quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Sessão de Terapia, terapia real e a vida

Eis que a minha atual-série-favorita, Sessão de Terapia, termina na próxima sexta, dia 30/11. Sinceramente, nem saí por aí lendo a opinião alheia, porque na verdade fui capturada pelo projeto e simplesmente fiquei encantada.

Eu me vi um pouquinho em cada um dos pacientes, e muitas vezes na pele do próprio terapeuta. E, claro, o meu respeito pelos profissionais foi alçado à estratosfera... sim, porque quando se é paciente, a percepção é limitada: você acha que o psicólogo é seu, o horário é seu, e a pessoa é uma máquina à disposição. Ledo engano.

Creio que, justamente por ser de carne e osso, as leis de afinidade operem tão severamente. Quem nunca saiu de uma sessão dizendo - ou pensando - que não foi com a cara do fulano? Eu mesmo tive 4 terapeutas, duas das quais pareciam ETs sentadas na minha frente. Por muito tempo, fui partidária da ideia de que aquilo não funcionava. Mas as outras duas abriram um mundo de possibilidades.

Pessoalmente falando, sempre torci o nariz quando ouvia que as respostas estavam dentro da gente. Mas a Isa e a Suyanne foram além... elas se dispuseram a ficar ali, ao lado, enquanto eu passei a testar todas as chaves que tinha à disposição, para destrancar as inúmeras portas que há em mim. Incrível como temos portas que sequer sabíamos que existia; muito menos o que escondia...

Pois bem, voltando à série do GNT... o episódio de ontem foi particularmente tocante: primeiro, porque deveria ser a sessão do Breno, um atirador de elite, que acabou sendo abatido em confronto, duas semanas atrás. Segundo, pela questão de lidar com a morte em si. Terceiro, porque o Théo (o terapeuta, vivido pelo ator Zécarlos Machado) foi abordado pela filha, acerca da questão de estar saindo de casa.

O diálogo entre eles mexeu comigo. De alguma forma, eu me vi na Malu e nas suas dúvidas, nos seus medos, diante da separação dos pais. Por sinal, a questão das relações com os pais é recorrente em todos os personagens. Aliás, peço vênia para transcrever aqui a opinião do jornalista Dirceu Alves Jr. (blog do Dirceu, na Veja SP, acerca de um episódio que também me marcou:

No episódio da terça-feira, dia 20 de novembro, o psicólogo Theo recebeu a visita de Antônio, o pai do atirador de elite Breno (papel de Guizé), recentemente morto. E quem estava ali, incorporado naquele personagem, era Norival Rizzo. Assim como Zécarlos Machado, Rizzo também pode ser considerado um dos grandes dos nossos palcos. (...)

Antônio, o personagem, aparece cético diante do psicólogo. Questiona a relevância do trabalho do outro e o quanto a psicologia pode ter mais atrapalhado que ajudado seu filho confuso. Num crescente embate, transforma-se sem querer e ter noção em mais um paciente, chegando a perder as estribeiras e a esbofetear Theo. A câmera de Selton Mello vai de close em close, do ponto de vista de um para o de outro. Texto e ator, nada mais. Zécarlos Machado e Norival Rizzo deitam e rolam nos diálogos, dá vontade de pular na cadeira em casa e aplaudir.

E é verdade... a "verdade" das situações, a entrega dos atores, o texto... é tudo fantástico. Os episódios são quase como uma complementação da terapia que eu mesma faço... é incrível como a percepção da gente muda, seja pela terapia real, seja pelo impacto das cenas que assistimos.

A partir de sexta, serei órfã, e só vai me restar torcer para que o GNT lance uma nova temporada... e que a minha terapeuta não me dê alta tão cedo ;)

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