Tenho fases, como a lua
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
(Lua escondida - Cecília Meireles)
Não sei se é padrão para alguém, mas eu sou assim mesmo, como descreve Cecília... e isso, claro, aplica-se com afinco no quesito apresentação pessoal. Há dias em que acho graça de quem me olha na rua; noutros, fico grilada. Hoje é exatamente um dos dias de grilo, rs.
Quem me chamou a atenção para os olhares alheios foi o namorado. A princípio, incomodado com o masculino; depois, abismado com o feminino. Não há uma só vez em que estejamos juntos, que ele não comente as escaneadas que recebo de outras mulheres; na maior parte das vezes, eu nem vi!
Nos dias de grilo, automaticamente pergunto a ele se há algo de errado: cabelo, maquiagem, roupa, sapato. A resposta é sempre: - Não, é que você age e se veste diferente das outras pessoas.
Hoje, por exemplo, entrei no elevador e uma moça, indisfarçadamente, mediu cada item que ornamenta o meu ser: cabelos presos num rabo de cavalo, maquiagem ultra-discreta, chemisier listrado azul claro+branco+bege, camiseta com detalhe de renda por dentro, legging uva e sapatilhas bege. A bolsa, velha de guerra, grande e marinho.
Automaticamente, ao flagrar a curiosidade da criatura, fiquei imaginando se a média das pessoas "suporta" um grau além de criatividade, no que tange a vestuário. Sim, porque onde está escrito que eu preciso andar por aí toda combinadinha? Por sinal, que tédio esse "igualzinho"; talvez por isso eu odeie terninhos e taillers.
Quando a mulher desceu onde deveria, o mal-estar deu lugar à autoconfiança. E imediatamente, pensei no que namorado diria se estivesse ali, naquela hora. E ri, como costumo fazer, toda vez que ele emite um comentário sobre o impacto do que eu visto, nas outras pessoas.
Desculpa aí hein minha "tia", mas se joga nas combinações descombinadas e vê se para de ficar invejando o povo na rua. #euhein (modéstia mode off)
O que tudo isso demonstra é o talento da querida amiga para o assunto "moda". Há tempos não a vejo ruminar sobre o sonho de atuar profissionalmente na área. E não sei por quê. Se as mulheres olham, das duas uma: ou a estão julgando ridícula, ou a estão invejando. Como a primeira opção está definitivamente descartada - quem a conhece sabe - sobra a segunda hipótese. As "tias" a invejam da cabeça aos sapatos. Olha, minha amiga, um conselho - é tempo de, nos momentos livres, começar a desenhar, imaginar, enfim, criar moda. Isso, claro, não há de interferir na tua criação literária soberba que começa a se multiplicar, e que os seguidores deste lindo blog ainda estão por apreciar.
ResponderExcluirRespondi lá no Tie Dye.
ResponderExcluirSobre teu post, às vezes as pessoas olham não com inveja, mas com admiração. :)
Bjs