Daí que ontem foi o último episódio da Nina, a ginasta-suicida-adolescente filha de pais separados.
De tudo o que já falei sobre a série, inclusive rasgando elogios ao conjunto da obra, tenho a acrescentar o que o Théo disse ao Michel, pai da jovem, quando ela permite que acompanhe a sessão para depois enxotá-lo, não sem antes despejar as sensações ruins com as quais conviveu...
Vou me permitir, novamente, transcrever percepções alheias com as quais coaduno... a que colaciono a seguir é do site "Episódios Comentados":
"Quando Michel consegue permissão da filha para ver sua sessão, ele tem
na verdade uma enxurrada de verdades para cima de si, anos de
negligência, ausência, medos, traumas, tudo jogado em sua cabeça, e é aí
que Théo compreende que o pai deve tomar coragem para mudar e acalma
Nina.
Acompanhar o crescimento da personagem foi delicioso e intimista, pois
vimos todas as suas nuances, seus medos, e o crescimento para uma menina
mais confiante."
Eu pude experimentar o gostinho de, através daquela cena, perceber que eu também sou capaz de vomitar as verdades que sempre quis dizer, porém não tive oportunidade. A um, porque fui criada sob a sombra do medo; a dois, porque quando compreendi que sou forte para enfrentá-lo, o infeliz já estava bem longe.
Curioso como ele vestiu a carapuça de coitado. A opção de abandonar os filhos foi dele, e não ocorreu quando saiu de casa... mas sim, quando cada um de nós três nasceu. Ser expectador do crescimento da prole é ridículo, e alternar violência e brincadeiras de mau gosto então, nem se fala.
Para além de ter custeado despesas durante algum tempo, não fez mais nada relevante em termos de criação. Só fazendo um paralelo com o episódio de ontem da série, o pai da Nina fez uma lista de coisas que fez por ela... eu pretendo fazer uma lista também. Mas a minha provavelmente vai ser cruel, humilhante... ensejaria, inclusive, uma ação por abandono moral.
Se por um lado, a doença da Letícia serviu para dissolver os imbróglios que havia entre mim e o pai dela, a minha lista pode ser a chave que vai abrir a porta para o futuro sem essas correntes. Sem esse fantasma.
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