quinta-feira, 4 de novembro de 2010

As implicações das escolhas

Hoje fui à consulta de rotina com um novo ginecologista... 

***Pausa para considerações***

Sempre tive uma opinião pré-concebida acerca de médicos ginecologistas. Afinal, homem é homem, e é absolutamente constrangedor imaginar a possibilidade de mencionar situações íntimas para um estranho, ainda que profissional habilitado para o exercício de tal função. Isso sem falar no exame em si. Dispensa comentários.

Bom, mas as circunstâncias terminam por nos forçar a rever paradigmas, mudar os hábitos. E sabem de uma coisa? Que bom! Esse médico desmistificou os meus receios, conquistou minha confiança, e ainda me deu um sermão sobre o fato de eu estar com 29 anos, ser usuária de anticoncepcional há 7 anos, e não ter filhos até a presente data.

***Retomando o post***

As pessoas se surpreendem quando eu digo que não penso em ter filhos. Algumas das minhas amigas mais antigas recordam-se perfeitamente dos meus planos acerca da maternidade, dos possíveis nomes e das relações imaginárias entre os "filhos" que viríamos a ter. Sim, porque eu já fiz planos nesse sentido. Assim como planejava se ruiva para todo o sempre; ou nunca, jamais e em tempo algum, ser loira, rsrsrs.

O fato é que, com o passar do tempo, a gente muda. Aliás, que maravilha essa possibilidade de mudar, porque permanecer imutável, além de chato, causa imenso sofrimento. Pois bem, hoje, penso que a maternidade é uma experiência para a qual não estou preparada, física, emocional e espiritualmente. Alie-se ao fato de que não tenho marido; e honestamente creio que o ideal para uma criança é ter pai e mãe, juntos, em situação estável (em todos os aspectos).

Voltando ao médico... ele me dizia que se eu pretendia ter mais de 3 filhos, já estava atrasada. Mesmo certa da minha decisão atual, ouvir esse tipo de coisa sobre relógio biológico, causa espanto. Ali, sentada, percebi que o tempo está de fato se esvaindo. Cada ano, a partir dos 30, tem impacto na fertilidade. 

Quando ele concluiu o discurso médico, eu lhe disse que não pretendia ter filhos. Para minha surpresa, ele não me criticou, e ainda por cima me disse que não tem filhos, nem sente falta de tê-los. Acho que ele, assim como eu e Liz Gilbert (autora dos livros "Comer, Rezar, Amar" e "Comprometida"), deve preferir permanecer alistado à "Brigada das Tias/Tios", a ser intencional ou sumariamente alistado ao "Exército das Mães/Pais".

Quando li sobre isso no livro Comprometida, rsrs, achei fantástico. De fato, nem toda mulher precisa ter filhos. O mundo já está cheio de corajosas que se encarregam de povoar o planeta. É super confortável ser tia/madrinha, porque ao menor sinal de alerta, a gente pode devolver a criança (aos pais).

É... mas o que o médico disse marcou a minha vida. Se a escolha se mantiver, sem problemas. Agora, se eu mudar de ideia (o que me é totalmente permitido, já que se trata da minha vida, do meu corpo, e eu tomo as decisões), vou ter que torcer para que dê certo. Mas, como diria Marisa Monte, "o que passou calou, e o que virá, dirá".

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