Hoje, li que uma juíza fora assassinada em São Gonçalo, Rio de Janeiro. Muitos tiros, mais de 8 projéteis localizados no interior do veículo. Era, segundo as reportagens dão a entender, uma morte que já estava escrita há tempos.
A sensação que toma conta de mim, quando leio matérias desse gênero, é de que não adianta combater o "sistema"; o que gera um desconforto absurdo, pois a gente costuma pensar que é "livre", quando em verdade, é refém. Sim, porque o fato de não estar atrás das grades não é sinônimo de liberdade.
Basta prestar atenção: nossos carros têm vidros com película, travas e alarmes, os seguros são caríssimos; nossas casas (sem mencionar a realidade dos condomínios) são gradeadas, têm muros altos e com serpentinas ou cercas eletrificadas, temos interfone; andamos nas ruas em passos apressados, amedrontados. Todos temos histórias - próprias ou de terceiros - sobre violência.
Não, não temos mais liberdade. Nossas crianças estão trancafiadas em condomínios, creches, seus passeios são restritos aos shoppings. Nada de brincadeira na calçada, dormir na casa de um amiguinho. Em tempos de pedofilia, e toda sorte de desvio de comportamento, melhor prevenir do que remediar.
Pois bem, enquanto eu escrevo esse post, muitos cidadãos são vítimas de assaltos, outras famílias choram seus mortos, e o Judiciário do Rio busca um bode expiatório para o fato de que a juíza assassinada estava, desde 2007, sem escolta policial.
Infelizmente, amanhã haverá outro Brian (que levou um tiro de um policial do Ronda do Quarteirão, a "polícia da boa vizinhança" aqui no Ceará), outro Juan (vítima de uma operação policial num morro, no RJ), e tantos outros, como a engenheira Patrícia (desaparecida após uma blitz, também no Rio), cujo corpo jamais foi encontrado.
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