segunda-feira, 30 de abril de 2012

Ahhh, segunda-feira, sua @#$%!

Imagem daqui
Segunda-feira provavelmente seja o dia mais odiado do mundo... some-se a esta, especificamente, o fato de ter adiado um feriado.

Pois bem, as manhãs de segunda são particularmente sofridas para mim. Isso porque eu não consigo dormir bem no domingo. Não adianta chá, remédio, banho, nada. Só me resta rolar, resmungar, tudo com a certeza de que o dia seguinte será difícil, em termos de concentração e capacidade de me manter acordada.

Maaaaaaaaaas, vamos que vamos, o show não pode parar.

sábado, 28 de abril de 2012

Tropeço e continuação

A vida é cheia de topadas e continuação. Às vezes, fica ali um pedaço do dedão do pé, e a gente continua a caminhada sangrando, sentindo dor e, muitas vezes, blasfemando. Normal.

Enquanto a gente segue, coisas bacanas acontecem; afinal, nem tudo é ruim o tempo todo. Hoje, por exemplo... consegui finalmente dar ao meu quarto o toque de mestre... a tv na parede, as prateleiras... isso somado à estante lindinha, a mesinha charmosa na cabeceira... Agora sim, a mesa tem espaço suficiente para ser, de fato, utilizada como tal.

À noite, fomos visitar o vovô... daí vem a história do tropeço. 

A cada dia, ele melhora um, regride dois passos. Está na área de isolamento da UTI, devido a uma super-bactéria; está traqueostomizado, alterna momentos de lucidez e ausência... inclusive, deu-me um susto: assim que entrei na sala, falei com ele e ao tentar manifestar algo, ele engasgou e ficou vermelho, púrpura. Saí e chamei o médico, que me tranquilizou, dizendo que é assim mesmo...

Passado o sufoco, tornei a falar com ele, pedindo que só mexesse a cabeça, não verbalizasse. Não houve reação alguma. Falei, toquei e nada. Saí desanimada e me questionando: qual o sentido de estar daquele jeito? 

Só que me vem à cabeça que existe uma Força que é sábia, e não permite que haja sofrimento sem propósito. Nós é que somos imperfeitos, pensamos somente em nosso umbigo...

Seja feita a Tua vontade, e não a nossa. Mas se permitido for, abrevie esse sofrimento.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

As perguntas, as respostas, a sanidade

Por uma feliz coincidência da vida, finalizamos o que fomos fazer no Maranhão antes do prazo previsto. E ao final da tarde de quarta, toca o telefone, uma amiga perguntando por outra... que, diga-se de passagem, deve a essa altura (e já há 10 dias, creio eu) hablando por terras argentinas, rs.

Conversamos por um bom tempo, sobre diversas coisas. Uma delas, inclusive, a continuação de um papo havido entre a amiga que me ligou, e outra que temos em comum. O assunto era a não-amnésia, relativa a relacionamentos passados. 

Segundo ela, a nostalgia é lugar-comum; especialmente quanto ao tempo e a intensidade do relacionamento. Disse-me que, vez em quando, flagra a si mesma recapitulando passos, atitudes, revivendo páginas de sua história. Confidenciou que nossa amiga disse sentir o mesmo. A mim, claro, foi reconfortante. Não sou louca, afinal.

Ontem, o amigo descarrado relatou sua preocupação [salutar] com meus últimos posts. Aliás, devo agradecer o imenso zelo com que sempre me tratou! Enfim, em suma, ele me disse que o coração é mau conselheiro, rsrs. Ok, mas como respondi, a mente coaduna por diversas vezes com o sentimento. 

Anseio pela chegada da quarta-feira, para discutir o que se passa comigo, acordada e em sonhos. Aliás, diga-se de passagem, foi-me dito que eu teria respostas aos inúmeros questionamentos que tenho feito desde... desde sempre. E que viriam através de sonhos.

Será que existe uma conexão invisível entre as pessoas, que não se rompe(u)? 
Os acontecimentos mudam as pessoas, e sua forma de enxergar o mundo, as relações?
Por que ...? 
Por que ...? 
Por que ...?

terça-feira, 24 de abril de 2012

Hopeless place

Muita gente tem dificuldade de compreender quando digo que situações-limite testam a minha capacidade emocional. Usualmente, isso é confundido com fraqueza, mas está há anos-luz disso.

O fato é que crescemos expostos a um sem-número de informações, influências, que acabam por "determinar" a forma como cada um reage aos acontecimentos. Conheço o caso de uma pessoa que, no curso da vida, perdeu (cedo demais) a mãe, e pouco tempo depois, o pai. Instintivamente, desenvolveu uma inabilidade de se relacionar; tornou-se, à primeira vista, insensível, frio, calculista. Se olharmos de perto, é só um bichinho acuado, que usa das armas que tem para se defender.

Pois bem, voltemos o foco a esta que vos escreve. Não são raros os momentos em que sinto falta de ter com quem compartilhar as angústias, as dores, os sofrimentos... e, claro, as alegrias, as conquistas, os louros. Nessas ocasiões, vem à cabeça a música da Rihanna, "We found love", mais especificamente a introdução:

"It’s like screaming & no one can hear. 
You almost feel ashamed that someone could be that important that without them you feel like nothing. 
No one will ever understand how much it hurts. 
You feel hopeless, but nothing can save you. 
And when it’s over & it’s gone, you almost wish that you can have all that bad stuff back, so you can have the good."

"É como gritar e ninguém poder ouvir. 
Você quase sente vergonha de que alguém poderia ser tão importante que sem ele você sente que nada.
Ninguém nunca vai entender o quanto dói.  
Você se sente desesperado, mas nada pode salvá-lo.  
E quando tudo acabou e se foi, você quase deseja poder ter todas essas coisas ruins de volta, para assim poder ter as boas."

And so it is, just like you said it should be.* 

Mas a vida segue seu curso, e sozinha - ainda que cercada de gente - eu terei de enfrentar a folia e o caos, tudo a seu momento. Talvez assim, quando não houver outra alternativa, eu descubra a força que jaz em mim, adormecida.

*Então é isso, exatamente como você disse que deveria ser
(trecho de outra música, Blower's daughter, de Damien Rice)

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Situação [a]normal

As últimas semanas não têm sido fáceis, especialmente com relação ao quadro de saúde do vovô. Obviamente, uma situação-limite como a que vivenciamos, desestabiliza tudo. Especialmente as relações interpessoais.

Ainda que haja uma convergência, em certos momentos, para a questão do vovô, nos bastidores há muita coisa em jogo, guardadas em armários, varridas sob os tapetes. Só que o momento de trazer tudo à tona se aproxima... eu sinto como se estivesse observando, à beira-mar, a mudança na direção e na intensidade dos ventos, provocando ondas cada vez mais altas, mais intensas.

Em verdade, ninguém quer encarar de frente os fatos... nem a morte que se aproxima, tampouco a necessidade de discutir as relações. O que acontecer primeiro, provavelmente, vai promover mudanças significativas... não necessariamente benéficas.

Enquanto isso, o ar quase pode ser cortado à faca. Está tudo suspenso, como se fora estratégia de xadrez; ou como os palitos em jogos de pega-varetas... cada um vai removendo um, até que virá alguém e derrubará tudo.

Tomara Deus que não seja eu a colocar tudo por terra...

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Agora sim!

O post de ontem me rendeu agradecimentos emocionados hoje, rsrs, e a informação de que a história é mais rica em detalhes do que supõe a minha limitada imaginação.

Pois bem, ainda nessa vibe, os dois ou três meses passados representam uma jornada da qual me orgulho muito, sentimentalmente falando. Mal comparando, é como se eu tivesse fica exposta ao sol sem proteção por dias e dias; sofrido com insolação e seus efeitos físicos, enrugado e descamado por completo. No meio-tempo, fiquei isolada e protegida da incidência de raios, para me regenerar por completo.

Hoje, sinto que posso sair ao sol sem problemas. Não há marcas visíveis daquele dano imenso... só uma cútis quase que desprovida de melanina, macia e perfumada. Claro, a lição - aprendida a duras penas - é para sempre: proteja-se, independentemente da [falsa] impressão de que não vai acontecer novamente.

Creio que - agora sim - estou verdadeiramente pronta. Que venha o grande amor, com suas dores e delícias, mas sobretudo, que traga aprendizado e crescimento... uma parceria.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Uma história de amor

Sou uma entusiasta do amor verdadeiro, daqueles que parecem roteiro de filme... mas que nem sempre têm final feliz como o dos filmes. Porque a vida real é isso... encontros que nos transformam para sempre, e não necessariamente com o casal sob o mesmo teto, para sempre.

Adoro ouvir os "causos" do desencontro de uma amiga querida... duas filhas adultas, e um grande amor na bagagem. 

Em resumo: eles se conheceram em viagem a trabalho, cada um com o seu ofício. O local? A calçada da pousada. Encontraram-se nas calçadas do centro da Fortaleza, e viveram um namoro conturbado... ela pôs fim ao romance, namorou e quase casou-se com outro, médico de renome. Mas a persistência do cidadão, e o amor que ela sempre nutriu, foram a "cola" do casal.

Casaram-se, tiveram uma menina, mas a vida tratou de colocar situações-limite, e o rompimento foi inevitável. Só que o vínculo, para além da filha em comum, seria eterno, posto que forte e intocável.

Ela casou-se novamente, para desespero dele, que jamais voltou a se unir a alguém... e o segundo casamento trouxe outra menina, e um atual marido com ciúmes de morte do seu antecessor. Por sinal, os ciúmes, aliados a outros dissabores, dissolveram a segunda relação.

Eis que estavam, novamente, um para o outro. Só que a vida não brinca quando quer manter apartado... a segunda cria inadmite(ia) um [re]enlace. 

Ainda que jamais voltem a ficar juntos, e viver esse amor tão intenso e imenso, as histórias são de fazer rir, chorar, suspirar... mas, principalmente, acreditar que existe, sim, felicidade possível.

Posso confessar uma coisa?
Torço pelo recomeço dos dois!

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Não se pode ter tudo...

Se há uma lição recorrente na minha vida, é a de que não podemos ter tudo o que queremos, tampouco ao tempo em que julgamos justo. Há coisas que nos são negadas para o nosso próprio bem... pouco importando o bico que a gente faz quando não consegue.

Hoje foi um dia importante na minha carreira, pois fui colocada à prova e, ainda que não tenha conseguido reverter o voto da juíza, minha atuação foi avaliada positivamente. Noutros tempos, eu teria saído de lá em frangalhos, chorando. Sim, minha gente, eu já agi inúmeras vezes dessa forma, feito criança contrariada.

Só que o amadurecimento ensina... inclusive a valorizar pequenos detalhes de um todo. Ainda que não tenha revertido "a sentença" (o que, diga-se de passagem, era o esperado para o caso), o meu trabalho, diretamente, reverteu outra... e de um cliente que, de fato, necessitava muito do benefício! Nem deu tempo de ficar aborrecida, já saí da sala das sessões comemorando.

Quanto aos elogios à atuação, confesso que pondero todos, especialmente porque o meu ego precisa ser contido a todo custo... só assim é possível evitar cataclismas, rsrs.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Sem comentários!

Ok, Becky Bloom, você venceu...
a planilha de gastos mensais nem merece maiores digressões...
só lágrimas mesmo...

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Dando ouvidos aos avisos

Não foram oucas as oportunidades em que me dei mal por ignorar uma "tentativa de aviso" (ou como prefira classificar: intuição, aviso, premonição...). Pois bem... dia desses, compromisso marcado, porém sem horário rígido definido, flagrei-me impaciente, olhando as horas a cada piscar de olhos... ao passo que uns pensamentos meio sem sentido permeavam o meu consciente.

Enquanto me arrumava, às pressas, debelei uma batalha entre os pensamentos e a razão. Orei. Achei que havia sido suficiente... Curioso porque, ao chegar ao local, eu quase pude ver a cena que a mente pintava, horas antes... porém, a confirmação de que não se tratava de um mero aviso, mas sim de Providência Divina, veio no dia seguinte.

Um alívio se apoderou de mim, ao mesmo tempo em que a angústia do que poderia ter sido também deu o ar da graça. Resumindo: só tenho a agradecer cada empecilho, cada minuto de atraso... toda a conspiração positiva que me protegeu de uma catástrofe.

Aprendi que devo prestar atenção quando o coração ficar apertado, a mente ficar agitada... os cenários se sobrepuserem à realidade. Aí tem coisa!

quinta-feira, 12 de abril de 2012

A fatura dos abusos

Não subestime a capacidade do seu corpo, porque uma hora a fatura chega. 

Confesso que, há algum tempo, tenho sido displicente com minha saúde. Durmo tarde, acordo cedo, vivo sob stress contínuo, perco cerca de 2h por dia no trânsito infernal dessa cidade... se eu for descer aos detalhes da alimentação e dos exercícios, ai ai ai, provavelmente vou corar e chorar.

Enfim. Anteontem propus ao grupo "Emagrecendo" a ideia de fotos de frente, de lado e de costas, de top e short. Sério, somente em fotos é possível avaliar os danos ao físico, rs. 

Mesmo à beira da exaustão - física e mental - resolvi tirar as minhas ontem. Sem comentários, rs. Nunca pensei que eu fosse tão complacente com a imagem refletida no espelho. Mas as fotos revelam os detalhes sórdidos, que eu renegava com veemência..

Voltando à história da "fatura": os abusos de sono deficitário, alimentação inadequada, estresse e falta de regularidade nos exercícios, estão conduzindo a minha pessoa ao colapso. Breve, muito em breve. Juro que há dias em que tenho medo quando estou dirigindo, tamanho o cansaço. 

Hoje é quinta, o único compromisso à noite termina 19h30. Preciso, de verdade, cumprir a promessa de entrar em casa, jantar, tomar banho e dormir, preferencialmente antes das 21h. Amanhã Zug, querida, não fique me chamando, pelo amor de Deus. Preciso fazer as pazes com os meus lençóis e travesseiros por longas e longas horas...

terça-feira, 10 de abril de 2012

Na era da especialidade

Foi-se o tempo do genérico; vivemos na era da especialidade. 

Costumeiramente, vejo as pessoas ensandecidas por aí, tentando resolver por mãos próprias, situações que deveriam ser entregues a quem é do ramo. Economia que, ao final, vai custar caro - e não só em termos financeiros, mas principalmente, emocionais.

Ainda que o Google seja uma ferramenta que auxilia - e muito - os adeptos do DIY (do it yourself, ou "faça-você-mesmo"), o profissional da área tem expertise. Exemplo: por que raios vou eu, enfrentar aquela maldita fila no DETRAN, para emplacar um carro??? Quanto me custa um dia de ausência no trabalho? Compensa?

Honestamente, penso que não. Pago, recebo o carro nos conformes, documentação idem, e um pai de família garantiu mais uma graninha para o leitinho das crianças.

Se eu fosse comprar um imóvel, procuraria um corretor. Indicaria, óbvio, minhas intenções e condições, e visitaria algo já dentro do meu perfil. Se desse certo, toda a parte burocrática - certidões, impostos, registro e averbações - ficaria a encargo dele. Especialista, vive disso. Mais uma vez pergunto: vou eu à Secretaria de Finanças, para calcular ITBI? Ou ao registro de imóveis, uma, duas, dez mil vezes? Não mesmo!

Se precisar trocar lâmpada, instalar equipamentos como tv, dvd e afins lá em casa, deixa comigo. Mas não me peça para trocar encanamentos, mexer no quadro de luz, subir no telhado para verificar as condições das telhas. Para isso, mais seguro chamar quem entende. Garanto que é bem melhor que um banho d'agua de procedência duvidosa, um choque ou um tombo de altura considerável, rsrsrs.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Nossas decisões sobre o vovô

Alguém me disse que a vida é feita de renúncias. Na verdade, eu diria que é feita de decisões.

Na terça, quando decidimos aceitar a internação do vovô no São Raimundo, fizemos por acreditar que o quadro inspirava cuidados sim, mas que não envolveria risco de morte.

Ontem, quando fui visitá-lo, estava dormindo a ponto de ser sacudido e não acordar. Em suma, parecia inconsciente. Mas foi o tratamento dispensado a nós, familiares, que acendeu o alerta... desde então, estamos empreendendo esforços para transferi-lo de hospital.

Claro, isso esbarra numa infinidade de burocracias - do plano à negativa de vaga pelos hospitais. Mas quem tem anjos nessa vida, como eu tenho a sorte de ter, dá um jeitinho. E assim, quebrando ou pulando por cima das barreiras, estou certa de que até o final do dia o vovô esteja instalado noutra UTI, sob cuidados de fato intensivos, porém mais humanizados. Inclusive a nós, familiares.

Agora, quanto ao que não nos é permitido decidir, fica a encargo de Deus. Só nos resta orar.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

O desafio dos sapatos

Já vi um blog criado com o propósito de demonstrar a desnecessidade do consumo desenfreado... aí ontem eu me peguei olhando todas aquelas caixas de sapatos que se proliferam pelo quarto...

Ok, eu não sou uma centopéia, como diria minha mãe, rs. Mas poder escolher a roupa e combinar com o sapatinho amado, ai, é uma felicidade.

Casando as ideias, surgiu o desafio de usar um sapato diferente a cada dia... hoje comecei com uma sapatilha bege. Amanhã, bem, amanhã vai depender do figurino escolhido. É estranho montar de trás para frente, ou seja, escolher o sapato para então designar a roupa.

E vamos que vamos, que a brincadeira está só começando, rsrs.

(mãe, não mencione as bolsas, ok? rsrsrs)

Matéria com entrevista minha (eba!)

Ok, ok. Vou sucumbir à vaidade e publicar aqui no blog a matéria sobre "Carros sob cuidados femininos", veiculada hoje no caderno Auto, do Diário do Nordeste, com uma pequenina contribuição da blogueira aqui.


Boas mãos

Carro sob cuidados femininos

04.04.2012

As mulheres estão deixando de serem passivas e assumindo o controle das manutenções do seu próprio automóvel
A prudência ao volante já é uma velha característica do público feminino e isso é refletido nas estatísticas do Departamento Estadual de Trânsito do Ceará (Detran-CE). As mulheres só representam 10,64% dos condutores envolvidos em acidentes, enquanto os homens ficam com 78,41% da parcela.

Além deste perfil, elas estão acrescentando uma nova qualidade ao assumir a direção: a independência e o conhecimento de lidar com a mecânica do automóvel.

Segundo Antônio César Costa, consultor técnico da Oficina Brasil, a mulher está mais atenta às orientações do fabricante dos veículos, seguindo religiosamente o que recomenda o manual do proprietário no que tange à manutenção. "Hoje o publico feminino representa, aproximadamente, 40% dos clientes da loja, sendo que estas são mais favoráveis às manutenções preventivas, até por questões de segurança e receio de ficarem na rua com o veículo quebrado", explica.

O fato da sua parcela estar aumentando também é decorrente do crescimento da frota de veículos e do próprio número cada vez maior de mulheres motoristas. Já foram emitidos a esse público 745.374 habilitações nos dois primeiros meses deste ano, quase 72 mil a mais comparado ao mesmo período do ano passado.

Um exemplo disso acontece dentro mesmo do Detran-CE. Lorena Moreira, diretora de planejamento, afirma como profissional do setor e mulher em tempo integral que o tema "veículos" agora é matéria de discussão das rodas de conversas femininas, o que antes era raro ou impossível de acontecer. "Hoje elas comentam mais, dizem que vão a oficina, leem mais o manual", pontifica.

Para ela, fazer revisão do carro está longe de ser somente uma obrigação e virou terapia. Ela conversa, tira as suas dúvidas com os profissionais e não vê nenhum problema em ter esse trabalho em sua rotina.

Se a partir desse caso aparecer a hipótese de apenas as mulheres que lidam com veículos se interessam por esse segmento, a advogada Tatiana Lambert prova o contrário. "Comprei meu primeiro carro zero em dezembro de 2011. Os outros carros que tive estavam sempre com as manutenções em dia, trocas programadas de óleo e filtros, inclusive o da cabine. Mesmo quando comprei carros usados, fiz questão de receber e ler o manual, para ficar inteirada das peculiaridades de cada um. Dessa forma, fico segura e evito dissabores", esclarece.

E não é somente a cada troca de óleo que a Tatiana aproveita para dar o check up no veículo. "Semanalmente, verifico a calibragem dos pneus (inclusive o step) e o nível do óleo. Só utilizo água desmineralizada e fico atenta ao aditivo. Observo a vida útil dos limpadores e substituo sozinha quando necessário. Sempre desligo os faróis, ar condicionado e rádio, para que ao ligar novamente o carro, a bateria seja preservada, ao dar partida, especialmente pela manhã. Aguardo para que os componentes eletrônicos sejam todos verificados para então acionar o motor. Também mando lavar e aspirar. E, principalmente, fico atenta a qualquer ruído diferente dos que estou habituada. Na dúvida, levo à oficina para avaliação", detalha.

Ela faz questão de saber cada detalhe do veículo, para poder perceber quando algo estiver fora da normalidade. Todos esses itens da sua lista são feitos pessoalmente e sem auxílio de terceiros ou de lembretes da concessionária. Quando não entende, procura checar o serviço, faz perguntas e observa os procedimentos. "Nunca precisei ir à oficina acompanhada e já deixei de fazer serviços em determinados locais justamente porque a equipe achava que seria fácil me levar na conversa", lembra.

Para o consultor Antonio, esse maior interesse por parte das mulheres decorre da realidade delas cada vez mais ocuparem várias posições que outrora eram somente de homens. "Outro fato é que cada vez mais a mulher tem seu próprio carro, sendo que em uma família, cada um cuida do seu ou seja, a mulher abastece, paga impostos, multas e faz a manutenção do seu carro, enquanto o homem cuida somente do seu", acrescenta.

Outro lado da história
Independência não se discute. Cada vez mais, diminui a ideia e a realidade da mulher precisar de uma presença masculina ao seu lado nas visitas às oficinas. "Raramente acontece algum auxilio masculino nas decisões tomadas em relação a serviços executados na oficina, elas estão mais atentas as orientações e cada vez mais informadas sobre manutenção", afirma Henrique Marcelino, gerente de pós-vendas da Suzuki-Sol.

Apesar delas estarem de fato assumindo o controle, ainda há situações frequentes de mulheres que adiam ao máximo os cuidados com o seu automóvel ou preferem delegar as tarefas aos homens.

A secretária executiva da revista eletrônica No Pátio, Virgínia Onofre, declara claramente que não tem paciência e não costuma ler o manual do seu carro. Quando tem que cuidar do veículo, observa de longe, procurando saber apenas qual o prazo de garantia do serviço e do produto. "Geralmente o meu marido leva o carro a oficina, eu aproveito que ele gosta de cuidar do automóvel, então relaxo", explica.

Mesmo tendo exemplos de mulheres que são verdadeiras especialistas no assunto mecânica, há também grandes casos de pessoas como Virgínia na concessionária Suzuki-Sol. "Aparentemente, os homens estão mais atentos quanto aos períodos de manutenção, para que o veículo esteja em perfeitas condições de uso, para que fique dentro das normas vigentes de emissões de poluentes e em dia com a garantia do mesmo, já que fatores externos interferem diretamente no desempenho do veículo", pontifica Henrique.

No entanto, ele acredita que a rotina estressante, o trabalho, tarefas familiares e cuidados com filhos interferem diretamente na atenção referente aos cuidados necessários para a vida útil do produto, inclusive na vinda até a concessionária para as devidas manutenções. Essa observação derivam-se grande parte do fato que, quando lembradas, elas não hesitam em ir a concessionária e cumprir as devidas orientações do fabricante.

Além disso, a participação feminina é presença cada vez mais constante quando o assunto é veículo. "As mulheres são formadoras de opinião, ocupam cargos importantes, buscam praticidade no seu dia a dia, dentro da oficina não é diferente. Há mulheres trabalhando no departamento de mecânica, na nossa concessionária por exemplo, temos diversos cargos ocupados por elas. Não existe mais esta história que mulher não entende de carro, o público feminino vem merecendo atenção especial devido a fatores relevantes que as levam a escolher o produto", afirma.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Considerações sobre merecimento

Quando se é criança, geralmente chega uma idade em que seu objetivo de vida é ter um bicho de estimação. Você sonha com ele, fica com inveja de quem tem, passa pelos pet-shops e usa toda a lista de argumentos para tentar convencer seus pais de que merece e vai ser responsável o suficiente com o animalzinho.

Fica injuriado de tanto ouvir "não", pelos motivos mais diversos possíveis. Chora, esperneia, contra-argumenta, e nada. Daí você esquece e segue vivendo.

Um belo dia, inesperadamente, aquele sonho se torna real... a felicidade de estar em sua companhia é tamanha, que o interregno entre a espera e o encontro se dissolve na rapidez de um sorriso.

Hoje, quando li esse trecho de Caio Fernando Abreu, acabei me dando conta das inúmeras vezes em que argumentei com Deus sobre a imensa vontade de dar "o passo adiante". Chorei, lamuriei, fiz uma centena de besteiras e nada. Creio que não quis enxergar ou ouvi-Lo dizer que eu não estava pronta o suficiente, ao contrário do que pensava.

Agora, enquanto sigo brincando de boneca, de pique-esconde, entre livros e filmes, o meu Pai deve estar avaliando se já atingi o que, para Ele, é o estágio de merecimento necessário. Será uma surpresa maravilhosa, e certamente o tempo que levará até que chegue e se instale, será esquecido na velocidade dos olhares que hão de se cruzar.

"Não se preocupe, não tenha pressa. 
O que é seu, encontrará um caminho para chegar até você. 
Deus não demora, ele capricha."

Uma vida em frases

Já sabem do meu apreço por Clarice [Lispector], por Cecília [Meireles], e mais recentemente por Caio [Fernando Abreu]. São, os três, donos de frases impactantes que contam em retalhos os muitos trechos das minhas trinta primaveras.

Eis que me deparei hoje com um punhado de explicações para o ciclo que se fechou. Obrigada, Caio Fernando Abreu, por resumir tudo aquilo tão perfeitamente:

"Vai passar, tu sabes que vai passar. 
Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe? 
O verão está aí, haverá sol quase todos os dias, e sempre resta essa coisa chamada 'impulso vital'. 
Pois esse impulso ás vezes cruel, porque não permite que nenhuma dor insista por muito tempo, 
te empurrará quem sabe para o sol, para o mar, para uma nova estrada qualquer e, de repente, 
no meio de uma frase ou de um movimento te surpreenderás pensando algo assim como 'estou contente outra vez'." 

Sim, não parei para contar quanto tempo, mas a verdade é que enxergo cores novamente, sinto o cheiro da terra molhada pela chuva, dou-me ao luxo de desligar os telefones quando e por quanto tempo eu quero. Agora, há de fato um espaço nesse coração e nessa mente, aguardando preenchimento que pode se dar hoje, amanhã, ou daqui a seis meses...a depender da delicadeza de quem se dispuser a entrar.

Carpe diem!

segunda-feira, 2 de abril de 2012

O que será de mim, o que será de nós

Há tempos, venho negando a mim mesma a realidade dos fatos. Abstraio, finjo que não é comigo, minimizo. Mas a ela faz questão de ser cruel, mostrar-se quando menos se espera.

Não é de hoje que o estado de saúde do meu avô está crítico. Entre internações, surtos, pneumonias e o Parkinson, vivemos em suspenso, sem saber quando o telefone vai tocar com a fatídica notícia.

Esta noite, estive conversando com meu tio e minha avó, arrematando detalhes sobre a sexta-feira... vovô está possivelmente com a mesma virose que nocateou meu irmão esse final de semana. Como ele dormia, após outra sessão de aerosol, deixei para vê-lo ao final da "visita".

Pela primeira vez, a visão me assustou. Aquele homem que me colocava de castigo, ajoelhada sobre o milho, que tantas vezes me levou à padaria e me presentou com sonho, que consertava tvs jurássicas, e tudo o mais que se pudesse imaginar, deu lugar a um ser pálido, absurdamente enrijecido e fragilizado, totalmente dependente.

Meus olhos descortinaram o véu que eu insistia em manter, por receio. Por mais que seja o curso natural, e no caso dele, até um alívio a tanta provação em vida, não estou preparada. Não mesmo. Ouvir que ele tem falado com as pessoas ao telefone, despedindo-se, é lancinante. Poxa, eu sempre imaginei que o veria chorar ao me ver vestida de noiva, percorrendo o caminho ao altar de braços dados e sorriso franco. 

Certo dia, eu ainda iludida com a pseudo-certeza de que me casaria com (...), empurrava a cadeira de rodas dele até a cozinha, quando ele virou o pescoço e me olhou, perguntando se eu já havia me casado. Ri francamente, fazendo piada da minha condição à época, perguntando se ele se recordava de haver me levado ao altar. Ele voltou a cabeça à posição original e disse "não, não me lembro". Então eu disse que ele estaria lá quando isso acontecesse.

Como não posso lutar com o destino, só me resta pedir a Deus que tenha misericórdia dele, para que não se martirize, não sofra além do que já está passando. 

Eu não quero dizer adeus...

A vontade de nem sei

Há dias em que a capacidade de concentração é inexistente. Fico dispersa, impaciente, um sono descomunal se apodera das minhas células e, juro, não durmo sobre o computador porque a sala não tem paredes, mas sim divisórias com vidro. 

As doses de cafeína são insuficientes, e pelo bem da saúde gástrica e odontológica, limito as xícaras, ainda que o corpo peça mais e mais.

Nunca havia feito antes, mas hoje resolvi abrir a persiana e permitir a incidência solar, ainda que eu fique de costas para a janela. Vez em quando, giro a cadeira e olho lá fora... os prédios, o trânsito, a movimentação da cidade para além dos escritórios. 

A minha dualidade, ao passo que se realiza com o que eu faço, sonha suspirante com uma realidade que jamais experimentou... poder acordar e decidir permanecer deitada, dedicar-se exclusivamente ao ócio, ainda que criativo, porém sem obrigações atreladas. 

Enquanto não posso tornar real a vontade de nem sei*, retiro outro processo da pilha de pendências, ao passo em que verifico compulsivamente as horas e minutos no relógio.

*trecho de "Flor da pele", Zeca Baleiro.

domingo, 1 de abril de 2012

A primeira resposta

Há pouco mais de 10 dias, alguém me disse que eu teria as respostas que tanto queria. Domingo passado, fui deitar pensando nisso, e meio que "conversando" com o Poder Superior, sonhei com meu avô, falecido há quase 15 anos.

Com a mesa fisionomia, porém rejuvenescido e muito sereno, ele mencionou o assunto. Só que ao acordar, a única coisa da qual conseguia lembrar era o encontro. O que foi dito, ficou perdido.

Ontem, conversei com o mesmo que afirmou inicialmente que eu teria as respostas, dessa vez mencionando o sonho. Como previsto, fui informada que as receberia, mais breve do que imaginava. Bem, não precisava começar no dia seguinte...

Já me peguei pensando, remoendo, bradando e chorando, e essa ligação que recebi hoje, de certa forma, fechou um capítulo sombrio da minha vida. A despeito de não acreditar na totalidade do que ouvi, um comentário feito por minha mãe mostrou um lado que eu não vi, que a minha fúria indomável escondeu... creio que, como mãe, a minha percebeu as intenções escondidas atrás das palavras do outro lado da linha.

Enquanto escrevo este post, sinto um profundo alívio por não ter qualquer vínculo ou responsabilidade. Estou livre, e sei que, em que pesem as consequências das escolhas, foram todas acertadas. Sigo, convicta de que a semana começa transformada. Bom prognóstico para o 1º dia do 4º mês do ano!

Obrigada, Deus!