sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

O dilema da sexta

Há dias, enfrento um dilema. Grande parte das pessoas, ao lerem sobre o meu, provavelmente vai julgar absurdo; porém, é preciso avaliar o contexto antes de crucificar a blogueira. Vamos aos fatos:

É cediço que não tenho relação alguma com meu irmão; consequentemente, não acompanho a vida das filhas dele... o pouco que chega a mim, comumente advém da mamãe. Honestamente, apesar de gostar de crianças, não vejo laços afetivos entre nós. Confesso, ainda, que sou mais "tia" da Júlia, por exemplo, do que propriamente das sobrinhas de sangue. Ah, sem falar nas afilhadas... amor quase que maternal desde o princípio.

Por sinal, falando nas afilhadas, creio ter sido escolhida justamente pela dedicação... quanto à Vitória, fui babá com muito gosto e afinco... treinando para os primeiros dias da Giovanna, cuja mãe saiu da maternidade diretamente para a minha casa. Foram algumas noites sem dormir, preparando mamadeira, trocando fraldas e tudo o mais.

Ok, devo informar aos leitores que jamais peguei nenhuma sobrinha no colo, por livre e expontânea vontade. Creio eu que a primeira vez que a mais velha veio a mim, tenha sido no aniversário de um ano, quando outra tia chegou e colocou-a no meu colo. Não foi confortável, eu me senti despreparada, diferentemente da Tatiana que cuidou das afilhadas recém-nascidas, dando banho, inclusive.

O que eu quero dizer com tudo isso é que não sei como agir diante do convite para ir à comemoração do aniversário de 4 anos da primogênita, hoje à noite. Em duas oportunidades, eu fui, mas incentivada e meio que "protegida"; este ano, não há mais aquele "escudo". Digo "escudo" porque, é fato, jamais fui agredida justamente pelo fato de estar acompanhada. Quer queira, quer não, a "barreira" é eficaz, porém não persiste aos tempos atuais.

Alguém me disse que eu deveria ir, construir "pontes" para estabelecer uma relação, ainda que meramente cordial, diante do fato inescusável de que temos laços de sangue. Não sei... eu me conheço, eu o conheço, e nós somos combustível e pólvora: ambos potencialmente destruidores, se colocados juntos. Nenhum é fácil, nenhum baixa a guarda. 

Em resumo, não sei como agir diante disso tudo. O bom senso diz que é preciso ir, os fatos ponderam pelo recuo. Alguém tem a solução?

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