Oficialmente, estamos nos encaminhando para o final de 2012. Com sessenta dias de antecedência, achei prudente rever o que fiz, o que vivi, todas as experiências boas e ruins.
Não é novidade que as primeiras horas do dia 1º já eram o prenúncio do fim. No fundo, eu sabia que precisava agir, mas por alguma razão havia uma chama de esperança. Em vão. Findou um capítulo doloroso na minha história, porém repleto de ensinamentos.
Como pano de fundo, a terapia deu suporte a todas as mudanças, desafios, mas principalmente no momento mais doloroso. E nenhuma lágrima derramada naquele consultório, nenhuma palavra dita, nem mesmo as mais obscuras e irreveláveis opiniões e vontades, nada escapou das sessões. Como válvula de escape, um novo blog, secreto, e verborragia sem pudor, sem medo, num espaço que jamais será submetido a críticas, ao crivo de valores alheios, posto que me pertencem, e a mais ninguém...
O processo de libertação psico-emocional tem caminhado a passos largos, ainda que vez por outra eu me flagre [ou seja flagrada] repetindo comportamentos obsessivos aos quais fui submetida ao longo da vida. De alguma forma, esse processo contribuiu também para a libertação das amarras que criei em torno da questão "dieta+exercícios". Subsiste um ou outro nó, reconheço, mas no todo já vislumbro progressos consideráveis.
Provavelmente, o desafio para 2013 perpasse pela questão afetiva, latu sensu. Não há dúvidas que é preciso amadurecimento e abertura de um canal de diálogo adulto, responsável, consciente. Não há espaço para retrocesso, esse relacionamento caminha a passos sólidos, largos, prudentes. O desfecho é óbvio, ainda que haja personagens que insistam em não enxergar.
Não é o tempo que define a profundidade das coisas. Ainda que o essencial seja invisível aos olhos, só os cegos de alma e coração são incapazes de enxergar a reciprocidade que existe entre mim e João. São 3 meses sim, mas noventa dias provados a ferro e fogo. Se formos contabilizar as pedras atiradas, possivelmente temos quantidade suficiente para construir um castelo.
Vem aí o lançamento do livro, dia 17/11, e a nossa história vai ser mais que publicizada. Honestamente, não cabe mais dizer que é cedo para isso ou aquilo... cedo para quem? Enquanto as pessoas desperdiçam tempo, os supostamente protegidos já compreenderam tudo, dentro do próprio nível de entendimento.
Sobre isso, recordo-me do dia em que vi uma mãe contar a sua filha que o Papai do Céu havia levado sua irmã... quatro anos de vida, e uma percepção tão aguçada, capaz de entender que algo havia acontecido... as crianças são perspicazes, inteligentes. Somos nós, adultos, que lhes incutimos medos, preconceitos... enfim.
Não estendendo muito o rumo da história, 2012 realmente vai ficar marcado para sempre... pelas perdas, mas também pelos ganhos.
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