Cento e dois dias se passaram desde aquele beijo roubado em frente ao elevador, no shopping. Ok, ninguém disse que seria simples, mas nós arriscamos, e estamos pagando para ver. A cada dificuldade, laços mais estreitos, mais fortes, mais confiança e reciprocidade.
A despeito de desafios quase que diários, a certeza de que não vamos abrir mão de construir nosso castelo, usando justamente as pedras que insistem em nos atirar; das lágrimas que derramamos, faremos o rio que banhará esse castelo.
O ser humano perde tempo precioso com inveja, mau olhado, orgulho e vaidade, quando poderia limpar-se e abrir o caração para merecer um amor verdadeiro. A cada um é dado conforme sua obra, já não dizem as escrituras? Pois bem, nós dois experimentamos dissabores, vivências, e acumulamos aprendizado que hoje nos permite compreender exatamente o significado do relacionamento.
Enquanto eu sigo tentando entender as razões que levam alguém a agir de determinada forma, ele está ao lado me dizendo para relevar, pois há coisas que fogem à compreensão; ao passo que sou ansiosa, impaciente, ele é pacífico, prudente, age com cautela e no momento necessário. Eu atiro primeiro. Ele conversa primeiro. Somos seres inteiros, que se complementam mutuamente.
Durante muito tempo, noutros relacionamentos, eu me peguei perguntando a Deus as razões dos entraves. Mas a resposta só veio quando eu percebi que é preciso despir roupagens e seguir adiante. Será que não se desperdiça tempo precioso demais em relações fracassadas? Eu perdi, e admito. Sigo a vida entre o arrependimento e a certeza de que nada foi em vão. E com fé de que esse encontro estava programado...
S2
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