Ontem, eu era apenas uma criança magrelinha, de cabelinhos malditamente encaracoladinhos e mega curtinhos. Brinquei de bonecas, pulei corda e elástico, tive uma avó que fazia cabaninhas e incentivava os "acampamentos" no quintal, ou no jardim. Comi pirulito de banana, dindin (sacolé, gelinho, chame como quiser), pipoca doce, e um sem-número de tranqueiras que criança costuma adorar.
Mais tarde, eu me tornei uma adolescente fã de MTV, de leituras e poucas saídas. Apaixonada por brigadeiro de colher.
Adiante, vi um mundo novo se abrir diante de mim: a faculdade. E o trabalho, muitas responsabilidades distintas. Sofri, aprendi, atravessei turbulências aos montes em todos os campos da vida. Caí, levantei, fiquei de cama, mas segui em frente. Shakespeare disse: não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte.
Quando imaginei haver vivido muita coisa, ganhei 2 afilhadas e descobri uma afeição que não tem explicação lógica. Vi amizades se desfazerem, novas se formarem, algumas permanecerem. Conheci a decepção, e seus dentes afiados abocanharam um pedaço do meu coração. Mesmo com pedaços faltando, feridas cicatrizadas, outras em processo e algumas sem remédio, o mundo não parou. Nem eu.
Hoje, aos trinta, compreendi muita coisa que não fazia sentido; encontrei explicações, mas continuo buscando entendimento para outras; decidi comer, rezar e amar, como Liz Gilbert, mas sem precisar deixar meu país. Se me considero feliz? Sim, na medida do possível.
Ainda tenho muita estrada para rodar, experiências a viver, feridas para lamber, uma pessoa para amar... e amigos, ah!, meus doces e onipresentes amigos. Ainda que fisicamente distantes, participantes ativos da ciranda dos meus dias.
#hojeédiadesaudosismo
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