Essa onda de "ecologicamente correto" tem coisas esquisitas, e outras, bem pouco práticas. Por esses dias, li duas matérias que me fizeram repensar até que ponto as tais "novas/antigas" práticas são, de fato, aplicáveis.
A primeira foi a "liquefação de cadáveres". Abstraindo-se de questões religiosas, os criadores defendem que o procedimento produz menos gases tóxicos que a cremação (cerca de 1/3), e evitaria a contaminação dos solos com o fluido cadavérico. Funciona assim: o corpo é colocado numa câmara (quase um aquário, fechado), e o interior do recipiente é preenchido com uma substância que dissolve tecidos. Após 3h, resta somente o esqueleto. Drena-se o líquido, e os ossos podem ser reduzidos a pó, e entregues à família.
A segunda, recebi via e-mail, e trata dos bioabsorventes. O produto é confeccionado em algodão anti-alérgico, e livre de substâncias tidas por nocivas, utilizadas nos tradicionais absorventes disponíveis no mercado. Não vou adentrar o mérito sobre os componentes químicos, tóxicos, e suas consequências para o organismo. Falam em variações, que vão "da TPM a alergias de contato, assaduras, fissuras e vários tipos de câncer".
A visão do artigo trata da questão energética dos fluidos femininos, em especial o sangue. Segundo o autor, o sangue é fonte de vida, e que as índias sangram sobre a terra. Continuando: o plástico dos absorventes industrializados bloquearia o curso natural do fluxo, que seria seguir direto ao centro da terra.
O autor conclui: "Desarmonias como ovários policísticos, endometriose, vaginite, entre outras, são causadas pelo uso dessas barreiras plásticas que restringem o livre fluxo do prana. As células não eliminadas migram e se alojam em lugares indevidos propiciando as mais diversas patologias."
Bom, quanto à liquefação, honestamente não sei o que pensar. Do ponto de vista ecológico, a prática é positiva; quanto aos laços afetivos que nos unem aos nossos mortos, é horrível imaginar a degradação cadavérica, qualquer que seja o método escolhido: enterro, cremação ou liquefação. Pode ser que possamos nos acostumar com o novo método, mas a morte vai continuar envolta por mistérios e sentimentos.
Já os bioabsorventes, com sinceridade, pouco ou nada práticos para uma realidade social como a nossa, na qual a mulher trabalha fora. Se a "segurança" dos tradicionais gera, com frequência, "acidentes de percurso", tais como vazamentos, manchas indiscretas, imagine adotar as "toalhinhas". Ah não! Certamente, a prática funcionava para as mulheres que trabalhavam em casa, e podiam "acondicionar" as tais até poder lavá-las e reutilizar.
Pessoalmente, nunca vi os bioabsorventes; vou, inclusive, procurar, para poder atestar a utilidade pragmática. Agora, uma reflexão: se as colas são abominadas na produção do eco-friendly, como vamos afixá-lo às vestes? Com alfinetes???
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