Bom, as pessoas próximas sabem o quanto sofri com relação ao drama relacionado ao peso, à preguiça de me exercitar, e as cobranças em torno disso.
Não posso dizer que estou plenamente desintoxicada, porque estaria mentindo. A terapia dissolveu muita coisa, mas um ranço permanece. É tão certo isso, que ontem conversando com o João, ele me fez enxergar o outro lado da moeda. Serviu de alerta, e reafirmou o que no fundo eu sempre soube, e as pessoas disseram e repetiram, mas eu não conseguia dar ouvidos.
Bom, um dia eu acordei e decidi que ia enfrentar. Mas não de qualquer jeito. Escolhi um método que, ao passo que era eficaz num curto espaço de tempo, era igualmente radical. Foi aí que descobri: sou capaz. E percebam que eu era movida a carboidratos, inclusive os de altíssimo índice glicêmico. A resistência à insulina estava aí para não me deixar mentir.
Claro que o combo carbo+hipotireoidismo dificultava - e muito! - qualquer perda de peso. A gordura estava ali, localizada. Mas a dieta consumiu grande parte dela... notadamente barriga e culote mais sequinhos, e roupas folgadas nessas regiões. Mais do que emagrecer, a dieta serviu de estímulo a não desistir. Reacendeu a chama da força interior, aquela que eu permitia ser soprada e quase se extinguir, sabem?
Hoje, vinte e sete dias depois, contabilizo 3,8kg a menos. Consigo dizer "não" a uma série de tentações, sem me culpar por isso. Não me sinto privada das delícias do mundo, mas sim alguém que escolhe racionalmente em virtude de um projeto a longo prazo. É um novo enfoque para um antigo problema.
Estou a 3,5kg de uma marca histórica em termos de peso. Sendo bem honesta, sequer consigo me recordar quando vi a balança sorrir com um peso "x" pela última vez. Confesso que a minha esperança é de ver os números cada dia menores, e as roupas cada dia mais folgadas. Logo eu, que não me importo em fazer compras, kkkk.
Ainda estou me acostumando ao fato de ouvir o namorado dizer que já chega, que está bom assim, que eu não era gorda. A terapeuta tem batido nessa tecla, da auto-imagem. Creio que perdi precioso tempo tentando me encaixar num padrão que não me servia, e agora consigo realizar feitos, ainda que com a auto-imagem retorcida diante dos meus olhos. O que eu enxergo no espelho é alguém entre quem era e quem será. A lagarta que eu fui, o casulo que sou, a borboleta que vai se mostrar.
Aos poucos, vou abrindo o zíper dessa "roupagem", que não sou eu, não me pertence. A Tatiana de verdade ainda está escondida, mas em breve será revelada. Até lá, a terapia vai fornecendo ferramentas para bem receber e manter essa mulher linda que as pessoas enxergam, e eu ainda não.
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