mas há um ou outro caso em que o coração amolece... já contei aqui a emoção com a jornada da Flávia, para ter a Isabella hoje em seus braços. Cada conquista enche meu ser de alegria e contentamento! Ah! e como não lembrar o dia em que estava comprando meu atual carro, e recebi um sms da Vanessa dizendo "amiga, estou grávida!". Gritei e todos na concessionária me olharam torto, enquanto eu era só alegria porque a Vitória estava a caminho, rs.

E tantas bênçãos... Júlia, da querida Andreia; Luisinho, sobrinho-afilhado da Lara e filho da Aline; Guilherme, da Jennifer (cuja gravidez fiquei sabendo por telefone, enquanto andava pela rua e justo na hora em que a mamãe-coruja foi me contar, não consegui ouvir e ela disse "é isso mesmo que você ouviu, estou grávida!", e eu quase caí de susto!); agora a Louise, que deve se juntar a nós até o final do mês, da queridíssima Karlen.

Bom, quantos aos sanguíneos Maria, Letícia e JP... ahhhh, coisa boa. Mas nessa vibe "tia Tati", há outra pessoinha que "chegou chegando", rs. Agora, Maria tem companhia para fazer macacadas:

As figurinhas que sambam em nossos corações, né amor? Maria (aka Maria Eduarda) e Alícia (filha do João).

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Grande demais para o espaço pequeno

Tecnicamente, não vou reclamar, só farei ponderações, ok?

Não é de hoje que a minha paciência desceu a níveis críticos, chegando a picos negativos na velocidade da luz. Segundo minha terapeuta, os rompantes estão intimamente ligados à profunda insatisfação com determinadas relações. 

Romper com a pecha de "filha mais velha", de "exemplo de conduta", não é tarefa fácil, porém cansei de adiar... provavelmente, é isso que está ferindo os brios das pessoas tidas como "vítimas" da impaciência. Por sinal, até o fato de não morar sozinha, aos 31, tenha parcela de contribuição para o quadro.

Exausta de remar contra a maré em diversos aspectos, de ter que me limitar a um espaço onde notoriamente não caibo mais, enfim... a foto acima ilustra o meu sentimento. Até a decisão de criar um cachorro virou motivo para desgastes diários. 

Curioso que, a exemplo de quando você inicia uma dieta, chega em casa e na geladeira há toda sorte de guloseimas e comidas nada saudáveis, no instante em que impus a mim mesma a necessidade de relevar e tentar não entrar em embates, tudo se direciona para um lugar onde só existem conflitos e motivos-estopim. Se eu revido, sou grossa e impaciente; se me calo, sou fria e distante. 

Não há medidas, essa é a verdade. Quanto a mim, sigo fazendo o possível e aceitando o improvável, rezando e estudando formas de reunir condições para seguir um rumo próprio.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Primeiro dia útil de 2013!

Back to reality...

Nesse retorno após 20 dias de férias, nem eu sou a mesma, e provavelmente nem o trabalho vai se manter da mesma forma. Isso porque muita coisa aconteceu comigo, e me retiraram daquele lugar-comum... o incômodo serve para isso, não é mesmo? Ontem quando acordei, a primeira coisa que me veio à mente: último dia de férias.

Via de regra, domingo é um dia modorrento, como diria meu dileto amigo Fernando. Isso posto, uma cefaléia me acompanhou até 18h, quando decidi que permanecer na cama não era uma opção inteligente. Aproveitei muito mais as 6h que me restaram do domingo, do que as 18h anteriores... e fui dormir menos pesada, menos desesperada.

É como o Pilho, um amigo muito espiritualizado e querido, disse no Facebook dia desses: tristeza compartilhada diminui um pouco, mas alegria dividida se multiplica e contagia. É fato! O monstro é do tamanho que decido ver... então, que seja uma barata, em termos de tamanho, rsrs.

Tenho uma profissão que me remunera e possibilita realizar diversas coisas, e sou grata a Deus por isso. O resto, a gente corre atrás.

  • Vamos que vamos, que 2013 já saiu da estação e não vai esperar por quem está dormindo no ponto ;)

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

I'm not gonna be ok

A síntese desse dia, e de tudo o que eu carrego na mochila...

Bem Vindo A Minha Vida

Você já se sentiu desmoronando?
Você já se sentiu fora de lugar?
Como se de alguma forma você não se encaixasse
E ninguém te entendesse?

Você já quis fugir?
Você se tranca em seu quarto?
Com o rádio ligado e o volume tão alto,
Para ninguém te ouvir gritando.

Não, você não sabe como é,
Quando nada parece certo,
Você não sabe como é,
Ser como eu!

Ser machucado, sentir-se perdido,
Ser deixado no escuro,
Ser chutado quando você está caído,
Sentir como se você estivesse sendo empurrado para fora

Estar a beira de entrar em colapso.
E não ter ninguém lá para te salvar.
Não, você não sabe como é,
Bem-vindo à minha vida!

Você já quis ser outra pessoa?
Você está cansado de se sentir deixado de fora?
Você está desesperado para achar algo a mais,
Antes que sua vida acabe?

Você está preso em um mundo que você odeia?
Você está cansado de todos ao seu redor?
Com seus grandes sorrisos falsos e mentiras estúpidas,
Enquanto por dentro você está sangrando?

Não, você não sabe como é,
Quando nada parece certo,
Você não sabe como é,
Ser como eu!

Ser machucado, sentir-se perdido,
Ser deixado no escuro,
Ser chutado quando está caído,
Sentir como se você estivesse sido empurrado para fora

Estar a beira de entrar em colapso,
E não ter ninguém lá para te salvar
Não, você não sabe como é,
Bem-vindo à minha vida!

Ninguém nunca mentiu direto na sua cara!
Ninguém nunca lhe apunhalou pelas costas!
Você deve pensar que eu sou feliz,
Mas eu não vou ficar bem!

Todos sempre lhe deram o que você queria
Você nunca teve que trabalhar, estava sempre lá!
Você não sabe como é,
Como é...

Ser machucado, sentir-se perdido,
Ser deixado no escuro,
Ser chutado quando está caído,
Sentir como se você estivesse sido empurrado para fora

Estar a beira de entrar em colapso
E não ter ninguém lá para te salvar
Não, você não sabe como é.

Ser machucado, sentir-se perdido,
Ser deixado no escuro,
Ser chutado quando está caído,
Sentir como se você estivesse sido empurrado para fora

Estar a beira de entrar em colapso,
E não ter ninguém lá para te salvar.
Não, você não sabe como é.

Bem-vindo à minha vida
Bem-vindo à minha vida
Bem-vindo à minha vida

LETRA ORIGINAL:

Welcome To My Life

Do you ever feel like breaking down
Do you ever feel out of place
Like somehow you just don't belong
And no one understands you

Do you ever wanna runaway
Do you lock yourself in your room
With the radio on turned up so loud
That no one hears you screaming

No you don't know what it's like
When nothing feels all right
You don't know what it's like
To be like me

To be hurt, to feel lost
To be left out in the dark
To be kicked when you're down
To feel like you've been pushed around

To be on the edge of breaking down
And no one's there to save you
No you don't know what it's like
Welcome to my life

Do you wanna be somebody else
Are you sick of feeling so left out
Are you desperate to find something more
Before your life is over

Are you stuck inside a world you hate
Are you sick of everyone around
With their big fake smiles and stupid lies
While deep inside you're bleeding

No you don't know what it's like
When nothing feels all right
You don't know what it's like
To be like me

To be hurt, to feel lost
To be left out in the dark
To be kicked when you're down
To feel like you've been pushed around

To be on the edge of breaking down
And no one's there to save you
No you don't know what it's like
Welcome to my life

No one ever lied straight to your face
And no one ever stabbed you in the back
You might think I'm happy
But I'm not gonna be okay

Everybody always gave you what you wanted
You never had to work it was always there
You don't know what it's like
What it's like

To be hurt, to feel lost
To be left out in the dark
To be kicked when you're down
To feel like you've been pushed around

To be on the edge of breaking down
And no one's there to save you
No you don't know what it's like

To be hurt, to feel lost
To be left out in the dark
To be kicked when you're down
To feel like you've been pushed around

To be on the edge of breaking down
And no one's there to save you
No you don't know what it's like

Welcome to my life
Welcome to my life
Welcome to my life

Tudo muda o tempo todo em mim

Hoje dei início a uma jornada que, na verdade, já está em curso há quase 1 ano... só que, de alguma forma, as diretrizes, os planos, e o "mapa" do caminho só foram colocados sobre a mesa na tarde desta quinta, nas duas horas da sessão de terapia.

Finalmente, consegui enxergar o que precisa ser acessado; isso não significa que consegui a chava para o portal mágico, muito pelo contrário... o que eu sei, agora, é que vou entrar, mas como vou sair, aí são outros quinhentos. Não quer dizer também que só pelo fato de ver, eu possa alcançar simplesmente estendendo os braços... 

Quem jogou video-game sabe: há armadilhas escondidas por todos os lados, e ainda que não se possa desviar da totalidade, há que se esforçar para não sucumbir logo de cara. A recompensa virá adiante, e as cicatrizes vão ficar estampadas como prova de sobrevivência.

A mente agora trabalha no sentido de projetar pontes entre os dois extremos de quem sou... é preciso aproximar os pólos, perceber que esse abismo nem é tão grande, tampouco profundo e escuro quanto a minha imaginação pinta. 

Amanhã é um novo dia, os dados serão lançados e estou depositando todas as minhas fichas nesse jogo. Há de ser um marco entre o passado que vivi, e o futuro que almejo... e que seja um presente, em todas as acepções da palavra. 

Let's get it started!

Para A.

Pequena A.,

provavelmente, quando tiver idade suficiente para ler e compreender o que vou registrar a seguir, [espero eu mesma poder repetir inúmeras vezes até que] você encare isso com a maior naturalidade do mundo, e [nos] fite com olhos de espanto sobre todo o clamor que algo tão simples causou, durante tanto tempo.

A verdade é que nós, os adultos, costumamos complicar coisas que para vocês, crianças, é tão simples e tão natural; nós temos medos mais infantis que monstros embaixo da cama, ou bruxas dentro dos armários; colocamos vocês em bolhas, quando na verdade nós é que lá deveríamos estar, visto que vocês têm uma habilidade que nós perdemos ao longo da vida...

Quando crianças, a disputa é por bolas e bonecas, pela atenção dos adultos; as dúvidas residem entre que sabor de sorvete escolher. Nós, os adultos, disputamos coisas e pessoas que sequer são nossas de verdade. Sabe aquele nome escrito no solado da bota do Woody, do Toy Story? Pois é, aquilo que disputamos não possui o nome do Andy escrito, entende? 

Não sei se deveria lhe dizer isso, mas as bobeiras que as crianças cometem nem são assim tão graves... nós, os adultos, fazemos bobeiras enormes, maiores que a distância entre o lugar onde estamos, e aquele onde queremos chegar... não importa que lugar seja esse: pode ser o shopping, uma praia, a casa da vovó... sabe quando a gente fica perguntando "a gente já chegou?" e algum adulto responde "não, ainda não"? Pois é, as nossas bobeiras são do tamanho dessa ansiedade!

Sinto muito que você tenha presenciado momentos ruins, eu juro que se eu pudesse, jamais teria permitido que ocorressem. A minha sobrinha, a Duda, diria "olhe, vocês estão brigando? olhe que eu resolvo hein!", rsrsrs. Acredite, ela diria isso.

Eu só queria que você soubesse que eu não vim subtrair nada na sua vida. Na verdade, você começou a mudar a minha... assim como o anjinho que Deus tirou da minha família, pouco antes disso tudo começar. A Letícia ficou muito dodói, e isso mexeu com algunss adultos que faziam bobeiras enormes, e que pararam e viram que não precisava daquilo. Muita coisa se resolveu, a missão dela terminou, e ela voltou para o Papai do Céu... mas não nos deixou sozinhos, porque já tinha pedido para que outro anjinho viesse e mostrasse o quanto a vida é simples e maravilhosa. O nome desse anjinho é João Pedro, e ele tem olhos azuis como os seus.

Quem sabe, muito em breve, nós adultos sejamos capazes de perceber que, assim como ocorreu quando o dodói da Letícia apareceu, chega a hora de por um fim nas bobeiras todas... deixar de lado aquilo tudo que não tem o nome da gente no solado, sabe? Ou voltar a viver e sentir como vocês, crianças... deixar que as coisas fluam e o tempo se encarregue de sarar os dodoizinhos, das raladuras e quedas que a gente leva enquanto está brincando de viver.

Se você pudesse compreender, certamente colocaria muitos adultos de castigo no cantinho da disciplina, para pensar direitinho sobre o que têm feito de errado, para depois pedir desculpas, dar beijo e abraço e prometer não fazer novamente. Muito mais que rótulos e posições no tabuleiro de xadrez [um dia você vai aprender o que é, e a jogar], o que realmente importa em meio a toda essa bagunça é dar-lhe a segurança necessária para que você cresça e se torne uma mulher saudável, bonita e, acima de tudo, feliz. 

Ah! eu também acredito que você vai perceber - se é que já não percebeu - que as madrastas só são más nos contos de fadas; na vida real, é totalmente diferente e muito mais legal. 

Feliz aniversário!