segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

O que o UFC 140 tem a ver comigo

Ok, por causa de outros compromissos, acabamos por não assistir, ao vivo, o UFC 140. Mas, Deus abençoe quem inventou a reprise, rsrs. 

Ontem à tarde, mais noite do que tarde, rsrsrs, tivemos um momento de felicidade, um de tristeza, e outro de aflição. Calma, eu explico. Três brasileiros estavam no card principal: Minotouro, Minotauro e Lyoto Machida. O primeiro ganhou, e foi bonito de se ver! O terceiro começou tímido, ganhou confiança e justamente por isso, acabou "apagado" em pé, com uma guilhotina no pescoço. 

Quanto ao segundo, cabe aqui uma análise mais detalhada. O Rodrigo (Minotauro) é um cara batalhador, e é gêmeo do único brasileiro vencedor dessa edição, o Rogério (Minotouro). Tem um cartel invejável, mas de uns tempos para cá, as coisas não andam muito boas para o lado dele. Cirurgias, lesões, tudo não necessariamente nessa mesma ordem.

Daí que o cara vai à revanche com o cidadão que lhe tirou o título, lá pelos idos de 2000. Toda expectativa em cima dele, a auto-cobrança, enfim. É muita pressão. Ambos são exímios lutadores de jiu-jitsu. Aí residiu o erro fatal: querer decidir a luta "no chão". Enquanto se utilizou das técnicas ensinadas pelo Júnior Cigano (campeão dos pesos pesados do UFC), tudo ia maravilhosamente bem, até forçar a queda, e "esquecer" o braço direito de bobeira.

Você deve estar se perguntando por que estou descrevendo em detalhes uma luta. Sabe o que é? Eu me vi ali, como ele. Vou continuar explicando, para você entender...

O adversário, oportunista, agarrou-lhe o braço e teve início uma série de cambalhotas de ambos. Em se tratando do brasileiro, era uma tentativa desesperada de não se entregar. Quem via aquilo, rezava para que ele "batesse", ou seja, que interrompesse a luta. Mas ele não o fez, e o combate foi interrompido pelo juiz, quando as imagens nos mostraram a todos, inclusive a ele árbitro, uma fratura do úmero simultaneamente ao deslocamento do ombro.

A dor estava estampada nas feições dele, mas o mais visível era a perplexidade diante de mais uma derrota. Ali, deitado no octógono, esperando os paramédicos, e vendo a "festa" para o vitorioso, e a tv americana reprisando a fratura, exaltando a "finalização". De relance, nós assistimos, boquiabertos, o socorro dos paramédicos.

Eu via tudo aquilo e pensava em mim. Quantas vezes os meus comportamentos resultaram em situações-limite, em que eu deveria ter "batido" e não o fiz, acabando por ser "finalizada" com dor e sofrimento? Tudo para não decepcionar, ou manter meu ego, alimentar meu orgulho. O que eu ganhei com isso? Nada. Ou pior, feridas que não cicatrizam. 

Hoje, desesperada por notícias do Minotauro, vejo as fotos dele no jatinho do Danna White (proprietário do UFC), sendo levado do Canadá para Los Angeles, onde deverá ser operado nos próximos dias. E fica a pergunta: há esperaça de retorno ao octógono???

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