Tenho refletido muito sobre o fato de contar com quase 32 anos, e ainda estar sob o teto materno.
Não posso reclamar de liberdade tolhida, tampouco de queixas ou comentários lastimosos sobre o fato, por parte dela. Por vezes, cheguei a pensar que ela não crê que eu, de fato, vá sair um dia.
A bem da verdade, após a separação, assumi muitas das funções que eram [ou deveriam ser] do patriarca. Hoje, quando precisa de algo sui generis, mamãe me chama de McGyver. Isso porque da parte elétrica, aos "jeitinhos para tudo", a pessoa aqui tem que se virar e resolver, rsrsrs.
Dia desses, enquanto ela quebrava cabeça para instalar um "clip" daqueles perfumados, numa saída do ar condicionado do meu carro [ela comprou para o dela, odiou o cheiro e prontamente foi instalar no meu], tomei a frente e, abrindo com a chave do carro uma das "perninhas" do clip, encaixei e perguntei como ela iria se virar, quando eu saísse de casa. A resposta veio de bate-pronto: "ué, eu ligo e você vem aqui ajeitar, ora!"
Bom, retomando o assunto do post, a verdade é que morar sob o teto dos pais tem prazo de validade. Porque a gente cresce, começa a enxergar um monte de lacunas nas coisas, nas pessoas, e o mundo outrora perfeitinho, começa a ruir. E dá uma sensação de fracasso indescritível, que só avoluma com o tempo... como uma bola de neve avalanche abaixo, rsrs.
Enfim, antes que alguém me venha com a velha fórmula arruma-as-coisas-e-vai-morar-sozinha, digo logo: não planejei minha vida assim... não tenho a pretensão de morar sozinha, aquela necessidade de independência, que na verdade acaba se tornando uma baita solidão.
Enquanto os planetas não se alinham na Via Láctea, sigo tentando me conformar e não reclamar [muito] da vida que levo. Mas rezo [e muito!] para que, muito breve, Charlotte e eu tenhamos um novo CEP para chamar de "nosso".
[With someone...]
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