Mamãe defende a tese de que as mídias em geral - blogs, Facebook, Twitter e afins - são um perigo em termos de autoexposição. Desta feita, julga absurda, além de considerar uma imensa perda de tempo. Paciência... nariz e opinião, cada um tem o seu.
Quando criei o blog, e incluí entre os endereços receptores automáticos de posts o dela, passei a ouvir comentários de toda sorte, usualmente negativos em função da sinceridade com que escrevo, desnudando a mim mesma, o que na opinião da genitora, seria pejorativo.
Não que as críticas tenham limitado minha capacidade de criação, meu desejo de transcrever em palavras o que vai em mim... mas passei a ser comedida, ainda que em proporções inferiores ao desejo dela. Sim, e você que me lê deve-se perguntar por qual motivo estou aqui a divagar sobre isso... pois bem, é que, conforme expliquei en passant, estou exposta como jamais estive.
A diferença é que, pela primeira vez na vida, decidi me colocar no lugar da outra pessoa, no intuito de preservá-la ao máximo das consequências inevitavelmente dolorosas inerentes à situação. Devo isso às sessões de terapia, e claro, a todo o sofrimento experimentado com as perdas de nossa família.
Quando digo que a doença do nosso anjinho tocou a cada um de nós, das mais diversas formas, a mim serviu para humanizar e mostrar que há muito mais para se preocupar do que alimentar mágoas. Foi preciso perder um pedaço de mim com essa dor excruciante, para compreender. E não desejo a ninguém tal experimentação.
Se entendi que a minha ansiedade em publicizar certos atos é menor que o dever de preservar os sentimentos alheios, as relações que remanescem, creio que estou amadurecendo. Talvez fosse justamente isso que eu precisava para, enfim, merecer um final feliz.
Na verdade, final não. São reticências de um futuro que promete muito!
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