sábado, 30 de outubro de 2010

Clarice Lispector, uma dor, Marisa Monte

"Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. 
Não altera em nada... 
Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. 
A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..."

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"Escrever é procurar entender, é procurar reproduzir o irreproduzível, 
é sentir até o último fim o sentimento que permaneceria apenas vago e sufocador. 
Escrever é também abençoar uma vida que não foi abençoada."

Qualquer semelhança não é mera coincidência. Escrever ajuda a entender, a explicar. Serve como válvula de escape, muito mais do que a própria necessidade de comunicação. É um meio muito eficaz de entender-se a si mesmo.

Ainda que haja momentos nos quais o que se escreve parece não fazer sentido, aí reside muita bagagem, muito conhecimento de causa. Nem tudo é fórmula matemática, receita de bolo. Em algumas ocasiões, a gente escreve o que os dedos querem, não o que a cabeça ou o coração pedem. Simplesmente, escrever torna-se mais simples que chorar, ou dormir, ou comer.

Ajuda a ver o tempo passar, a dor, secar. Enquanto esse buraco estiver aqui dentro, latejando, serão muitos e muitos posts-desabafo. Não pretendo, vejam bem, passar o resto dos meus dias lamentando a decisão que tomei. Só preciso assimilar, cicatrizar, para seguir adiante.

Cá estou, sem emprego, sem o que eu achava que era um amor recíproco, para a vida inteira. Ficou só a minha metade da história. O resto, perdeu-se. Agora, preciso me reencontrar, como diria Marisa Monte:

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