terça-feira, 28 de agosto de 2012

Pois é, né?

O mês acabando, as contas minando as minhas finanças, amanhã faz 2 meses que perdemos Letícia... mas - dizem - life must go on.

Só que eu me questiono sempre: continua mesmo? Porque a impressão que tenho é que as coisas são cíclicas... e terminam voltando ao ponto de partida.

Usando a morte da pequena como exemplo. Em tese, o passar dos dias deveria amainar a saudade, a dor da separação física. Parece funcionar, mas quando percebo, estou olhando as fotos e lamentando o fato de não poder mais abraçar, nem ser útil de alguma forma. A angústia de não ouvir o telefone tocar, com a cunhada do outro lado, pedindo para revezar no hospital...

Enquanto o João Pedro cresce, a Maria Eduarda aprende novas coisas na escola, o "recheio" desse sanduíche ficou congelado em imagens, em lembranças. Não existe mais, fisicamente. 

Às vésperas do segundo mês da partida, aqui dentro [quase] nada mudou. Eu ainda conto o tempo pelas sextas-feiras, ainda tenho cisma com a Galinha Pintadinha, e busco nas menininhas por aí um trejeito, alguma coisa que me recorde, ao menos visualmente, que de fato aquele anjinho esteve entre nós. 

Provavelmente, nenhum aborrecimento pelo qual eu passei, esteja passando, ou venha a passar, é páreo para essa dor.

Um comentário:

  1. Minha flor, não é fácil, e eu bem sei o que é esse sentimento de perda.
    Mas está ao lado do Pai, rica de paz de espirito conforta o coração dos mortais.
    Paz, muita paz pra você!
    Juliana Soledade

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