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I must confess... CANSEI.
Há dias em que simplesmente preferia ignorar o alarme do telefone, esquecer os compromissos e permanecer sob as cobertas.
Creio que à medida que passa o tempo, menos afinidade tenho com a rotina que está estabelecida em minha vida. Porém, há que se pagar contas, inexoravelmente. É uma cadeia reversa, que desemboca lá no início das "prerrogativas" de ser adulto.
Pode ser que, para os que fazem o que amam, não seja pesaroso. Dessa afirmativa, decorre uma conclusão: eu deixei de amar. Ou nunca de fato amei. Na verdade, há uma grande chance de eu ter sido engolida pelas mazelas da profissão.
Advogar só é, via de regra, rentável e glamuroso nos filmes americanos. Ou em novelas da Globo. A média dos demais é "pedinte". Quem disse isso [o termo "pedinte" em referência ao causídico] foi o Professor Misael Montenegro, para quem o advogado nada mais é do que um rogador... acresça-se a isso uma boa dose de humilhação, uma capacidade de abstração ímpar, diante de prazos, servidores públicos latu sensu, burocracia sem fim, e toda sorte de infortúnios.
Por óbvio, há ungidos que de fato unem o amor à profissão e uma conta bancária que os torna legítimos gatos de Cheshire [o personagem fictício do conto Alice no País das Maravilhas], tamanho o sorriso estampado no rosto. I'm not one of them.
Enquanto vou sobrevivendo às custas do diploma, flerto descaradamente com a escrita, a moda... tímidas incursões nos dois mundos, nada substancial, nada que pague sequer a recarga do único celular pré-pago que possuo [nem menciono o pós-pago, porque esse é que não poderia ser pago mesmo, rs].
...e sigo a vida tal como Rapunzel, trancafiada na masmorra, à espera do resgate. Já atirei as tranças por vezes, sem sucesso, que estou a ponto de cortá-las fora e encontrar um meio de descer, por mim mesma.
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