quinta-feira, 31 de maio de 2012

Inegociável

Há coisas que não consigo negociar, ou melhor, conciliar entre racional e emocional; creio que geminianos tenham essa dificuldade... de encontrar o tal "caminho do meio".

Ontem, após uma elucidativa sessão, que culminou com uma mensagem que credito à divindade, segui pensativa, ouvindo músicas de forma aleatória. Até que uma em especial calou fundo... 

Que é que eu vou fazer pra te esquecer?
Sempre que eu já nem me lembro, lembras pra mim
Cada sonho teu me abraça ao acordar
Como um anjo lindo
Mais leve que o ar
Tão doce de olhar
Que nenhum adeus vai apagar...

Que é que eu vou fazer pra te deixar?
Sempre que eu apresso o passo, passas por mim
E o silêncio teu me pede pra voltar
Ao te ver seguindo
Mais leve que o ar
Tão doce de olhar
Que nenhum adeus pode apagar...

Me abraça ao acordar
Como um anjo lindo
Mais leve que o ar
Tão doce de olhar
Que nenhum adeus vai apagar...

Que é que eu vou fazer pra te lembrar?
Como tantos que eu conheço e esqueço de amar
Em que espelho teu, sou eu que vou estar?
Ao te ver sorrindo
Mais leve que o ar
Tão doce de olhar
Que nenhum adeus vai apagar...

(Pra te lembrar - Caetano Veloso)

O que a balzaquianice tem feito a mim

Surpreendentemente, algo mudou aqui dentro.

Posso afirmar, com convicção plena, de que jamais imaginei o dia em que entraria numa academia e faria tudo o que fora proposto, sem reclamar, sem burlar. Pior, sair suada e feliz.

Pois bem, a era balzaquiana (como diria o Armando Muniz) tem seus encantamentos, seus mistérios, e um deles é justamente a modificação de paradigmas. Grande parte das duas primeiras décadas da minha existência, passei dizendo que jamais seria loira; e fui, até um tempo atrás. Namorei a ideia de me render ao ruivo (strawberry blonde, o que significa meio vermelho, meio loiro), e me joguei sem medo, amando o resultado e repetindo mensalmente a experiência.

Sim, mas voltando à história da academia e a paquerinha que anda rolando com a esteira e os pesinhos, rsrs. Pois bem, saí da terapia ontem e resolvi que era o dia de virar a página; quarta-feira, inclusive, não costuma ser o dia oficial de dar início a nada. Só que logo cedo, os cupons da promoção apareceram no meu e-mail, e serviram de estopim.

Claro, o "reptiliano" (o termo é da minha terapeuta, para definir as reações primitivas diante das coisas) do meu cérebro foi criando mecanismos de fuga, mas consegui trazer o racional e "negociar" (outro termo da terapeuta), inclsusive quando me vi diante de um cardápio recheado de gostosuras, enquanto aguardava a sessão de ontem. A cabeça de gorda disse logo "vai, se joga num frapê, come esse sanduba de croissant, finaliza com brownie"; mas abri, fechei, respirei todas as opções do cardápio e escolhi capuccino com tapioca de queijo coalho.

Saí do treino suada, morta de cansada (eram 21h20), fiz um pit-stop para calibrar os pneus do carro e fui para casa... a geladeira cheia de tentações, dois sacos de pão francês fresquinhos sobre a mesa... mas fiquei no Glucerna, dica da nutri. Quando ia tomar aqueeeeeele banho digno, rsrs, telefone tocou e era a dinda, para combinar cronogramas da viagem.

Confesso que sequer pensei nisso... mas decidimos que o almoço do niver seria no Outback, que eu amooooo; que a noite de sexta seria dedicada à Priscila, a Rainha do Deserto (a peça); e que haverá uma visitinha báááááásica ao Bom Retiro (calma, Becky Bloom, muita calma nessa hora). No mais, ela e minha comadre combinariam hoje o meu reencontro com Vivi, minha afilhada.

Pois é... a proximidade dos 31, comemorar o niver com a madrinha, poxa, quanta coisa boa esse futuro próximo anuncia. Mas até lá, dá-lhe academia e shake para o jantar, kkkk.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Capítulos da vida

"Enquanto dirigia sem rumo, alheia ao movimento - quase ligada no piloto-automático - ela revia mentalmente todos os equívocos que cometera; a consciência cobrava o alto preço pelas inúmeras vezes em que foi ignorada, em detrimento do que dizia o estúpido - e péssimo conselheiro - coração.

As cenas se repetiam, enquanto a sensação de estupidez sufocava a ponto de fechar-lhe as vias aéreas, enquanto as lágrimas irrompiam, lavando-lhe a face como uma negra cachoeira, provocada pela máscara que desprendia dos cílios. Ali, naqueles instantes, pouco importava a situação da maquiagem: em pior estado estava o interior. Este sim, negro, revirado, uma mistura de raiva, rancor, sangue e vísceras revolvidas.

Ao passo em que tudo o que foi dito reverberava, como que numa gravação em repetição interminável, ela podia sentir o gosto amargo da revolta. Nesse cenário - mente e alma em descompasso - lamuriou silenciosamente, pedindo que tudo não passasse de um pesadelo. 

Como das outras centenas de vezes em que rezou, nada aconteceu. E aconteceu: a sensação de vazio, de vulnerabilidade, a vontade de sumir, de morrer, tudo começou a ecoar e ganhar força dentro dela. Entre marchas e pedais, postes, carros e pedestres, o pensamento súbito de por fim a tudo.

... eis que percebe ter chegado - Deus sabe como - sã e salva em casa. Como um afogado que luta desesperadamente para subir à tona, ela correu na direção de seus travesseiros, cúmplices de longos dias e noites de aflição.

Chorou em silêncio até dormir, certa de que o mundo seguiria eu curso, independentemente dos cacos espalhados pelo caminho."

Maio, lembranças, e junho

Maio vai se despedindo agitado, porém sem tanto estrago quanto quando começou. Sim, não foi um mês, foi um tsunami. O fato é que os dias que antecedem o meu aniversário são esquisitos; salvo o dia 31, porque é o niver da minha afilhada Giovanna, e todo ano, quando se aproxima a data, lembro exatamente cada detalhe a partir do momento em que soube que ela nasceria na madrugada do dia 31 de maio de 2006.

Inclusive da comédia que foi buscar a gestante em casa, e no meio do caminho - entre um "ai" e um "ui" das contrações - ela perceber que não havia trazido consigo nenhum documento, o que inviabilizaria sua internação. Claro, a minha aflição, somada a esse lapso, produziu uma cena inesquecível.

E lá se vão 6 anos daquela sensação de impotência de ter que deixá-la sozinha na maternidade, para aguardar o anestesista, porque com a eclâmpsia o parto deveria ser cesárea... e só ter notícias às 8h do dia seguinte.

Pois bem, junho começa cheio de expectativas esse ano, pois devo comemorar as 31 primaveras em São Paulo, na companhia da minha amada madrinha. A primeira vez, em trinta anos, se não me falha a memória; em fotos, o único registro dela foi no primeiro natalício.

...aí, claro, vem o maldito dia 12. Honestamente, a vontade que tenho é de sumir! O apelo comercial nessa época vem me causando náuseas, justamente porque recorda o-que-deveria-ter-sido. Enfim.

...vida que segue

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Enfrentando... academia!

A terapeuta vive me dizendo para enfrentar as coisas... foi assim com o processo de luto, e funcionou. Hoje eu me peguei pensando se não era hora de enfrentar essa resistência à academia. Ok, pode ser que eu nunca vá manter um relacionamento sério com a musculação, mas posso flertar com o spinning, por exemplo.

Há ainda a opção de artes marciais... provavelmente, eu tenha mais disposição para boxe do que para muay thai, já que o-d-e-i-o ver minhas canelinhas com manchas roxas. Sem falar na compulsão de meter porrada como se não houvesse amanhã. As luvas Everlast são de boxe mesmo, rs. 

Em suma, vou visitar uma recém inaugurada academia... quem sabe o fato de ser brand new me atraia. A questão é que já chega de lamentar, é hora de agir. E só tenho a agradecer os exemplos de Claudinha Stoco e outras blogueiras que compartilham suas dores e delícias nesse processo de repaginar o físico.

E vamos que vamos, Operação 31.

Operação 31, ativar!

Ontem decidi algumas coisas para tornar os derradeiros dias de maio decentes e memoráveis. Para além de lamentar a [ante hoje]véspera do aniversário, embarquei na experiência de substituir o jantar. 

Vamos devagar, preciso dar algumas explicações prévias... sou do tipo que faz tudo direitinho durante o dia; tipo, café com leite desnatado e adoçante, pão 12 grãos, presunto magra e fruta no desjejum; frutas nos lanches e pratos coloridos, sem frituras ou doces no almoço, com preferência para peixes.

Mas aí, quando o relógio bate 18h, sou possuída. kkkkkkkkkkkkkkk. Isso mesmo, um monstro voraz se apodera do meu corpo e quando vou entender a situação, lá se foram 2 pães, ou uma pratada de macarronada, enfim. Carboidratos malignos noturnos. E doces, claro, porque desgraça só presta grande.

Pois bem, ao sair do pilates ontem, fui ao espaço saúde que foi montado na clínica... recebi 500ml de um chá, depois mais 500ml de outro, e como "prato principal", 500ml de um shake que parecia argamassa. Sério, quase que dava para virar o copo e o conteúdo precipitar feito cimento. Provei, e amei!

Ok, você que me lê e não tem sérios problemas com a autoimagem, nem está há tempos tentando sair da casa do "s" de volta à casa do "c", numa disputa desleal com a balança, vai me achar ridícula. Mas se você também cansou de ter bordinhas de catupiry adornando a sua cinturinha, então vem comigo, rsrsrs.

Qual é a dificuldade em deixar, nem que seja por uns tempos (até sua mente entender que escolhas saudáveis precisam persistir após o pôr-do-sol, ao invés de dormir com as galinhas), de ingerir sólidos no jantar? Eu respondo: nenhuma. Por isso que estou analisando as finanças, para saber se permitem a aquisição do tal shake (convenhamos, R$ 103,00 num pote, nem de Moroccanoil, tá?). Caso contrário, vou de Glucerna mesmo, que já está na despensa lá de casa.

No mais, a ideia do chá não é nova, só precisa ser resgatada. Sem falar que, novamente, há caixinhas de chá verde morando em condomínio na despensa. 

Como diria Luciano Huck: "está entrando no ar a Operação 31".

Faltam exatos 15 dias.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Botando maio para correr

Ok, as águas são de março - e por sinal mal deram o ar da graça esse ano - mas bem que podiam ser de maio... fazendo, inclusive, o favor de carregar para longe-muito-longe tudo de ruim. Principalmente as lembranças.

O quinto mês do ano é, tradicionalmente, conhecido como "o das noivas"; mas no meu mundo, ele corresponde ao inferno astral, trazendo neste ano, inclusive, a péssima lembrança de que seriam 4 anos. Sim, dia 24, quinta-feira, é um dia a ser esquecido.

Só que geminianos são racionais, ou melhor, adoram racionalizar tudo... vivem incessantemente em brainstorms. E mais, costumam não esquecer certas coisas. Daí a minha fúria em relação ao mês de maio de 2012. Por sinal, foi em maio que o vovô piorou/foi traqueostomizado/saiu e voltou à UTI, e foi descoberta a leucemia da pequena, e outras cositas mas.

Poxa vida, pensando bem, eu deveria ter pedido férias e sumido do mapa, já que foi também em maio que fui à Manaus e voltei com algumas dezenas de votos contrários à principal ação do escritório, e de brinde, trouxe 3 recursos do INSS providos, com sentenças reformadas em desfavor. 

Só que o destino faz questão de prolongar o sofrimento, trazendo a necessidade de outra ida à Manaus, no maldito dia 24, com 23 processos que precisam de sustentação oral junto à Turma Recursal, aquela mesma que me presenteou negativamente há 2 semanas.

Bom, acho que o desabafo tirou um peso das minhas costas; e cumprindo minha determinação de não reclamar da vida, lá vou eu enfrentar novamente aquele trio, by myself

Wish me luck.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Soluções para cantinhos e trecos

Sou dada aos trabalhos manuais... as pulseiras e maxi colares estão aí para não me deixar mentir. Ah, e sou a rainha do reaproveitamento de objetos lá em casa... as caixinhas que viraram porta-trecos, os alfinetes de marcar mapa que viraram porta-bijoux, as folhas de EVA que viraram um grande expositor de brincos e afins...

No momento, estou empilhando as caixas da Glossybox, que são rosa-nude com detalhes em preto. Três delas abrigaram, por algum tempo, as tranqueirinhas das bijoux... acabei optando por potes grandes e transparentes, separando os materiais de pulseiras de couro com strass (inclusive elos e alicates), dos demais artefatos de pulseiras e colares (inclusive as colas).

Daí hoje vi uma ideia apaixonante, e já tenho o cantinho apropriado para implantar, rsrs. Devo substituir os ganchinhos autocolantes por pinos de mapa mesmo (ainda tenho vários lá em casa E as paredes são texturizadas), e provavelmente vou elaborar os cachepôs, reaproveitando (quem sabe) embalagens de shampoos e afins. Um detalhe: ainda não faço ideia do que vou colocar dentro, kkkkk.

Foto do blog "Ricota não derrete", com os créditos devidos!

Dia desses, quando a coragem ajudar e eu lembrar, prometo fotos das "artes" já instaladas no meu quarto...

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Identificando e modificando comportamentos

Diz-se que os comportamentos que reprovamos nos outros são os mesmos que costumamos ter. Se de fato for verdade, nossa, como eu fui/sou descontrolada, rsrsrsrs.

Diante disso, peguei-me refletindo sobre o descontrole emocional, aqueles famosos acessos de fúria, tal qual no filme "Um Dia de Fúria", com Michael Douglas. Pois bem, já vivenciei ataques de todo gênero, mas alguns são icônicos.

Sem adentrar o fato em si, tenho a dizer que creio haver amainado em mim o monstro cego e destruidor; ao passo que enxergo o monstro alheio com ponderação. Não sei, mas pode ter a ver com essa fase atual, em que o que parecia imeeeeeeeeeeeenso, sem solução, hoje parece birra infantil.

Não, antes que venham perguntar se ganhei asas e uma auréola, adianto: jamais. O lado Darth Vaden jaz adormecido em mim, enjaulado n'algum canto atualmente inacessível. Consigo, diante do caos que se instala, fechar-me em copas e orar para manter a serenidade.

Ontem, fui criticada profissionalmente, o que noutros tempos teria acabado a minha semana. Confesso que nem dei muita importância, pois entendi a real intenção por atrás das palavras. A tranquilidade da reação, ao final, resultou em pedido de desculpas e reformulação da afirmação inicial.

E a vida segue...

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Projetos, projetos, rsrs

Não é de hoje que eu flerto com a moda. 

Só que todo esse movimento na minha vida, nesse semestre, abriu uma nova etapa... aí veio outra vez a ideia de cursar moda. Confesso que não sei exatamente ainda em que segmento entrar, mas os passos preparatórios estão delineados.

Sim, como não disponho de tempo para os bancos das faculdades, vou de curso on line; não pretendo abandonar a profissão que tenho, então é preciso conciliar; além disso, preciso sanear as contas, o que já comecei desde o mês passado, após ataques de consumismo exagerado a la Becky Bloom. Já que é um projeto a longo prazo, também pretendo começar um novo blog.

Estive conversando com uma grande amiga e incentivadora do projeto, Fernanda, que foi inclusive quem fomentou a ideia do blog. Ok, não é novidade, até porque criei o "Muitas Ideias" pensando em mesclar escritos e a paixão fashionista; acabou que o blog aqui virou quase que um diário.

Estou amadurecendo as coisas aqui na cabeça... até porque, em meio a inúmeros blogs consolidados, não quero ser mais um na multidão. Daí a necessidade de preparação prévia... a Nanda inclusive sugeriu posts iniciais, diante de uma atitude que há muito venho adiando: organização dos armários.

Bom, enquanto isso, continuo por aqui traduzindo em palavras o que eu também não entendo (plagiando Jota Quest, rs).

terça-feira, 15 de maio de 2012

Mudanças necessárias

Confesso que sou bem reclamona.

Curioso é que o ato de reclamar parece inerente à condição humana... se faz sol, se está chovendo, se está quente ou frio, não importa. Nunca se está satisfeito.

Pois bem, no decorrer desse primeiro semestre, as coisas se desorganizaram de tal maneira que cheguei a pensar que jamais seria possível recompor tudo. O pior do vendaval - espero eu - já passou, e a nuvem de poeira começou a se dissipar, já é possível ter uma noção dos estragos.

Mas você deve estar se perguntando qual o elo entre reclamar e ter atravessado a tormenta. Simples: não reclamei. Ok, não com a intensidade contumaz... o que é positivo.

Enxergar oportunidades em meio ao caos, ao incerto, abre uma perspectiva promissora, dá esperanças. Tudo fortalecido pela fé. As certezas abaladas possibilitam rever conceitos que não eram de fato verdadeiros, mas sim coisas nas quais eu queria acreditar. 

É mais ou menos como o slogan da GNT: tudo muda, o tempo todo, com você.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Os novos padrões pós-diagnóstico

A doença da pequena veio para desorganizar as coisas. De certa forma, é de se agradecer que tenha sido assim... porque se algo está montado errado, precisa ser desconstruído, para então ser refeito. 

Não há relação que não tenha sido diretamente afetada por esse quadro; o bom é que onde havia arestas, hoje há cooperação. Porque o momento é de união em prol de um bem comum: o restabelecimento da saúde plena da gorduchinha.

Superados o pânico inicial do diagnóstico (aliviado pela gravidade moderada do caso), os transtornos para estabelecer um cronograma de acompanhamento e o receio da possibilidae de insucesso da campanha de doação de sangue... há que se comemorar. 

Nossas vidas contém, desde aquela fatídica quinta-feira, dia 03/05, um novo padrão. Dormimos tranquilos, mas só após saber como foi o dia, se fez exames e quais os resultados, se está alimentada, limpa, se dorme e se faz gracinhas...

Por outro lado, vovô resiste bravamente.
No quarto do hospital, arranca as sondas.
Rebeldia? Cansaço? Difícil avaliar.
 
E a vida segue...

terça-feira, 8 de maio de 2012

Vida em estado líquido

Eu preciso de férias dessa vida. Sim, estou exausta, pois esse (que eu me lembre) foi o semestre mais cheio de atribulações ever. Não que o trabalho esteja exaustivo ou coisa parecida; tudo caminha dentro da normalidade, e na medida do possível.

Porém, desde a noite do dia 31 de dezembro para 1º de janeiro, tive um dejà vu, e dali em diante a coisa toda parece estar alternando em programas de máquina de lavar: enche, fica de molho, bate, fica de molho, drena, enxágua... misericórdia. Parece que agora, pulou a etapa do molho do amaciante, e passou direto para a fase de secagem.

Esse turbilhão, creio eu, serviu para algumas coisas, mas desandou outras. O desarranjo está na minha cabeça, no meu coração. O que antes era sólido, está liquefeito; inclusive as minhas certezas. 

Outra coisa que sinto falta - das muitas - é de alguém na retaguarda; que segure a onda. A minha onda. Sim, porque vi o Walcyr Carrasco dizer uma coisa que tem tudo a ver comigo: sou uma ótima pessoa para resolver problemas, pode contar comigo. Mas depois que o sangue esfria, eu é quem desabo. 

Nessa hora, faz falta aquele pulso firme que apara o tombo, não deixa que eu me esborrache no chão. Mas, ao que tudo indica, não alcancei essa graça. Temo em dizer que jamais alcançarei, e vou precisar aprender a me bastar. Inclusive, vou discutir isso com a terapeuta.

Por outro lado, penso que a gente pode até se bastar, mas como é maravilhoso poder dividir questões, compartilhar alegrias e sonhos, esperança. Amigos, óbvio, auxiliam (e muito!); entretanto, nada se compara ao calor de um abraço com amor e desejo, afeto e compromisso. 

Mas
vamos em frente
o show não pode parar.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Vidas pautadas pela doença

Do momento do diagnóstico, em diante, nada mais será (ou tem sido) como antes. O "eu" cedeu lugar ao "nós", com uma rapidez e um desprendimento que parecia impossível, noutras circunstâncias.

As vidas de todos os familiares, pessoas próximas, passou a seguir paralela aos passos do cronograma do tratamento. Só se fala em resultados de hemogramas, protocolos da quimio, acessos e catéteres, enfim. E, claro, o esquema de acompanhantes, em função da gravidez de 6 meses da mãe... e o fato de que a menina só quer o colo dela e da babá.

Alie-se ao fato de que, em razão da imunidade suprimida, a criança está em isolamento. Para permanecer como acompanhante, é necessário tomar banho e seguir direto, sem escalas, para o hospital. Lá, a higiene é redobrada... o quarto é um mundo paralelo e asséptico (ou quase).

Até agora, os brinquedos, o dvd portátil e alguma trilha sonora mais relaxante estão dando conta do recado, em termos de entretenimento. No mais, os adultos que aguentem a tal Galinha Pintadinha... quem não tem filhos ou sobrinhos, não sabe a tortura que é ser submetido a hora e horas a essa tal Galinha. Eu ontem escapei, rsrs. 

No mais, a rotina segue... trabalho, casa, demais afazeres... mas sempre à espreita do celular, com informações da rede de relacionamento, e do Facebook. Mas a cabeça - ao menos a minha - parece pesada e estranhamente vazia...

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Traduzindo em palavras

Para mim, é difícil expressar verbalmente o que se passa aqui dentro. Creio que cada um tenha habilidades, e a minha talvez seja transcrever o que penso, o que sinto. 

Como eu descreveria esse exato momento? Aliás, como descrever esse primeiro semestre de 2012? 

Sinto como se estivesse sobre uma torre, e qualquer movimento pudesse resultar em tombo, cujas consequências provavelmente seriam graves, ou mortais. Ao passo em que permanecer imóvel dá a [falsa] sensação de segurança, causa imensa angústia não enxergar muitas possibilidades de mudança, de sair desse lugar, desse perigo.

O curioso nisso tudo é como as coisas ao redor perderam as cores, os sons. Há somente um profundo e doloroso silêncio. E os pensamentos reverberando, a mente inquieta, assinalando culpas, avolumando temores. Por outro lado, há uma centelha divina, repleta de esperanças, que quer fazer enxergar uma oportunidade de parar e fazer desse momento um novo começo, já que o que passou não pode ser modificado.

Lidar com essa dualidade, para mim, é habitual. Não me recordo de um só momento na minha vida em que eu não tivesse que travar batalhas para decidir qual caminho seguir. Sou geminiana, e ao que me consta, faz parte. (alguns dirão que isso é bobagem... a estes, peço que respeitem a minha opinião)

...enquanto a vida segue desbotada e muda, o trabalho, mais do que necessário à subsistência, é um refúgio. Como diria Shakespeare, um dia você "aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte. Aprende que o tempo não é algo que possa voltar."

quinta-feira, 3 de maio de 2012

A fé que nos sustenta

Há períodos na vida em que as coisas parecem habituais, nada fora do normal, a não ser um aborrecimento aqui, outro acolá. Honestamente, a sensação que me dá é que vai ficando represado, até que um belo dia, rompe e o caos dá as caras assim, na maior.

Esse ano têm sido de inúmeras "inundações"... quando a gente vai tirando a lama do caminho, secando e reorganizando o que sobrou, lá vem tudo outra vez. A vontade que dá é de construir uns andares, subir tudo e seguir a vida assim, empoleirado feito passarinho. 

Provavelmente, se estivéssemos falando de alagamentos de verdade, e não usando isso como metáfora, fosse mais simples mesmo colocar a geladeira sobre a mesa, e sair suspendendo o que pudesse. Mas com as vivências, os acontecimentos, não há jeito. 

Não obstante o "movimento" (termo da minha terapeuta) relacionado à saúde do vovô, meu café da manhã hoje foi a notícia de que a (até então, isso porque já há outro encomendado) caçula da terceira geração da família, está internada para exames, com suspeitas tenebrosas.

A caminho do trabalho, os avisos do Facebook vão delineando um panorama bem preocupante quanto ao caso. E ainda que o que nos una sejam os laços consanguineos, em prejuízo dos afetivos, situações que envolvem crianças, [suspeitas de] doenças graves e afins, sempre me deixam mexida, sobrestada.

A sensação é de torpor. Posso fazer ideia de como os pais se sentem nessa hora, a impotência, o temor, a expectativa dos resultados dos exames, a falta de bom senso de pessoas próximas, bombardeando de perguntas para as quais ninguém tem resposta [ainda]. Dentro do hospital, as horas não passam, eu bem sei disso... no dia da fatídica transferência do vovô, aflição era pouco para definir o cenário.

Para arrematar, o que resta e sustenta é a fé. Sem ela, nada tem valor... não há esperanças. Mas como em cada um de nós, ainda que num recôndito do coração, há uma centelha divina, vamos aguardar o deslinde... orando para que a vontade de Deus seja feita, em todos os sentidos. Para o vovô, e para a Letícia.

Porque o céu, depois da tempestade
Reserva sempre um sol radiante
E deixa o dia lindo!

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Confiar na tecnologia...

É inegável que a tecnologia auxilia, e muito, a vida da gente. Mas tem seus contras e sorri seus dentes de chumbo quando a gente menos espera.

Hoje, paguei um boleto de uma colega através de leitura do código de barra. Via de regra, correspondem às informações constantes do boleto em si. Não foi o caso, e para nossa surpresa, o que era R$ 53,07 virou R$ 530,00.

Estamos - as duas - reféns do sistema: nem a agência estorna o valor pago, tampouco é possível efetuar o pagamento do valor correto. Agora, os procedimentos para ressarcimento (sim, porque é devido, visto que em todos os campos do formulário e do boleto consta o valor correto a ser pago, R$ 53,07) deverão ser feitos na agência onde ela tem conta...

No frigir dos ovos, tudo volta a se resolver na mesa do gerente. Tecnologia é bom, quando dá certo... quando não dá... senta que lá vem a história.

O dress-code e o bom senso

Ok, aquele ditado "quem está na chuva, é para se molhar" faz sentido. Especialmente quando o assunto é dress-code em ambientes corporativos... pior ainda quando estamos falando de cargos ligados ao Direito.

Há ambientes absolutamente avessos a modismos, como bancos, escritórios de advocacia e afins. O máximo que se consegue é uma blusinha da cor must-have da estação. De resto, o negócio é padronizar no bom e velho conjuntinho, que a mulherada in-sis-te em usar combinandinho (não, não escrevi errado, é que odeio tanto o coordenadinho que "criei" esse termo).

Aceitemos o fato de que não vamos o mudar o mundo... mas que é possível deixar de ser mais uma na multidão, com toques de personalidade ao formalismo... dá sim. Mas o post não é sobre dicas... rsrs. É sobre falta de bom senso. 

No grupo, há várias empresas, além do escritório jurídico (óbvio!). Via de regra, todas trabalham com ou para o banco (vou me abster de informar qual). Daí, só porque não há contato direto com o público, o pessoal acha que pode trabalhar de jeans e camiseta. Se o foco for a mulherada, pelo amor de Dadá! É um tal de rasteirinha, regatinha, cabelinhos desgrenhados, maquiagem nem de longe... Je-sus!

Daí hoje circulou um em-mail com uma bronca coletiva, e a determinação de vestimenta adequada ao formalismo que o negócio requer. 

Ok, ok. Não que eu concorde com a determinação de usar blazer, como se fosse o único modo de andar bem vestida. Mas devo admitir que, para a média das mulheres, trata-se de solução para o mau gosto, já que é difícil errar vestindo calça e terninho (mas não impossível... basta ver as calças apertadas ao extremo).

Acho que vou escrever novamente sobre o assunto.
Não entendo como uma mulher pode andar mal vestida.
Sinceramente.