"Não conseguiam disfarçar o que havia de mágico e extraordinário entre eles. Ainda que separados pelas formalidades, a troca de olhares era capaz de derreter os gelos nos copos, esfriar as refeições distintamente servidas à francesa...
Os [poucos] momentos em que dirigiam duas ou três palavras a outras pessoas, verdadeiramente significavam um esforço para não largar tudo aquilo que era chato e parecia não ter fim.
Alguns diriam que era somente o afã dos jovens enamorados, logo amornaria e perderia a graça. Apesar de cientes dessa possibilidade, ambos preferiam manter nutrida e iluminada a 'plantinha' que era aquele amor. Ainda que isso representasse uma afronta aos costumes, às regras impostas pelas famílias, pelas convenções.
Mesmo diligentes com os gestos afetuosos, evitando constranger um ou outro baluarte da moral e dos bons costumes, era impossível estar na presença daqueles dois e não crer na força do [verdadeiro e desinteressado] amor, em contrapartida aos esforços das famílias em unir seus sobrenomes e patrimônios, ignorando a cola que de fato une um homem e uma mulher.
Aos pombinhos, e demais entusiastas do romance real, só resta aguardar as cenas dos próximos capítulos dessa história, que apesar das semelhanças, nada tem de conto-de-fadas."
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