Para mim, é difícil expressar verbalmente o que se passa aqui dentro. Creio que cada um tenha habilidades, e a minha talvez seja transcrever o que penso, o que sinto.
Como eu descreveria esse exato momento? Aliás, como descrever esse primeiro semestre de 2012?
Sinto como se estivesse sobre uma torre, e qualquer movimento pudesse resultar em tombo, cujas consequências provavelmente seriam graves, ou mortais. Ao passo em que permanecer imóvel dá a [falsa] sensação de segurança, causa imensa angústia não enxergar muitas possibilidades de mudança, de sair desse lugar, desse perigo.
O curioso nisso tudo é como as coisas ao redor perderam as cores, os sons. Há somente um profundo e doloroso silêncio. E os pensamentos reverberando, a mente inquieta, assinalando culpas, avolumando temores. Por outro lado, há uma centelha divina, repleta de esperanças, que quer fazer enxergar uma oportunidade de parar e fazer desse momento um novo começo, já que o que passou não pode ser modificado.
Lidar com essa dualidade, para mim, é habitual. Não me recordo de um só momento na minha vida em que eu não tivesse que travar batalhas para decidir qual caminho seguir. Sou geminiana, e ao que me consta, faz parte. (alguns dirão que isso é bobagem... a estes, peço que respeitem a minha opinião)
...enquanto a vida segue desbotada e muda, o trabalho, mais do que necessário à subsistência, é um refúgio. Como diria Shakespeare, um dia você "aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o
mundo não pára para que você o conserte. Aprende que o tempo não é algo
que possa voltar."
Shakespeare tem razão.
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