Não faz muito tempo que ouvi uma afirmação, acerca das respostas que eu aguardava ansiosamente, sobre diversas coisas da minha vida. Obviamente, fiquei baratinada e tendenciosa quanto a quais questionamentos seriam esclarecidos; pensei logo em relações afetivas. O fato é que certos nós foram desfeitos sem emprego de grande esforço, o que provavelmente se deu pelo decurso de tempo, que endureceu tudo e facilitou a ruptura.
Você que me lê deve estar se perguntando por que estou falando desse assunto, e sem mencionar fatos concretos. Devo advertir que optei por preservar detalhes de foro íntimo, elocubrando tão somente para fazer entender o que direi a seguir.
Pois bem, ontem a sessão da terapia foi lúdica, através de uma coisa chamada "constelação". Incrível e inexplicadamente, o que parecia insolúvel, cristalizado, desapareceu. Percebi o quanto quis acreditar n'algo que não existia há tempos. Apeguei-me como quem se recusa a aceitar a morte de um ente querido.
Mais tarde, de fato "enterrei" meus defuntos, honrando-lhes a memória, e me permiti o luto necessário. Luto este totalmente diferente do que vivi logo que iniciei com esta terapeuta; porque finalmente entendi que o sonho que acalento é meu, é intransferível. O que morreu foi a imagem mental, as esperanças, e tudo o mais que continha um determinado personagem, a quem eu imputei um encargo para o qual jamais foi preparado, e nunca quis ocupar.
Sigo, agora sim, liberta dos zumbis que perseguiam meus passos; vou rumo ao desconhecido, ao novo, a um mundo repleto de possibilidades. Inclusive de tornar reais, de forma tão mais simples (quem sabe), os sonhos que carrego aqui.
*Nota: "Ser feliz é uma estrada sem fim" é um trecho de uma música da Isabela Taviani.
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