Na minha infância/adolescência, não havia Supernanny. Ah! eu também não vim acompanhada de manual de instruções. Isso significa que nem eu, nem qualquer dos que tiveram participação na minha criação, sabia exatamente o caminho das pedras.
Lembro perfeitamente de episódios como as férias da secretária; por sinal, sempre em dezembro, período em que eu deveria ter férias. Mas, com pais trabalhando sem férias, isso significava meramente ficar em casa com tv full time. Bom, no que tange aos dois outros filhos; porque no meu caso, significava ser a responsável pela ordem em meio ao caos.
Nos momentos em que não estava apartando vias de fato entre dois seres humanos, nascidos no mesmo dia, num intervalo de 6 anos, eu estava ou cuidando do almoço, ou dando um jeito na casa. Bom, creio que ficamos assim dos meus 12 anos até por volta dos 17.
Se você, nobre leitor, não sabe o que é frustração, vamos a um exemplo prático: 12 anos, uma lista [simbólica] de coisas a fazer até o meio-dia, e o sucesso da missão "almoço para os pais às 12h30 em ponto". Chega alguém e, ao invés de parabenizar o seu feito, reclama que há pó na estante, ou que a caçula estava com banho por tomar.
O que eu quero dizer com isso? Bom, certamente não é fazer com que a senhora minha genitora fique chateada, ou se sinta culpada. Mas sim, contextualizar como eu aprendi a lidar com as minhas expectativas, e as dos outros. Óbvio, nem sempre é possível, como exatamente agora.
Uma imensa, incomensurável frustração se apodera de mim, como um polvo envolve a presa com seus tentáculos repletos de ventosas. Vagarosamente, vai faltando o ar, e os sentidos começam a esmaecer; sei que lutar não é uma alternativa viável, pois se eu me debater, serei esmagada com cada vez mais força.
Estratégia... é o q preciso definir nesse momento de crise. Não, eu não vou matar ninguém, apesar de ser um pensamento que me ocorreu n'algum instante dos acontecimentos. A vida segue seu curso, e eu sigo tentando compreender os fatos e solucionar os conflitos. A frustração? Faz parte.
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