Já há tempos, percebi que ser filho tem prazo de validade. Quando digo "ser filho", quero dizer residir sob o mesmo teto, sendo ou não sustentado. Para além de bíblico, esse papo de que a gente cresce e deve "deixar pai e mãe" é fato; nem que seja para ir morar sozinho.Ok, essa segunda parte não está nas escrituras, rsrs.
Quando se é adulto, dotado de inteligência e opiniões próprias, conviver sob o mesmo teto torna rançosa a relação com os genitores que, quer a gente queira ou não, hão sempre de nos ver como crianças, incapazes de tomar as próprias decisões.
Ressalvo que digo isso não para julgar as atitudes do(s) pai(s), mas tão somente para constatar que é preciso cortar esse cordão, com vistas à manutenção das relações de afeto e respeito mútuo. Ou não se tornam excelentes os filhos que saem de casa, a qualquer título?
E, de alguma forma, tentando ver a relação sob o prisma parental, deve parecer absurdo ter alguém cujas fraldas você trocou, de repente vir questionar suas decisões, ou se intrometer na forma como você cria o(a) caçula. Ou como dirige. Enfim.
Pessoalmente, nunca fui alvo de comentários pejorativos por parte da mamãe, acerca de contar com 31 anos e ainda estar sob o mesmo teto. Só que, especialmente após o advento da Charlotte e suas artes típicas de cachorrinho-filhote, sinto que já passa da hora de alçar vôo, abandonar o ninho. E devo confessar que não o fiz até então por uma conjuntura de fatores, dentre os quais a ideia [ok, pode me chamar de idiota] de que pretendo fazê-lo, mas após o casamento.
Até lá, como diria o João, é parar, respirar, observar e ouvir.
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