segunda-feira, 16 de julho de 2012

Tempo, tempo, tempo, tempo...

Cheguei a acreditar que jamais sentiria o sangue correr pelas veias, corar as bochechas e aquecer o peito. Enquanto eu me escondi das sombras, chorei e pedi, milhares de vezes, para que Deus alterasse aquela situação.

As perdas - emocionais, físicas, financeiras e todas as outras - abalaram as convicções, as certezas, chacoalharam as futilidades e descortinaram uma verdade para a qual eu estava cega.

Mas como canta minha musa Marisa Monte:
"mas agora o destino
a tudo modificou
Minhas lágrimas secaram
Meus tormentos terminaram
Foi uma nuvem que passou"

Não, não e não, está tudo longe da perfeição, e ainda muito fora do lugar. Não se pode querer reorganizar uma casa nas horas que se seguem ao tsunami. O que quero dizer é que, ao passo em que as ausências cobram seu preço, as chegadas amenizam a dor, disponibilizando-se a nos dar a mão para seguirmos juntos a caminhada pelo futuro.

Há as chegadas que na verdade são reencontros... e isso me lembra outra canção, só que do Lulu Santos:
"Hoje o tempo voa, amor
Escorre pelas mãos
Mesmo sem se sentir
que não há tempo que volte, amor
Vamos viver tudo que há pra viver
Vamos nos permitir"

E é me permitindo ser feliz com esse reencontro que a vida segue seu curso, meio que homenageando quem não está mais ao nosso lado fisicamente, porém certamente torce lá de cima para que a gente faça as coisas certinhas por aqui...

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