Há dias em que a capacidade de concentração é inexistente. Fico dispersa, impaciente, um sono descomunal se apodera das minhas células e, juro, não durmo sobre o computador porque a sala não tem paredes, mas sim divisórias com vidro.
As doses de cafeína são insuficientes, e pelo bem da saúde gástrica e odontológica, limito as xícaras, ainda que o corpo peça mais e mais.
Nunca havia feito antes, mas hoje resolvi abrir a persiana e permitir a incidência solar, ainda que eu fique de costas para a janela. Vez em quando, giro a cadeira e olho lá fora... os prédios, o trânsito, a movimentação da cidade para além dos escritórios.
A minha dualidade, ao passo que se realiza com o que eu faço, sonha suspirante com uma realidade que jamais experimentou... poder acordar e decidir permanecer deitada, dedicar-se exclusivamente ao ócio, ainda que criativo, porém sem obrigações atreladas.
Enquanto não posso tornar real a vontade de nem sei*, retiro outro processo da pilha de pendências, ao passo em que verifico compulsivamente as horas e minutos no relógio.
*trecho de "Flor da pele", Zeca Baleiro.
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