quarta-feira, 25 de maio de 2016

Sobre o intangível e a esperança

Há tantas ponderações sobre a porção intangível da minha vida, que possivelmente nem em três encarnações subsequentes eu seria capaz de [re]avaliar tudo. Os fatos falam por si, e não há como negar que a minha "programação" incluía isso

Não sei dizer ao certo quando eu resolvi, só sei que finquei pé, e não fui demovida da ideia de ir contra o mundo para sustentar essa decisão. Lá pelas tantas, bem próximo da linha de chegada, eu quis parar e olhar a paisagem do caminho, recuperar o fôlego, mudar a rota, sei lá... eu só queria parar, desistir. Incentivada a prosseguir, rompi a faixa e venci a primeira etapa da corrida.

Ainda desnorteada, sem qualquer certeza sobre o que viria a seguir, eu me deixei conduzir pelo fluxo... o que para muitos era uma meta a ser atingida, uma questão de vida ou morte, para mim era só uma etapa a cumprir, pro forma. Creio que tenha sido nesse exato instante que eu senti o peso das expectativas alheias; de joelhos, sustentando o insustentável, percebi que não havia volta. E não houve, da fato. O rio segue para o mar, não é verdade?

Contudo, a matemática "divina" provou que dois-mais-dois-são-quatro, e o nome na lista chancelou o destino, aquilo de que eu [já] me dei conta de que nunca conseguirei escapar. São tantos chamados, incontáveis vozes, e a corrente segue presa ao tornozelo; não há como me desvencilhar daquilo que estava escrito.

Obviamente, e fitando a hipocrisia sorrindo enquanto escrevo essas linhas, nem tudo foi só sangue e ferida; há sorrisos nessa história, assim como espólios dessa guerra que perdura há 11 anos. Rego, diariamente, a esperança de que esse ciclo de expiação se encerre; ou que eu ressignifique tudo isso, e descubra um afeto escondido nos recônditos de minh'alma, vivendo todos os dias até o fim da vida, contente por não ter sido capaz de desistir. 

Enquanto os ventos não mudam, eu agradeço a Deus; porque fé é isso, né? Crer naquilo que [ainda] não se vê.

quinta-feira, 19 de maio de 2016

Feliz aniversário, marido!

😙😁😘Há inúmeros motivos para comemorar o dia de hoje; primeiro, porque acordamos, temos saúde e Deus em nossos corações. Segundo, porque mesmo com toda a dificuldade e interferência, seguimos firmes e fortes. Juntos.

Celebrar o aniversário da pessoa que me escolheu para estar ao lado, na alegria e na tristeza, é uma bênção! Isso me dá, cada vez mais, a certeza de que havia de ser assim. Maktub.

Enquanto eu me reinvento, você segue mostrando o melhor de mim, para que eu não me perca pelo caminho, nem esqueça aquilo que realmente importa. Você me mostra quem eu sou, através da sua percepção, e isso prova o quanto estamos, de fato, conectados.

Ao passo em que você descobre seu potencial como indivíduo, esposo e pai, eu me surpreendo com a sua alegria com os detalhes... você me mostra que é possível ser feliz de um jeito diferente, longe dos olhos invejosos, da língua ferina, da maledicência alheia. Do seu jeito, reinventa-se. 

De seus 35 anos, posso dizer que partilhei bons dias, entre 1989, até hoje. Dos próximos 100, que eu tenha a felicidade de participar de cada minuto, cada momento, e que seja seu o olhar que me fite, do amanhecer ao anoitecer; com a mesma doçura do primeiro dia do reencontro, lá pelos idos de 2012. 

Feliz aniversário, "meu sol e estrelas", calor que aquece os meus dias, luzes que guiam minhas noites. Amo, amo, amo 



terça-feira, 3 de maio de 2016

O avesso da admiração

Há tempos não escrevo. 

Não que falte assunto, ou rompantes me inundem de palavras sedentas para se enfileirar e expor ideias. 

O "freio" para a maioria é a prudência. Por sinal, esse termo não era usual na minha vida, até que o João chegou trazendo um sem-número de questões sobre as quais eu preciso escrever, porém não o faço. 

Daí hoje, ouvi um discurso tão _________________ (preencha aqui o termo que melhor se adeque), e me dei conta de que não é só mulher que costuma sentir inveja do relacionamento de outra; homem sente, e consegue ser pior.

Toda a construção para ocultar a intenção, o ardil, tudo me causou tanta perplexidade, que a única forma de lidar com isso é escrever. A que ponto chegamos, Senhor! 

Quem vê a "fotografia" de um relacionamento não imagina o trabalho que dá conquistar a "pose perfeita", "o ângulo perfeito", "a iluminação adequada"; resumindo: por trás de uma foto p-e-r-f-e-i-t-a, há um incontável número de insucessos, tentativas frustradas, coisas em stand by

Muitos querem a "fotografia perfeita", entretanto não cogitam dar-se ao trabalho para conquistar... e como, via de regra, a inveja é fruto de uma auto-estima mais rasa que o chão, o intuito do(a) invejoso(a) é atrapalhar a vida alheia. É como se sentisse dor, e desejasse ferir outrem, a fim de não permanecer na miséria sozinho(a). 

Dadas as minhas limitações, demasiadamente humanas, só agora [enquanto escrevo esse texto] consigo compreender as nuances do ocorrido, sem ser tomada pela cólera, ponderando inclusive que essa chaga demanda mais oração do que ira. 

Pobre espírito sofredor que, incapaz de construir a própria história, vale-se da opção de tentar envenenar os que lhe cercam, com o propósito de abalar os alicerces alheios. Oremos!

"A inveja deriva da admiração. Logo, a manifestação invejosa corresponde a uma forma sutil de elogio." (Flavio Gikovate)