A maior verdade que devo considerar
nesse momento obscuro é que, não importa aonde você vá, os problemas o
acompanharão. No meu caso, acabaram de fazer check-in no hotel em Juazeiro do Norte/CE.
Ontem eu estava em franco
desespero, isso até por volta de meio-dia. Na parte da tarde, as nuvens negras
se dispersaram um pouco, ficando cinza. À noite, enquanto jogava [boa] conversa
fora com o distinto amigo Fernando, lá no Montecarlo, o que era cinza ficou off-white.
Como cheguei por volta de 22h em
casa, só me reservei o direito de tomar um banho bem quentinho e relaxante, e
dormi. Não deu tempo de sentir angústia,
aflição, nada. Só um cansaço que me nocauteou. Dormi com os travesseiros. Nada
de anjos, obrigada, pois tenho preferido ficar sozinha mesmo.
Hoje, fui pega de surpresa com
essa viagem-relâmpago. Claro, tudo em cima da hora fica meio atribulado, mas a
oportunidade de respirar outros ares não deve ser desperdiçada. Vim sentada ao
lado de um simpático passageiro, que por sinal conhece a juíza com quem terei
audiências amanhã. Mundo pequeno. Falamos sobre a precariedade dos aviões da
Avianca, e do medo dele de voar.
Ao chegar ao quarto do hotel, eu
me peguei com a mesma angústia que me persegue em Fortaleza desde o domingo. A
decoração é outra, o DDD é outro, mas eu, a personagem principal, sou a mesma.
Aqui, aproveitei para dar vazão ao que meu cérebro mais
gosta de fazer, ainda que em momentos de crise aguda: escrever.
Fernando ontem, por sinal,
sugeriu que eu transcrevesse os sentimentos. Ele estava certo: ajuda a
compreender as coisas, a aceitar o que não se pode [ou não se quer] modificar.
Mas, ainda que eu escreva um livro, ou centenas de posts [que serão
terminantemente condenados pela senhora minha mãe], a dor não alivia. Dizem os
sábios que só o tempo pode amainar tudo.
A mim, resta somente o
computador, as idéias em muitas palavras, e essa dor como companhia constante e
indesejada. Ah! E a constatação de que o tempo é, de fato, muito relativo.
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Suas ideias, muitas palavras...