quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Infância, esportes e desistência

"- Por que você não volta pra luta, você gostava tanto!"
"- Mas é tão bom, tão fácil caminhar."

Sim, eu amo muay-thai, e também não vejo problemas com a caminhada. Só que não tenho explicação para o fato de que as coisas na minha vida, especialmente ligadas a esportes, ficam pelo meio do caminho. 

Tenho elocubrado possibilidades, e de forma bem insípida, tocado no assunto com a terapeuta, de modo que as rasas impressões apontam para questões na infância. Por sinal, confesso que sempre achei balela esse negócio de certas coisas "serem oriundas" de traumas vivenciados na infância. Ledo engano.

As feridas abertas nas primeiras fases da vida jamais cicatrizam, no máximo, passamos o resto dos dias escondendo sob curativos vagabundos, de modo que vez ou outra elas se revelam e trazem à tona dores reais, que julgávamos superadas.

Porém, retornando ao cerne, não fui criada numa família adepta de regularidade esportiva. As primeiras incursões foram frustradas... o balé, por volta dos 6 anos, foi interrompido por caxumba e abortado em razão da mudança de escola. O vôlei, um grande amor da infância e pré-adolescência, foi vítima de um pai austero, eternamente insatisfeito. 

Para ele, meus joelhos nunca estavam esfolados o suficiente, e sempre havia alguém digno de maior destaque que eu. De tanto ouvir que eu não era dedicada, não fazia direito, desisti. Não me recordo com detalhes, mas o registro aqui dentro é esse: você não é boa, não é dedicada, não vai conseguir.

Adicione aí um auxílio de uma mãe cismada com o sono dos filhos pré-adolescentes, que decidiu que o certo era empurrar Sustagem goela abaixo nos dois. Detalhe mortal: após o almoço. Eu, que sempre fui magra, nunca mais fui a mesma. O resto é luta e sofrimento, até hoje. A genética desfavorável foi despertada numa fase crucial, aos treze anos.

Bom, mas de nada adianta chorar o leite engolido, kkk. Terapia, reeducação alimentar, atividade física e fé de que vai dar certo, mais cedo ou mais tarde. Não será em esforço, porque nunca foi. A questão é não desistir mais uma vez.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

O segundo mês e a saudade vívida

Dia 29 deveria ser só o dia da tradição de comer nhoque. Mas desde junho, passou a ser dia de saudade, que o passar do tempo não consegue amainar...

Eu, que nunca fui seguidora do catolicismo, ontem pela terceira vez coloquei o nome do nosso doce mais doce nas intenções da missa de 18h30 de hoje, na paróquia de sempre. Não me pergunte as razões, porque ficarei devendo as respostas. Simplesmente faço.

Impossível não pensar que, se houvesse um único minuto em que tivesse sido dado o poder de escolha entre deixa-la viver (com saúde restabelecida) e partir, eu partiria sem qualquer dor na consciência. Vivi 31 anos, quebrei a cara, tive momentos de felicidade, de uma forma ou de outra, aproveitei a vida.

Não realizei alguns dos sonhos que alimentei, mas isso perderia totalmente a relevância, diante da possibilidade de permitir que a batutinha aprendesse a falar, e enchesse os familiares de "por que?", e sentisse ciúmes do irmãozinho, que fosse à escola de mãos dadas com a irmã mais velha, com quem disputaria brinquedos e atenções.

O que ela representou em nossas vidas ficará eternizado em lembranças, em fotos, mas também em expectativas que jamais se concretizarão. Inevitável acompanhar o desenvolvimento de crianças em idade próxima, sem lamentar o fato de que nunca vai acontecer com ela.

Também não vou me render aos comentários sobre a vontade das demais pessoas em esquecer o que passou. Sempre que a saudade apertar, vou escrever sobre isso e chorar, porque é assim que eu lido melhor com tudo isso. Como tudo na vida, na minha vida. Lê quem quer, vem aqui quem quer.

E todo dia, o meu "bom dia" no escritório é a montagem que a tia Jéssica fez, que está na área de trabalho do meu computador. A foto é a representação material de tudo o que vivi, e aprendi com o sofrimento, e a lembrança de que retroceder não é opção, posto que a missão dela não será, jamais, esquecida.

Perdão, mais uma vez, e obrigada docinho.

Redes sociais, retratos antigos e atuais da vida

Não sei por que cargas d'agua, fui mexer em redes sociais pré-Facebook, e resgatei fotos que, honestamente, nem me recordava de haver tirado.

A propósito, visitei meu perfil orkutiano, e revendo os álbuns, as recordações boas e ruins vieram à tona. Mas o foco nem era esse... eu percebi como a gente muda. O meu Orkut é uma fotografia de uma época meio descompromissada, quando eu adicionava pessoas aleatoriamente, e postava fotos com a mesma velocidade que, num ataque de fúria, apagava sem pestanejar.

Quem se der ao trabalho de andar por lá, não vai encontrar resquícios de relações passadas. Não que eu me recorde, que fique claro, sequer fiscalizei se há ou não fotos de falecidos nos álbuns.

Ok, estou fugindo ao tema do post, novamente. Rever tudo aquilo mostrou o quanto a vida se encarrega de mudar os desafios, reordenar o que julgamos prioridades, mas que na verdade são, muitas vezes, caprichos de crianças mimadas, birrentas.

O Facebook - provavelmente por ser a bola da vez, com atualizações quase que instantâneas - é um retrato mais fiel de quem eu sou, aos 31: mais seletiva, menos impulsiva, observadora, mais consciente de quem sou, do meu papel nessa vida. Continuo meio exagerada, complicada, romântica... 

Não perdi a fé em realizar sonhos simples, porém de grande significado; as experiências vivenciadas me transformaram, mas não fizeram de mim santa; eu ainda tenho dias de mel, e outros de fel. 

Ainda sou eu. Versão ruiva. Mas, eu.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Pois é, né?

O mês acabando, as contas minando as minhas finanças, amanhã faz 2 meses que perdemos Letícia... mas - dizem - life must go on.

Só que eu me questiono sempre: continua mesmo? Porque a impressão que tenho é que as coisas são cíclicas... e terminam voltando ao ponto de partida.

Usando a morte da pequena como exemplo. Em tese, o passar dos dias deveria amainar a saudade, a dor da separação física. Parece funcionar, mas quando percebo, estou olhando as fotos e lamentando o fato de não poder mais abraçar, nem ser útil de alguma forma. A angústia de não ouvir o telefone tocar, com a cunhada do outro lado, pedindo para revezar no hospital...

Enquanto o João Pedro cresce, a Maria Eduarda aprende novas coisas na escola, o "recheio" desse sanduíche ficou congelado em imagens, em lembranças. Não existe mais, fisicamente. 

Às vésperas do segundo mês da partida, aqui dentro [quase] nada mudou. Eu ainda conto o tempo pelas sextas-feiras, ainda tenho cisma com a Galinha Pintadinha, e busco nas menininhas por aí um trejeito, alguma coisa que me recorde, ao menos visualmente, que de fato aquele anjinho esteve entre nós. 

Provavelmente, nenhum aborrecimento pelo qual eu passei, esteja passando, ou venha a passar, é páreo para essa dor.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Definitivamente

É quase uma equação matemática... mas a minha soma de 2+2 não dá 4 faz tempo!

Reeducar-se em termos de alimentação, implantar uma rotina séria de atividades físicas, tudo isso parece coisa do outro mundo, mas não é. É matemática mesmo... Mais exercícios, menos ingestão, é igual a vida saudável... e de quebra, uma silhueta longilínea que faz bem aos olhos.

Percebi que sou adepta do "tudo ou nada": ou estou matriculada em mil atividades, ou jogada na cama numa tormenta mental, culpando ou arrumando desculpas a mim mesma pelo sedentarismo.

Culpar a genética, a disfunção na tireóide, o tempo exíguo... de que adianta? Resolveu, em todos esses anos? Não, claro que não. O que resolve é atitude, e foi o que levei para a cama ontem à noite... a determinação de que só eu posso fazer diferente, mas claro, com apoio de anjos como a Socorro, a Layle e o meu amado. Este, por sinal, em tese nem poderia me acompanhar, mas o fará só para que eu não desista antes mesmo de começar a pegar gosto pela coisa.

Em termos de atitude, combinei com a senhora que faz o café no escritório: trouxe uma garrafinha de 250ml, térmica, e ela a partir de hoje vai separar café sem açúcar. Comprei um Linea (adoçante à base de sucralose) e providenciei um cantinho na sala dos advogados, quase um ponto para o café, rs.

Segunda-feira, o dia internacional da dieta, o dia em que resolvi que lamentar não vai fazer os dígitos da balança sorrirem para mim.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

"Todo dia ela faz tudo sempre igual"

Ok, quando escolhi a área (escritório, CTPS anotada e afins), sabia previamente que "rotina" seria a palavra de ordem. E ainda que haja aventura, vez em quando, a média é realmente burocracia e olho no relógio.

Já falei por aqui, inúmeras vezes, do desejo de alçar vôos por áreas nada afeitas à formação... e apesar dos incentivos dos amigos, de pessoas próximas, não chegou o momento de abrir mão da estabilidade conquistada.

Porém, nada impede de ser arrebatada por uma angústia, um "sentir falta" de algo que jamais tive, uma explosão interna sem que haja movimento de um único músculo. A agonia experimentada por alguém que procura se ocupar, insistentemente, quando na verdade quer permitir o irromper as asas, alçar vôos para longe do que está estabelecido.

Há em mim uma subversiva inerte, assim mantida pelas convenções sociais, pela necessidade de prover a subsistência, e uma dose de caprichos materiais. Em não dispondo de copa acima da cabeça, para desfrutar de sombra acaso as coisas não saiam como planejado, limito-me a nutrir os desejos, brincar de ser quem eu de fato hei de ser, dando continuidade, porém, ao cotidiano de horários, prazos, peças e afins.

E pegando a deixa das músicas de Chico Buarque, Biquini Cavadão e Marisa Monte... 

"Todo dia ela faz tudo sempre igual..."
(Cotidiano - Chico Buarque)

"...acorda todo dia às 4h30 
e já na hora de ir pra cama (...) pensa 
que o dia não passou, 
que nada aconteceu"
(Janaína - Biquini Cavadão)

"Para o telefone que toca
Para a água lá na poça
Para a mesa que vai ser posta
Para você, o que você gosta:
Diariamente.
"
(Diariamente - Marisa Monte)

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Eu sou impaciente

Assim como a Maria Eduarda, que sacode freneticamente o corpo, ou a Letícia, que balançava as mãozinhas de um jeito super fofinho, a titia aqui é agoniada.

A navegação exploratória interna (a.k.a: terapia) pincelou alguns detalhes sobre essa característica, com uma abordagem direcionada. kkkkkk, não é para entender mesmo, a confusão é proposital!

O fato é que se algo não acontece como ou quando eu planejei, o negócio desanda. A reação é a mais infantil possível: birra, bico e uma raiva que me faria arder em chamas tal a personagem Liz Sherman, dos quadrinhos Hellboy.

Bom, em verdade eu costumava alternar entre uma fúria destruidora, ou um sumiço sem aviso nem explicação. Um certo de cujus teve uma parcela significante na transição desses comportamentos para uma habilidade de diálogo, que vem sendo aprimorada com terapia e doses de D.R. bem sucedidas com o digníssimo namorado.

Como ninguém é perfeito, e a terapia não faz milagres, ainda me pego furiosa e remoendo coisas, digerindo até que estejam prontas para serem discutidas. Se funciona, não sei ao certo, mas que previne conflitos com terceiros, isso é fato! Os efeitos colaterais do processo são inevitáveis: dor de cabeça, mal estar... mas como a vida é feita de escolhas, prefiro ficar mal a estragar as relações. Determinadas relações, que fique claro.

N'algumas, eu chuto o balde na hora, sem pena. Se depois eu terei de secar o que derramou, paciência...

Movimento

Nunca imaginei que a minha imensa dificuldade de dar continuidade a projetos ligados à saúde e bem estar físico estivesse ligada à relação com meu pai. Para quem não sabe, convivi com o alcoolismo e suas implicações, por 23 anos.

Só o tempo e a convivência com outras pessoas foram capazes de descortinar o véu, mostrando a face dura dessa doença que fere de morte todos os que convivem com o adicto. E ontem, conversando com a terapeuta, ela lançou essa possibilidade: identificação com o lado negativo.

Vejam bem, faz sentido. E agora, mais do que nunca, estou disposta a romper com isso e seguir a vida, incorporando à rotina os (até então) abomináveis exercícios físicos. (pausa para um esclarecimento: ainda estou desintoxicando do veneno... if you know what i mean). Dessa vez, não por necessidade de agradar a outrem (captaram?), mas porque devem ser hábitos cultivados por questões de saúde, e não para ter uma bunda como a da Vivianne Araújo.

O melhor nisso tudo é o suporte emocional, a pessoa que tá aqui ao lado estendendo a mão e convidando a enfrentar esse bloqueio, juntos. Nada é imposto como condição. E pela primeira vez, sinto que mesmo que [o combo dieta + exercícios] não funcione como eu quero, não serei cobrada por isso, tampouco deixarei de ouvir o quanto sou linda. 

Água mole em pedra dura...

terça-feira, 21 de agosto de 2012

O cliente mais fofo

Retornei do almoço e me deparei com o "pequeno cliente", no colinho da vovó, assistindo "Galinha Pintadinha" no tablet do papai.

Para quem não sabe do que estou falando, explico: há 2 semanas, o filho da dona do escritório me ligou estressado, porque a UNIMED havia negado autorização à realização de "herniorrafia" (cirurgia para remoção de hérnia inguinal). Orientei para que reunisse a documentação necessária e que me entregasse no dia seguinte, pela manhã.

O cirurgião pediátrico marcou a cirurgia para uma sexta, 6h30. Na quinta, comecei o embate para conseguir a liminar... com a orientação para os pais de que realizassem a cirurgia, ainda que arcando com os custos para posterior reembolso.

Por Deus, deparei-me com uma cadeia de gente de coração bom... do pessoal do protocolo e da distribuição no fórum, à diretoria de secretaria da 14ª vara cível. Bem, para resumir a coisa, o bebê de 2 meses foi operado, e se descobriu não uma, mas duas hérnias, removidas de forma bem sucedida.

A liminar foi deferida pela juíza, o mandado entregue à UNIMED, mas mesmo assim o casal arcou com as despesas para obter a alta do filho, porque o Departamento Jurídico da UNIMED só funciona até 17h na sexta-feira, e a autorização mediante liminar só seria possível com a liberação de um advogado, o que não ocorreu.

Bom, como a juíza determinou a aplicação de multa por descumprimento, estou no aguardo do recibo assinado pelo anestesista, para protocolar petição comunicando o descumprimento e pedindo o arbitramento da multa determinada.

Nisso tudo, fora a lição de vida, fica a satisfação pessoal de ter sido útil e poder apertar as bochechas do meu cliente mais lindinho, mais novinho e sorridente. Sem falar que é cheiroso de dar gosto! :)

Reformular? Criar um novo?

Há tempos, venho nutrindo a ideia de um blog privativo, ou mesmo de reconfigurar os padrões deste, tornando-o acessível tão somente a convidados, tal como fez meu dileto amigo Fernando.

Por inúmeras vezes, ponderei e desisti de postar justamente pelo caráter atualmente público do "Ideias": não é possível, nesse formato, controlar quem acessa e o que acessa.

Também não é segredo o intuito da criação desse espaço... escrever sobre tudo, sem reservas, traduzindo em palavras o que vivenciei, numa tentativa de compreender, ou esquecer deixando registrado. Mas a exposição cobra um preço alto, e nem sempre estou disposta a pagar.

Sinceramente, ainda não decidi o que fazer, mas não vou abrir mão de escrever... blog público ou privativo. Mostrou-se o meio mais eficaz de autocompreensão, de exorcismo, de expressão de sentimentos e confusões.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Sorrindo outra vez

De todas as rasteiras que levei nessa vida, a pior, mais longa e mais cruel de todas foi amplamente divulgada aqui nesse blog. Das fagulhas de esperança ao desespero diante das certezas de que jamais se concretizariam. Vomitei cada decepção, cada dor, cada fúria indomável. Talvez também por isso eu esteja aqui, hoje, inteira.

Claro, o bom observador perceberá facilmente as inúmeras cicatrizes... mas só quem de fato sabe o que significam, vai respeitar e calar sobre tais deformidades.

Bom, finalmente, eu descobri que não preciso vestir 38, nem ser rata de academia, tampouco sair por aí de cabelo molhado, espremida numa calça jeans, para ser amada, desejada, idolatrada. Fui surda por vários anos, em vários relacionamentos, mas hoje é diferente.

Quando me diziam que um homem de verdade faria tudo diferente, eu ria por dentro, incrédula. Mas é pura realidade. Quem eu sou, como sou, seja gorda, chata, mau humorada, preguiçosa... tem imenso valor, como eu sempre achei que deveria ser, e nunca foi. Porque para além dos defeitos, há quem enxergue a doçura, a beleza, os detalhes, e valorize exatamente o fato de não ser mais uma.

Ahhhhhhh, e como é bom ser mimada. Ontem ganhei um perfume em comemoração ao nosso primeiro mês juntos. Ele se deu ao trabalho de escolher um presente, uma fragrância que se parecesse comigo. Isso é carinho, cuidado, zelo.

Não tem preço!

sábado, 18 de agosto de 2012

No, you don't no what it's like


Eu poderia ter transcrito a célebre frase* proferida pela Julia Roberts, em "O Sorriso de Monalisa"... mas a minha vida é musical, então nada melhor que uma canção que fale por mim.

*She's smiling, but is she happy?

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Pois é...

Em homenagem à rinite:

"Hoje eu levantei com sono com vontade de brigarEu tô maneiro pra bater pra revidar provocaçãoOlhei no espelho meu cabelo e tudo fora do lugarVê se não enche não me encostaTô bravo que nem leãoE não pise no meu calo que eu te entorno feito águaE te jogo pelo raloHoje você deu azar"
(Implicante - Ana Carolina)

Bom dia para quem precisou tomar antialérgico cedo essa manhã, e terá um loooooongo dia pela frente, com sono e louca de vontade de estar na cama, dormindo.

Imagem daqui
 

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Meu blog, minha casa

Dia 28 de julho de 2012, casa da cunhada, chá-de-fraldas do JP!

Dia 05 de agosto de 2012, Dom Pastel.


Dia 11 de agosto de 2012, Assis 1(?).

Posso não ter mudado de status no Facebook, não encher álbuns propalando aos 4 ventos about us, posso ser comedida nos meus escritos por lá...

...mas aqui no blog, ainda que algumas coisas se percam em rascunhos que, quando ponderados, acabam excluídos, sou a dona da casa. Então, aqui em casa, publico nossas fotos, parcos detalhes tão pequenos de nós dois, e uma música: (que mais serve para mim do que o contrário)


A contagem do tempo

Dia desses, pus-me a refletir sobre a relatividade do tempo... ponderando como se conta de forma diferente os dias, a partir de experiências vivenciadas. Isso porque comentava com o namorado sobre nosso primeiro mês juntos. Trinta dias, dentro de cinquenta e um desde a perda do doce de batata-doce.

Sempre que me flagro pensando sobre esse tipo de coisa, uma música me vem à cabeça: "Quanto tempo demora um mês pra passar", do Biquini Cavadão.


De fato, enquanto o relacionamento parece ter décadas de existência, a despeito dos trinta dias iniciais, a despedida todo dia parece ter sido ontem. Dói menos, mas dói sempre. Quase como no filme "Como se fosse a primeira vez", ou seja, diariamente (e piora às sextas-feiras) a gente revive aquele fatídico dia 29 de junho de 2012.

Ainda que, no dia em que fizermos 30 dias juntos, serão 51 sem ela, e 9 com João Pedro. A contagem de tempo depende do enfoque.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Vida em tons de azul, saudades dos tons de rosa!

Vovó Vanilda e tia Tati no making off, rsrs.
Ê coisa boa é colinho de tia!

Eis que estreiamos como tias de menino, graças ao João Pedro, essa cópia da Maria Eduarda, versão baby boy.

O misto de euforia pela chegada, e saudade em relação à partida prematura do doce mais doce, é inevitável. Inclusive, a vovó Eveline comentou, com lágrimas nos olhos, que essa mantinha na qual ele está enroladinho nas fotos estava cheia de fios de cabelo da nossa pequena.

Sim, alguns dos itens do enxoval do caçula da família eram dela. Vai levar um tempo para que possamos dissociar brinquedos e afins, que pertenceram a ela, e daquele fatídico dia em diante, incorporaram os pertences dele.

O que era rosa ou lilás, ou seja, predominantemente baby girl, foi repassado à prima Yasmin, que chega em setembro para compor a família Mercado Guimarães. À família Lambert Brasil, resta a saudade e a esperança de que Deus, em Sua infinita sabedoria, fornecerá meios para que nos acostumemos com essa ausência ainda tão presente.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Um novo ciclo, uma nova vida: João Pedro.

Que a vida é cíclica, não tenho dúvidas. 

Hoje, ao contrário das últimas 5 sextas-feiras, acordei essa manhã ansiosa por notícias de um nascimento. Eis que, lá pelas 7h, o telefone tocou: João Pedro nasceu, pesando 3,6kg e medindo 51cm. Um pequeno desconforto respiratório, em razão de líquido no pulmão, mas nada a temer.

Ontem à noite, ficamos um bom tempo concluindo as lembrancinhas de nascimento (posto as fotos quando a irmã baixar da máquina para o pc), e me dei conta de que a partir de hoje, as nossas vidas serão azuis, e não mais somente rosa ou lilás.

Esse menino vem para nos mostrar que Deus tem propósitos os quais não nos cabe discutir, rechaçar, nada. Basta aceitar. Ele é a oportunidade de recomeçarmos: é como se Deus nos dissesse "ok, vocês erraram, mas têm uma nova chance de fazer tudo diferente, e muito melhor!".

Sim, pequeno príncipe, seremos todos bons companheiros nessa jornada, com um anjo guardião todo especial! 

Obrigada, Senhor, por essa nova vida.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Filhos e o reflexo da nossa própria criação

Ontem eu percebi o quanto realmente nossa criação prejudicou a forma de ver o mundo, de lidar com as gerações que se seguem. Estamos passando adiante as lições ruins que aprendemos.

Pior é a negação de que isso é realidade. "Não, eu sou bem resolvido, não tenho traumas", foi o que meu irmão disse. Ledo engano... a primogênita dele é a prova disso. Quando contrariada, reage de forma idêntica a ele. Quando ignorada, os meios de chamar atenção são cópias fidedignas.

Ainda que ele reconheça comportamentos próprios nela, justifica alegando que é o DNA. Não, não é. É comportamental. A criança é um reflexo da criação, e percebe com uma facilidade inacreditável e com a mesma habilidade que a água, como transpor obstáculos para atingir seus objetivos.

Bom, para resumir a história, ele ouviu - digamos - algumas coisinhas ontem à noite, sobre omissão, necessidade de suporte psicológico, visitas, experiências da nossa criação (especialmente no que tange às visitas das crianças à avó paterna, já que todo domingo era dia de almoçar na casa da vovó Francisca).

Espero que ecoe nele e que haja correções na rota, para o bem e o futuro da Duda e do JP.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

"Into the colors of the dusk"

Há dias, uma canção do Ben Harper voltou às rádios... por sinal, a minha favorita dele: In The Colors.


Não obstante a letra cheia de significado, o ritmo condiz exatamente com a fase atual da minha vida. É tranquila e contagiante, para dançar ou simplesmente "viajar" na melodia.

A despeito das bagagens que cada um traz consigo, das dificuldades inerentes ao relacionamento em si, aos fatos que não posso controlar, enfim... ainda que haja picos a serem transpostos, a certeza de que a pessoa está ali, ao lado, transmite uma força incrível, e dá a sensação de que é factível superar obstáculos. Como diz um trecho da letra:

Os caminhos em que estamos andando
Eles desabarão atrás de nós
Mas se os deixarmos agora
Eles nunca
Eles nunca nos encontrarão

E eu não vou desistir, porque pela primeira vez na vida, não preciso carregar nem empurrar ninguém para continuar a caminhada. Somos dois indivíduos, lado a lado, trilhando a mesma estrada, com propósitos afins.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

A culpa do cansaço e do não emagrecimento

Finalmente, a consulta com a endocrinologista. Aqui, um adendo: está cada dia mais difícil marcar consultas com médicos que atendam pela UNIMED. Via de regra, você entra numa lista interminável de espera, ou se rende e paga cerca de R$ 200,00 por uma consulta.

Bom, pondero da seguinte forma: a mensalidade do meu plano, um dos tops do convênio, gira em torno desse valor e, em tese, garante a mim o direito de ser atendida sem restrições, inclusive gerando a expectativa de atendimento em caso de urgência e emergência.

Eu poderia escrever linhas e mais linhas acerca do absurdo que o consumidor paga pelo plano, e a miséria que o convênio repassa ao prestador... mas vou me abster de comentar, já que não é o intuito do post.

Pois bem, a Dra. Valesca Torres desvendou o mistério e decretou: hipotireoidismo. Claro que ser diagnosticada causa alívio, ainda mais quando se está há meses (pelo menos 12) peregrinando por consultórios para ouvir isso. A angústia de ver no laudo do ultrasson a palavra "cisto", ainda mais tendo uma amiga que descobriu um CA na tireóide após o mesmo exame; e, claro, tendo perdido uma sobrinha em decorrência de complicações com leucemia, é para não dormir tranquila.
 
O tratamento em si deve ser algo no mesmo sentido do que fiz quando descobri o problema, lá pelos idos de 2002... hormônio sintético. Porém, e o que fez toda a diferença no quesito in love com a médica foi o fato de ela ter pedido um exame que nenhum outro médico se deu ao trabalho de sugerir: "perfil metabólico". 
 
Bacana, já que a minha família é, via de regra, de gordos ou obesos. Só a genética, por si só, já trabalha contra o processo de emagrecimento, então se aliada à disfunção da tireóide, palmas palmas porque nada funciona que preste, rsrs. Não adianta regular a alimentação, fazer exercícios, porque a balança vai continuar mostrando aquela casinha sombria dos ... (ok, você realmente achou que eu informaria o meu peso? sorry, but not).
 
E vamos que vamos, mandar buscar as guias e tratar de fazer logo o(s) exame(s). 
 
Agora vai! ;) 


quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Ferimentos em processo de cicatrização

Fui vislumbrada quando estava imersa numa fase da qual saí despedaçada, deformada, cheia de dor e refratária (para usar o termo empregado pelo amigo Descarrado). Enquanto as pessoas me olhavam com dó e uma boa dose de insensibilidade, alguém me enxergou humana, de fato.

Com o passar dos dias, o processo de regeneração piorou a aparência, com o propósito de curar de dentro para fora. Aos poucos, as cascas vão se desprendendo e revelando uma nova pele, extremamente frágil, que necessita de cuidados até se estabelecer plenamente.

A essência foi modificada, não há como negar. Quem passa por tudo isso jamais será como era antes... mas no meu caso, há muitos ganhos, a despeito das perdas expressivas. O externo vai refletindo, cada dia mais, essa transformação. E eu vou deixando o casulo para, enfim, virar borboleta.

Os "remédios" que curam e acalmam, interna e externamente, são muitos... mas a mansuetude de um relacionamento sincero, honestamente, talvez seja o mais bacana nisso tudo. A terapia criou um alicerce sólido, sobre o qual posso construir, sem medo de que tudo caia por terra.

Para a pele nova e fragilizada, filtro solar e cuidados intensivos; para o coração doído, doses homeopáticas de aceitação e amor; para a saudade que ficou, o tempo e a certeza de que Deus escreve certo, por linhas que geralmente enxergamos tortas.