terça-feira, 22 de março de 2011

Um post de incentivo

Escrevi, há alguns dias, acerca dos novos horizontes que vislumbro para minha carreira. Melhor dizendo, uma nova carreira, preliminarmente correndo em paralelo à atual, para, posteriormente, tornar-se exclusiva.

Meu caríssimo e singular amigo Fernando Cavalcanti, sobre o tema, prestigiou-me com um post, entitulado "Nossa Glória Kalil", escrito em seu blog http://umhomemdescarrado.blogspot.com.

Peço desculpas a quem me lê, mas um elogio assim, de coração, faço questão de postar aqui. Modéstias à parte, estou qual pinto no lixo, ou barata em bico de galinha. rsrsrsrs Claro, isso reforça também a vontade de correr atrás desse sonho recém nascido

Fernando, não tenho palavras para agradecer tamanho incentivo. Só posso mesmo seguir em frente, persistir.

Nossa Gloria Kalil

Uma amiga fez uma confissão: a certeza que tinha na vida – a vocação para o Direito – está abalada. É assunto dela, não convém entrar no mérito. Cada um sabe onde aperta o sapato. Seu sapato está a lhe incomodar.
E já vislumbra outra possibilidade – o ramo da moda. Alguém há de perguntar – ô povo curioso! – por que o ramo da moda. É ela mesma quem responde: “os olhos brilham, o coração aquece, o assunto é tão apaixonante, tão instigante, tão tudo, que poderia ficar horas a fio falando ou lendo sobre ele!” Até onde sei isso é amor. Ela ama tudo o que diz respeito a moda.
É fantástico que haja pessoas dispostas a pensar em mudar o rumo de suas vidas. A grande maioria nem sequer se permite tal elucubração. É, portanto, um ato de coragem e, como diz o Convey, uma casa existe primeiramente na imaginação. (Foi o Convey ou o Kiyosaki? Digamos que tenha sido o Convey.) Tudo o que o ser humano faz desenha-se, em princípio, em sua imaginação.
O problema foi a opinião de uma amiga de minha amiga. Para ela a amiga não tem talento para vender. Será?
Acabo de receber e ler o texto do senhor Richard J. Ablin publicado na seção Opinion do The New York Times de 10 de março de 2010, há pouco mais de 1 ano. Lá ele diz o seguinte sobre o PSA, o antígeno prostático específico, descoberto por ele próprio em 1970: “o exame é tão eficaz [para detectar o câncer da próstata] quanto jogar uma moeda para sorteio. Por muitos anos tenho procurado deixar claro que o PSA não pode detectar o câncer de próstata e, mais importante, não pode distinguir entre dois tipos de câncer de próstata - aquele que vai matar e aquele que não vai.” Mais à frente ele pergunta e ele mesmo responde: “Então, por que ainda é usado? Porque as empresas farmacêuticas continuam vendendo os exames e os grupos de pressão que promovem a ‘conscientização sobre o câncer de próstata’ incentivam os homens a fazer os exames. Vergonhosamente, a Associação Americana de Urologia ainda recomenda a triagem, enquanto o Instituto Nacional do Câncer é ambíguo sobre o assunto, afirmando que a evidência não é clara.” (http://www.nytimes.com/2010/03/10/opinion/10Ablin.html)
            Bem se vê que até mentiras científicas são bem vendidas, se o marketing for poderoso, apelativo e a informação for restrita a uma comunidade médica silente.
            Longe de mim fazer tal analogia com os dotes comerciais de minha querida amiga. O que quero dizer é que todos vendem, todos nós vendemos. Ficou claro acima que ainda se vende às pessoas a idéia de que determinado exame é o que há para detectar determinada doença, apesar de vasta evidência científica indicar o contrário. O pior ou melhor produto que se pode vender é uma idéia. Se for boa, ótimo; se for má, ai de nós.
            De fato vendemos tudo, todos nós. Uns vendem produtos, outros vendem serviços, e ainda outros vendem idéias. A amiga de minha amiga tenta, não por mal, mas por um ímpeto, lhe vender a idéia de que ela não conseguirá vender por não ter os dotes necessários. Infelizmente ela se esqueceu de enumerar quais são esses dotes. Com efeito, todos nós temos os dotes necessários. O problema é o que se ensina e o que se aprende. A amiga de minha amiga estava tentando dizer que ela não saberia vender produtos de moda, que ela só sabe vender um único produto: seus conhecimentos jurídicos. Ela foi treinada para tal. Não foi treinada para vender blusas, saias, camisas, echarpes, anáguas, coletes, vestidos, etc. etc. etc.
            Pois tudo se aprende. Não aprendeu a advogar? Aprende a vender e, melhor, aprende a criar. Aí estará seu talento: criar. Se criar algo que encante, criará algo que se vende por si mesmo. Vender será o detalhe menor. Ademais, minha amiga começou bem – reconhece a necessidade de estudar para o novo ofício, que seguirá em paralelo com sua carreira de advogada. Amor pela atividade, curiosidade e vontade de aprender. Alguma dúvida de que ela chegará lá? Eu não tenho nenhuma.

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