segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

A observadora: aprender e ensinar, um ciclo produtivo!

"Não acredite em algo simplesmente porque ouviu. Não acredite em algo simplesmente porque todos falam a respeito. Não acredite em algo simplesmente porque esta escrito em seus livros religiosos. Não acredite em algo só porque seus professores e mestres dizem que é verdade. Não acredite em tradições só porque foram passadas de geração em geração. Mas depois de muita análise e observação, se você vê que algo concorda com a razão, e que conduz ao bem e beneficio de todos, aceite-o e viva-o." (Buda)

N'alguns casos, o tempo [a.k.a  "maturidade] ensina que o método de repetir/perpetuar - hábitos, tradições, erros, comportamentos - é um caminho bem asfaltado que conduz ao fracasso. Lembro bem o dia em que, conversando com o dono da empresa (que não é advogado), ao questioná-lo sobre um determinado caso, ele se aborreceu e retrucou, dizendo: "-se eu preciso 'ensinar' isso a você, então é melhor que eu mesmo faça." 

Calmamente, respondi que o conhecimento teórico, a faculdade havia me dado, os livros, os portais de pesquisa de jurisprudências, tudo isso era capaz de me fornecer informações; porém, se ele se recusasse a compartilhar a vivência, a experiência de anos lidando com casos do tipo, então não faria sentido o meu trabalho. Em verdade, bastaria uma esteira de produção que repetisse além, e além, e além.

Ciente de que cada processo é único, e as situações jamais se esgotam, ele assentiu e me pediu desculpas, passando a tratar dos casos na sequência.

Pois bem, há algumas semanas, enquanto conversávamos sobre amenidades - a cafeteira nova da sala dele, uma lesão no dedo que ele havia sofrido - veio à baila um processo bem sui generis, posto que fora trabalhado incansavelmente: de uma sentença de improcedência, mantida pela Turma Recursal, recorrida à instância superior (não antes de um agravo para "destrancar" o recurso na origem), e finalmente anulada e modificada, para conceder o benefício à autora. Confesso que, em segredo, temi pela não-reversão; mas mesmo assim, não desisti. 

Para minha surpresa, houve um reconhecimento do esforço, da dedicação, em palavras gentis: "-você se tornou especialista." Sim, é verdade, eu me dediquei, perguntei, discuti, retruquei, e aprendi. Porque só os idiotas olham para seus umbigos e se julgam perfeitos, a ponto de ignorar uma experiência bem sucedida, ou um comentário construtivo. 

Aprender é um verbo que deve ser conjugado, diuturnamente. É como costumo dizer no escritório: não é porque eu sou a advogada, que vou me isolar e perder a oportunidade de observar, perguntar, adquirir novos conhecimentos, incorporá-los, seja na vida profissional, seja na vida pessoal. Como você acha que aprendi a trocar lâmpadas, resistência de chuveiro, consertar coisas, identificar problemas no carro???

"Eu não vim até aqui para desistir agora"

Imagem daqui
"Quando você decidiu que uma coisa tem que ser feita, e a está fazendo, nunca evite de ser visto fazendo-a, mesmo que uma multidão possa provavelmente julgá-la inapropriada. Pois se você não está agindo corretamente, evite o ato em si; se estiver agindo corretamente, no entanto, porque temer a censura errada?" (Epicteto)

Tivemos um ano em que os alertas foram muitos, e ignorados, daí a necessidade de posicionamentos mais claros de nossa parte, com cada vez menos espaço para interpretações flexíveis. Em 2014, não haverá mais gentileza, sutileza ou omissão diante de certos acontecimentos, porque as premissas já se delinearam da segunda quinzena de dezembro, e a tendência é um rigorismo ainda maior. Já chega de ser idiota, chega de via de mão única. 

A despeito da inexistência [física] de uma demarcação, o bom senso alertava em linhas pretas e amarelas. A violação dos limites, o ato de burlar as regras de conduta, geram consequências. E seguirão gerando.

"Você é livre para fazer suas escolhas, mas é prisioneiro das conseqüências." (Pablo Neruda)

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

A observadora: abandono afetivo, coabitação e afins.

Em 2012, muito se falou acerca da decisão da Ministra Nancy Andrighi, da Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça, que condenou um pai a indenizar a filha em R$ 200.000,00 por abandono afetivo; inclusive, uma frase ficou famosa: "Amar é faculdade, cuidar é dever." Em seu voto, ela ainda destacou: "Aqui não se fala ou se discute o amar e, sim, a imposição biológica e legal de cuidar, que é dever jurídico, corolário da liberdade das pessoas de gerarem ou adotarem filhos".

Quando me refiro aqui no blog, tantas vezes, sobre as questões relacionadas ao cuidado, falo com propriedade, pois sei exatamente o que é abandono afetivo, a despeito da coabitação, assim como sei a diferença entre educar e agredir... porém, entre a experiência e o discernimento, anos se passaram e muita terapia foi necessária.

Coabitar não é, nem nunca foi, sinônimo de carinho, atenção, zelo ou, tampouco, educação. Dormir e acordar sob o mesmo teto não significa amar ou cuidar. Educar não é mandar para a escola, não é espancar, é estabelecer limites e regras. Como disse Pitágoras: "Educai as crianças e não será preciso punir os homens."

Há algum tempo, quando passei a conviver mais de perto com crianças, compreendi que são os exemplos - aquilo que fazemos, a forma como reagimos aos fatos e acontecimentos - que ficam marcados, muito mais do que aquilo que dizemos; especialmente se a lei do "faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço" predominar. Experimente dizer a uma criança que "refrigerante não é saudável" e, não importando quanto tempo depois, delicie-se com um copo do líquido bem gelado. E se for acompanhado de expressões de satisfação, deleite, você saberá exatamente do que estou falando!

Quero deixar claro aqui que o fato de optar por não procriar, não me isenta de ter que me policiar... tenho afilhadas, sobrinhos, filhos de amigos e amigas... a convivência, em diferentes níveis de relacionamentos, exige graus maiores ou menores de certos cuidados. Sou muito observadora, e devo creditar a isso o fato de que absorvo bons exemplos e filtro maus, retendo experiências cujos resultados são comprovadamente satisfatórios.

Bom, mas a intenção do post era registrar que o abandono perpassa o conceito de coabitação ou convivência; ações e omissões, em verdade, tendem a ser infinitamente mais prejudiciais do que a ausência de amor propriamente dita. E "amor" é tema para outro post, rsrs.

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Pretty cute!

Discutindo sobre compras necessárias, João se dispôs a realizá-las; argumentei que, na contabilidade desse relacionamento, eu estava em débito financeiro.
Eis que, mais uma vez, ele me surpreendeu...
Como não amar?

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

"Se nos meus braços ela não se aninha, a dor é minha"

Durante a apresentação do último show da turnê "Verdade, uma ilusão", realizado no Siará Hall em Fortaleza no último dia 07/12, e logo após ter cantado "ECT", Marisa Monte explicou ao público que essa música, eternizada na voz de Cássia Eller, na verdade é dela, de Nando Reis e Carlinhos Brown. Por sinal, ao explicar a relação que teve com a cantora, MM disse algo que me marcou profundamente, especialmente em razão da música que cantou em homenagem à falecida intérprete.

Marisa disse que saudade não é quando se sente a falta de alguém, mas sim quando se sente a presença; saudade é sentir a presença de quem está ausente... e cantou "De mais ninguém", composição sua e de Arnaldo Antunes.

Foi impossível não associar, imediatamente, a letra àquela que nos deixou, após um ciclo de doze meses de existência encarnada. E hoje, ao tomar conhecimento do passamento de outra menina - Ana Cecília - em razão da mesma doença, a "trilha sonora" ressoa aqui, em mim.


"Se ela me deixou, a dor
É minha só, não é de mais ninguém.
Aos outros eu devolvo a dó
Eu tenho a minha dor.
[...]
É meu troféu, é o que restou,
É o que me aquece sem me dar calor.
Se eu não tenho o meu amor,
Eu tenho a minha dor
A sala, o quarto, a casa está vazia,
A cozinha, o corredor.
Se nos meus braços ela não se aninha,
A dor é minha."

A nós, que ficamos, resta sentir a presença, orar e agradecer os [poucos, porém] bons momentos em que nos foi permitido compartilhar da existência de espíritos como Letícia e Ana Cecília, e tantos outros que vieram ao mundo por um instante, mas que nos marcaram para toda a eternidade. 

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Vamos celebrar a estupidez humana

Conversava com uma amiga acerca da repercussão do post Novos cenários, e o quinto pecado capital, quando fui gratamente surpreendida com um comentário/pedido: - posso lhe dar um conselho? continue com suas publicações.

Isso reforça a ideia que tenho, acerca das benesses de uma rede de informações compartilhadas, com vistas à melhoria das relações interpessoais, especialmente quando diz respeito a crianças. Aqui cabe, ainda, uma ressalva: não é preciso ser mãe para compreender que educação vai muito além de ensinar a agradecer e pedir licença. 

Imagem daqui
Todos convivemos com crianças. Basta ir ao shopping, ao restaurante, às celebrações, e lá estão elas. E pouca coisa é mais irritante do que presenciar um(a) mini-tirano(a) aos berros por ter sido contrariado(a). Daí porque a observação faz toda a diferença... é vendo como pais se viram para impor limites que a gente pode aprender e replicar o método. Troca de experiências.

A jornalista Pamela Druckerman usou da observação, dos questionários, e dos conhecimentos que a profissão lhe deu para escrever "Crianças francesas não fazem manha" (aqui há um "resumo" do livro). Nas palavras da própria:

"Estou convencida de que os segredos da criação francesa estão escondidos ao alcance dos olhos. Só que ninguém os procurou antes. Começo a levar um caderno na bolsa de fraldas da minha filha. Cada ida ao médico, jantar, encontro para as crianças brincarem e teatro de marionetes se torna uma chance para eu observar os pais franceses em ação e descobrir as regras tácitas que eles seguem."

O fato de não ter filhos não significa que não posso  ter uma opinião e escrever sobre ela. Ora, raios, a Constituição Federal me protege nesse sentido! Além do mais, quem não se importa com aquilo que vê de errado, erra junto É a famosa omissão, talvez a forma mais antiga e vil de compactuar, numa demonstração clara de isenção e falta de carinho. Quem nunca ouviu dizer que "quem ama, educa"?

Sou partidária da ideia de que os absurdos que vemos nos noticiários são, em parte, consequência do abandono afetivo, moral e ético; e aí eu me pergunto: em vinte anos, que tipo de sociedade teremos? O mundo não ensina com amor, apenas pune, e com rigores excessivos; e vai adiantar chorar o leite derramado?

Em suma: não seria mais inteligente se, ao invés de combater o que se lê, o que se ouve, simplesmente parasse para fazer uma análise pessoal? Por que se recusar a observar as boas práticas, mundo afora? [Mesmo não querendo ter filhos] Sou tão grata por conviver com mães como a Socorro, a Flávia, a Vanessa, a Juliana... mulheres atarefadas, inteligentes, abertas às novidades e ponderações, visando o bem-estar de suas proles e, consequentemente, o da sociedade na qual estão inseridas. 

Por um mundo com menos birras, especialmente as advindas dos adultos de hoje (crianças de ontem).

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Opinião, inteligência e sabedoria

"Mudar de opinião e seguir quem te corrige é também o comportamento do homem livre." (Marco Aurélio)

"O universo é a mudança, a vida é o que o pensamento faz desta mudança." (Marco Aurélio)

"O dever nasce da exata compreensão da responsabilidade que nos cabe em relação às luzes que de Deus recebemos." (Adélia Macedo Soares)

Durante muito, muito tempo nessa atual existência, desperdicei importantes e valorosas lições de vida, em razão da cegueira fomentada pela vaidade e pelo orgulho. Se eu dissesse aqui que em 100% das vezes, atualmente, apreendo a totalidade das vivências, estaria mentindo; ainda me flagro guerreando, internamente.

Uma coisa a terapia deixou cristalina: a sabedoria reside em aprender, e jamais desistir de melhorar. Uma frase - atribuída a Augusto Cury - diz: "uma pessoa inteligente aprende com os seus erros, uma pessoa sábia aprende com os erros dos outros." De fato, grande parte dos erros que cometi foram mestres inigualáveis; ao passo que a observação cotidiana tem me preservado de outros tantos, desnecessários. O equilíbrio entre ambos permite algum progresso, rsrs.

Desde pequena, fui me treinando - ou sendo treinada pela vida - a saber o que queria e não queria ser, ter, fazer e afins. Possivelmente, o fato de não me relacionar com beberrões, não ser uma, entre outras coisas, foi decorrência daquilo que vi e vivi, e a sabedoria reside no fato de ter presenciado cenas lastimáveis, e compreender a a desnecessidade de tomar porres para experimentar o caráter didático.

Então, ao invés de me limitar a reclamar ou enfurecer, observo e aprendo; claro, compartilho aqui no blog as experiências, as vivências, as opiniões... fica a critério do leitor sair por aí falando mal de mim, por divergir do que escrevo, ou usar a experiência para evitar erros. Se Voltaire já defendia o direito de [manifestar] opinião, quem sou para discordar?

Em suma: a real sabedoria reside no ato de enxergar o propósito da observação, refletir e aplicar, ao invés de rejeitar preliminarmente, pelo simples fato de advir de alguém que pensa diferente. 

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Novos cenários, e o quinto pecado capital.

O meu "desconfiômetro" funciona bem ajustado. Credito uma parcela disso à espiritualidade e seus "avisos", e respeito quem não acredita nessa possibilidade.

Enfim, o fato é que o sol nasce e se põe, every single day, e algumas coisas parecem congeladas no tempo... 

Pois bem, quem passa por aqui, vez por outra lê algo sobre a minha história com João, e como Deus junta as pecinhas na hora e no tempo Dele, não no nosso; lê também alguns desabafos; mas, principalmente, toma ciência de abusos e despautérios que parecem roteiro de novela.

É bem verdade que, desde o início, ambos estávamos cientes de que não seria simples, não seria fácil, e que seriam necessários mecanismos bem estruturados de proteção e bloqueio. Confesso que, apesar dos alertas por parte dele, subestimei a capacidade de algumas peças do jogo...

Explico: quando você vê feliz alguém que você [teoricamente] ama, vai rezar para que isso se perpetue, concorda? Mas quando, por algum motivo velado, quem deveria "estar feliz pela felicidade alheia" começa a agir de modo a prejudicar - e até tentar pôr fim ao motivo da felicidade - descaradamente, sob as mais diversas "desculpas", acende um alerta.

O fato é que a terapia descortinou alguns véus que eu sustentava, especialmente quanto às figuras centrais, na minha vida e na dele. Hoje, enxergo a verdade, nua e crua, apesar de, em razão disso, carregar aqui dentro uma melancolia sem fim. É duro desconstruir em mim, e para ele, alguns personagens tidos por intocáveis ou heróis, mas se faz necessário: questão de sobrevivência.

Há outras figuras que, a despeito da minha opinião pessoal já formada e baseada nas atitudes prévias, passam a impressão de que não sabem o real lugar que devem ocupar. É como se não tivessem se dado conta da ruptura estrutural, e seguem tentando manter as situações como se o tabuleiro seguisse ordenado de uma forma "x".

Não adianta colocar água em vaso com planta morta. É tão difícil assim enxergar isso???

Ultimamente, diante das escolhas que temos feito, a loucura/paranoia/histeria tem ficado, dia após dia, mais evidenciada e cristalina; ao contrário do que julgam os que assim agem, ao fazê-lo, findam por reforçar em nós as certezas e os diagnósticos. Diante da irreversibilidade da situação, pergunto: não seria mais inteligente simplesmente aceitar o novo status quo?

Como diria a música:
I'm bulletproof nothing to lose
Sou à prova de balas, nada a perder
Fire way, fire away
Atire, atire
Ricochet, you take your aim
Recocheteiam, você acerta o alvo
Fire away, fire away
Atire, atire
You shoot me down but I won't fall
Você me derruba, mas não vou cair
I am titanium
Eu sou de titânio

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Na fila da clínica, uma experiência nauseante sobre a futilidade humana

Sinceramente, custo a compreender as razões que levam os estabelecimentos a agendar horários e, ou não cumpri-los [a grande maioria ignora], ou não possuem condições para tanto. Explico: agendei, numa clínica de imagens de renome, o exame requerido pelo neurologista, para as 7h de hoje, dia 22/11. Em lá chegando, por volta das 6:50, fui surpreendida com uma fila. 

Isso mesmo, fila; o local estava de portas fechadas, e as pessoas - em sua maioria, com idade superior a 40 anos, dentre as quais muitas senhoras com graves dificuldades de locomoção - aguardavam em pé, sem qualquer estrutura que lhes permitisse fazê-lo com o mínimo de conforto.

Bom, se o primeiro horário do local é 7h, humildemente entendo que, se a ordem é abrir as portas somente nesse horário, que ao menos tivessem pensado nas vovós e vovôs que, via de regra - amam cumprir horários, e para tanto, antecipam-se ao evento de modo a não perder o agendamento.

Outro ponto que me causou estranheza foi o falatório sobre prioridades; ué, se o atendimento é condicionado ao prévio agendamento para horário "x", há que se falar em "prioridades"? Juro que não entendi até agora.

Ah, sim, mas a questão que originou a ideia para o post era outra. Enquanto estava lá, em pé, dois homens chegaram conduzindo uma senhora; um deles permaneceu na fila, logo atrás de mim, ao passo que o outro insistiu para que a mãe [esqueci-me de mencionar: eram irmãos, ambos filhos dela] o acompanhasse para aguardar a abertura dos portões noutro canto. Não averiguei, mas a impressão foi a de que a vovozinha findou por se ajeitar n'algum canteiro, ou algo que o valha.

A figura insistente, à primeira vista, quase me levou ao riso: uma combinação de bermuda cargo, tênis de corrida com aquela meia longa e infame, blusa preta de mangas longas, dessas que os ciclistas utilizam, um par de Ray-Ban, cabelos gritantemente pintados e [provavelmente] arrumados com spray. Numa palavra: ridículo. 

Sujeito falante, exibicionista, retornou [por infortúnio] e se postou ao meu lado, e em questão de segundos, já havia engatado uma conversa estranha com algumas senhorinhas na fila, a propósito de um comentário de uma delas, que disse ao irmão [caladinho na fila] que o dito tinha uma semelhança com Agnaldo Rayol, para protestos da figura, que alegou a preferência sexual do cantor para recusar a mencionada semelhança. 

Em seguida, indagou quantos anos a dita senhora julgava ele ter; quando ouviu "cinquenta e cinco", estufou o peito e replicou, dizendo "sessenta e sete"; nesse instante, outra mulher acusou a tintura no cabelo, e ouviu como resposta "- não sou eu que pinto, pintam, porque eu não sei fazer isso". E já saiu se defendendo, alegando que com todos os artifícios [ah, eu disse que ele afirmou ter feito lifting facial?], ele "conseguia" namorar "moças bonitas", e que as mulheres de cinquenta eram portadoras de transtornos, muitos dos quais, mentais, para protesto imediato da "fiscal da tinta".

Era eu a única que, provavelmente, poderia ser "enquadrada" no "perfil" do caricato cidadão, visto que as demais, como dito, tinham idades que variavam entre a da minha mãe, de algumas tias, e da minha avó. Pobre diabo, ainda bradava que "as moças não criam problemas, acham tudo ótimo, só querem viajar, curtir e gastar, e que o homem era o dinheiro que possuía: se fosse feio, mas tivesse 'grana', vivia ladeado por 'beldades'."

Pausa para uma reflexão: só eu acho patético um ser humano que pensa e age dessa forma? Sinto náuseas ao me deparar com tipos assim, que se enganam com artifícios que o dinheiro paga, para se exibirem feito pavões por aí. Que coisa vazia, desprovida de propósitos! O que [deveria] motiva[r] uma relação é o amor, o carinho, a cumplicidade, o desejo, e uma série de outras coisas, e não o binômio grana+farsa. 

Por Deus que, quando o nojo beirava a necessidade de regurgitar o café da manhã, as portas se abriram e eu me livrei daquela ladainha maçante. E da fila.


terça-feira, 19 de novembro de 2013

Palmas para "Sessão de Terapia"

Não é à toa que "Sessão de Terapia", transmitida pelo canal GNT, é um sucesso absoluto. A segunda temporada, ao contrário do que é costume, em se tratando de "continuações", é tão ou mais instigante e comovente quanto a primeira, quando fomos apresentados à dramatização do que se passa no consultório do terapeuta, entre paciente e psicólogo, e como isso afeta a vida de cada um, em especial a do próprio Théo.

Bom, não é minha intenção fornecer sinopse da série, rsrs, mas eu precisava delinear por alto, caso alguém que me lê não tenha visto, ou não seja adepto [viciado, como eu].

O fato é que, tanto na primeira, quanto na segunda [e atual] temporada, cada um dos personagens parece trazer características e comportamentos com os quais eu me identifico, e a abordagem do roteirista finda por servir de "nova visão" para aquilo que eu, muitas vezes, tenho dificuldades para visualizar. É quase como um complemento da minha terapia, na vida real.

No episódio de ontem, Carol - a estudante de arquitetura que chega ao consultório após ser diagnosticada com um linfoma no pulmão - reportou não estar preparada para se deixar ver sem a touca, que escondia um cabelo [mal] raspado em razão da quimioterapia. Com muita sutileza, o terapeuta conduziu a situação de modo que, em seguida, a personagem "libertou-se" e revelou a cabeça cheia de falhas, em contrapartida ao sorriso sincero e aliviado de, enfim, ter-se permitido, simplesmente, ser.

Como adiantei no Facebook, ato contínuo à cena na tv, não tenho palavras para descrever o que senti, ao assistir a cena. De fato, somente aplausos à sintonia de atuação entre Zécarlos Machado (o Théo) e Bianca Comparato (a Carol), e a equipe técnica. Onde não havia diálogo, os olhares, os sorrisos e a cumplicidade entre terapeuta e paciente, tocaram o coração de uma forma ímpar! 

Nesse ponto, créditos à atriz que, ao contrário da Marina Ruy Barbosa, deu a cara à tapa - ou melhor, o cabelo à máquina - em nome da personagem, do propósito, da realidade enfrentada pelos pacientes submetidos ao tratamento contra o câncer.

Enfim, confesso ter sentido uma pontada, ao final do episódio, por sentir que, de alguma forma, a Carol iria morrer. Eu sei, eu sei, é uma hipótese com a qual todos os acometidos por essa doença infame, precisam lidar diariamente. É que "perder" alguém para o câncer é uma derrota sem nome, amarga por demais; só quem viu e viveu, sabe. 

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Quantos outros Joaquins?

Recebemos todos, com pesar, a confirmação da morte do menino Joaquim; onde se mencione o fato, a perplexidade é geral. Como cidadã, busco não me influenciar pelo que tem sido noticiado; como advogada, aguardo dados concretos oriundos da investigação, fornecidos à imprensa através de coletivas.

O que tenho mais dificuldade de entender é o fato de que ainda há, no mundo, gente capaz de intentar contra incapazes. Ok, consigo compreender que criar uma ou mais crianças não é missão fácil, tampouco cor-de-rosa, como se prega por aí. Mas quem opta pela maternidade sabe - ou pelo menos deveria saber - que não se volta atrás na decisão, que é para a vida toda.

Vamos lá, a comparação é rasa, mas ilustra a questão de uma forma, digamos, mais didática: a criatura quer comprar um carro. "Namora" a ideia, pesquisa marcas, preços, questiona amigos e parentes, lê revistas especializadas, vai à revenda, faz test-drive, volta para casa, pensa, faz cálculos e mais cálculos, até decidir e efetuar a compra. 

Com relação a filhos, poucas são as famílias que se programam; creio que, se fizermos uma pesquisa junto aos nossos pais, descobriremos que poucos de nós fomos planejados, queridos, "estudados". Eu mesma sou fruto de um "vacilo", e ouvi inúmeras vezes da minha própria mãe: "se na época que eu engravidei de você, tivesse ouvido meu pai, não teria me casado e teria criado você sozinha", ou ainda, "se eu tivesse a cabeça que eu tenho hoje, não teria tido filhos". 

Ainda sim, fui criada com zelo e diligência, e meus pais nunca atentaram [seriamente] contra a minha integridade física. Mesmo o meu pai, cujo sangue-quente eu provavelmente herdei, que nos momentos de fúria nos batia, jamais disse que nos mataria, ou algo do gênero. O que quero dizer com isso é que, mesmo que nenhum de nós tenha sido planejado, estamos todos hoje aqui, adultos e criados.

As pessoas se espantam quando digo que não pretendo procriar, como se a maternidade fosse requisito essencial na vida de uma mulher. Tanto não o é, que há casos e casos de abandono, agressões e afins. Se toda mulher avaliasse a si mesma, antes de engravidar, provavelmente não embarcaria nessa jornada sem volta. 

Lógico que há casos como o da minha amiga Flávia, que nasceu para o "ofício" de ser mãe, e o é com maestria; tanto que foi presenteada com outra vida, o nosso já amado Rafael. Quando questionada sobre a maternidade, no caso da Isa [que tem algumas alergias e precisa de um cuidado mais próximo], ela costuma dizer que "desde o começo, sabia das consequências da decisão de ser mãe", e resignadamente, buscou informações sobre cada um dos problemas que se apresentou. Nunca, nunca mesmo, ouvi minha amiga se maldizer ou lamentar a escolha que fez. 

Enfim, a lição que se pode tirar disso tudo é aquele velho ditado: quem pariu Mateus, que o balance. Pariu? Ok, não transfira a responsabilidade de criar e educar seu filho; não use subterfúgios para "se livrar" dele, no sentido figurado ou não. Porque "se livrar" não é só matar, ou permitir matar, como tudo indica que tenha ocorrido com o pequeno Joaquim; é também se omitir diante das situações, é delegar a terceiros (avós, tios e tias, babás, escola, igreja) uma missão personalíssima, que é a de formar um ser humano, com valores éticos e morais.

E o amor, onde está?

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Ego, isca e desamor

Existem fatos sobre os quais nós, no fundo, temos conhecimento, porém preferimos ignorar. Entretanto, chega a hora em que temos de nos defrontar com a questão, e trazer à consciência todas as consequências disso.

Pois bem, desde que esse relacionamento teve início, sabíamos que haveria muitos brios feridos. O que a gente, de fato, não imaginava, era até que ponto a nossa felicidade era fator desencadeador de uma fúria irracional, que extrapola a razoabilidade, conduzindo às raias da loucura.

O que causa espanto nesse cenário é a junção de duas coisas: a motivação, e a isca. [Advirto, preliminarmente, que queixos cairão a partir dessa informação.] A motivação é o desejo de que, em virtude da própria incapacidade de ser feliz, sejamos [João e eu] lançados à fogueira, porque o que há entre nós dois seria, aos olhos alheios, uma afronta.

Sobretudo, nossa capacidade de prosseguir, diante das mais variadas adversidades (financeiras, profissionais, de relacionamento com família e etc.), configuraria um cenário a ser combatido com mentalizações, verbalizações, tudo para que a relação sucumba.

Ok, não somos nem seremos os primeiros a enfrentar esse tipo de coisa; mas, o que me causa espécie mesmo [e aqui, a ressalva de que temos informações concretas sobre o que escrevo] é a utilização indiscriminada da "isca", sua manipulação descarada para propósitos sórdidos. Não obstante o mal que causa a si mesmo, quem faz isso é desprovido de amor. Vejam bem, quando digo "amor", refiro-me ao sentido amplo da palavra, ou seja, ao caráter quase divino do termo. 

Quando se comete um crime com a utilização de um artefato (uma faca, uma arma, uma foice, um tijolo ou uma barra de ferro), o objeto não "sente", é mero instrumento para a consecução do crime. No caso, não estamos falando de coisas, o que faz do ato de utilizar a "isca" um "crime" dos mais hediondos que se pode imaginar. 

Ainda é tempo de interromper esse pavoroso mecanismo, basta uma dose de bom senso.

Em suma, o que precisa ficar claro aqui é que, a exemplo daquele quadro do Fantástico, nós "estamos de olho". 

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Bruxas: a evolução da imagem e novas formas de lançar feitiços

Ok, e daí que é Halloween

Imagem daqui
Perdoem-me os mais sensíveis, mas a impressão que eu tenho com relação ao que vivo [desde, sei lá, sempre] é que as bruxas jamais estiveram presas, daí porque não faz qualquer diferença o fato de estarem "soltas" no dia 31 de outubro.

Rola por aí, nas redes sociais, uma piadinha sobre o fato de que muitas pessoas já nasceram "fantasiadas" ou "mascaradas" de bruxas, daí a desnecessidade de trocar a(s) foto(s) do(s) perfil(is). Longe da brincadeira, algumas criaturas me convenceram de que isso é, sim, verdade. Só porque tais figuras não usam vassouras como meio de transporte, nem necessariamente possuem narizes aduncos, ou gatos como animais de estimação, não significa que deixaram de ser bruxas.

Ao invés de caldeirões, suas magias são preparadas mentalmente, e remetidas da mesma forma; ou através de "feitiços" verbalizados em discursos, ou discussões. O propósito é semelhante: retardar o progresso da vida alheia. 

Cabe, porém, um lembrete: para se atirar lama, é preciso sujar as próprias mãos; então, ao passo em que faz de tudo para impedir ou diminuir a felicidade do outro, finda por fazer a si mesma, mal igual ou pior.

É por isso que eu digo: desejo que as pessoas sejam felizes, porque gente feliz não enche o saco! Claro, um tanque de roupa suja para lavar, ou uma pia abarrotada de louça, seriam igualmente úteis para ocupar as bruxas contemporâneas.

Bom, é isso. Tricks or treats?

terça-feira, 29 de outubro de 2013

"Instinto maternal é só um outro preconceito"

Curto, porém lúcido, o texto a seguir é de autoria do Léo Jaime, e está disponível em http://gnt.globo.com/amor-e-sexo/leo-jaime/Instinto-maternal-e-so-um-outro-preconceito.shtml

25/10/2013 às 13:12

Instinto maternal é só um outro preconceito

ASSUNTOS: Relacionamento

ser mãe é uma coisa, ser mulher é outra

Ser mãe é uma coisa, ser mulher é outra. Não concordo que a mulher só se completa na maternidade ou que toda mulher tenha nela, como um dom da natureza, a habilidade de ser mãe. Na minha opinião este é apenas mais um preconceito. E, como qualquer outro preconceito, não deveria existir. Vejo mulheres precisando justificar o desinteresse em ser mães como esta escolha tivesse o peso de não querer mais tomar banho ou aprender a ler e escrever. A família cobra, os amigos, ela própria. Mas este não é o pior aspecto deste preconceito.

As mulheres que acabam por ter filhos, imaginando que é isto o que delas se espera, e não tendo a menor vocação para isto, é o que mais me assusta. A vida de muita gente é afetada por esta irresponsável decisão. Vejo casos de mulheres que não tem nem a sombra daquilo que costumam chamar de "instinto maternal" parindo filhos como se fosse a coisa mais simples do mundo. Para estas, de certa forma, é. Eu era jovem e tinha claro para mim que querer ser mãe é uma coisa e "querer ter um filho" era outra. Ser mãe é criar, é para o resto da vida. Parir é uma experiência curta. 

Ouço histórias todos os dias que me apavoram, ainda que não sejam histórias trágicas ou que resultem em crimes. A mãe que entrega o filho para outros da família criarem e não liga no Natal e nem no aniversário da criança. A outra que contrata uma empregada na segunda e na terça sai, deixando a filha de dois anos com a estranha e volta na quinta. A outra que vai visitar uma amiga, levando a filha de 4 anos, e sai com a amiga deixando a filha lá com uma empregada que a menina não conhece e sem avisar, nem a uma e nem à outra. Bobagens, né? Coloque-se no lugar das crianças.

E os pais? Como é que deixam seus filhos nestas condições? Pais tão negligentes quanto as mães que menciono aqui é o que não falta. Só que ninguém fala em "instinto paternal". Este é o foco: não supor que, por ser mãe, a criatura sabe e consegue cuidar direito de uma ou mais crianças. Do mesmo jeito que não supomos que um homem, por saber engravidar uma mulher, saiba ser pai. Não existe "instinto" nem para um e nem para o outro. Existem: responsabilidade, empenho, amor, dedicação, sensibilidade, compaixão,  brio, caráter e vergonha na cara. 

Instinto é outra coisa. 

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

A difícil missão de não me incomodar

Na qualidade de geminiana, tenho a dizer que extremos fazem parte da minha vida desde sempre... essa parada de "caminho do meio" fica para quem consegue, pois eu reconheço que sou incapaz de um equilíbrio nesse nível.

Bom, mas a terapia está aí para me desafiar, não é verdade? E eis que na última sessão [pausa para a locução do Selton Melo, hahahaha, "nos capítulos anteriores de Sessão de Terapia"], decidi que precisava pedir ajuda para não surtar e sair por aí jogando pedra na lua [porque pedra nos outros, hahahaha, eu jogo!]. 

De fato, sou do tipo crítica, que se incomoda, e reclama, e reclama, e reclama. Como ela disse: não que eu esteja equivocada em minhas colocações, observações ou pedidos; as pessoas é que se tornaram surdas aos meus apelos, e me rotularam de chata; daí porque perdem oportunidades, abrem espaço para erros que podem ser irreparáveis. 

Mas e aí, Bial? fazer o quê? Já gritei, briguei, surtei, e nada melhorou; já calei, e igualmente não resolveu. Uma solução razoável que me foi apresentada - bem distante da que eu havia imaginado - foi a de calar dentro de mim a "neura": está sujo? desabando? as cadelas podem fugir por causa do portão aberto? Ok, ok, muita calma nessa hora... como diria uma frase famosa: "faça o possível e aceite o improvável". 

Pois bem, houve duas oportunidades em que pude exercer o autocontrole, e tenho a grata satisfação de compartilhar que obtive êxito em ambas. Fácil não é, exige de mim uma capacidade de parar e respirar, antes de sequer franzir a testa. Mas, como a vida é feita de pequenas conquistas, cá estou, firme e forte no propósito de não permitir que terceiros determinem a minha forma de agir.

Ah, claro, um alerta merece ser lançado: não é porque estou promovendo mudanças comportamentais, que a partir de então serei santa ou darei a outra face. NANANINANÃO. A sugestão permanece: não mexa com o que está quieto, e não pise no meu calo que eu te entorno feito água (como diria a música da Ana Carolina).

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Tirem as crianças da sala... ou sintonizem outra rádio

E eis que, para minha surpresa, ouvi que não há nada demais em permitir que crianças sejam expostas às letras das "músicas" atuais... aí inclusas as de funk e forró, sertanejo e axé. O argumento utilizado é que não seria possível evitar o contato na escola, através de babás e afins.

[Pausa para uma lágrima solitária e sofrida, que brota do fundo da minha pobre alma.]

Vamos lá, eu adoro criar hipóteses que permitem uma comparação e forçam um raciocínio que parecia prejudicado. Pois bem, digamos que os pais não sejam fumantes, mas que a criança frequente locais compartilhados com fumantes. Qual o padrão doméstico? O não-fumo, correto? Alguém aqui discorda que a criança vai usar como base o fato de ter pais não fumantes? E se for do naipe da minha sobrinha, ainda é capaz de repreender a(s) chaminé(s)

Outro detalhe que refuta o argumento: se os pais não fumam, por acaso haveriam de permitir que a babá, ou qualquer pessoa que eventualmente cuide ou participe dos cuidados da criança, fume perto dela? Não. 

Curioso porque, para a desculpa de que não se pode determinar o que se passa na escola, tenho o exemplo da Flávia, minha amiga. A Isabella - já bem famosa aqui no blog, kkk - adquiriu comportamentos reprovados pelos pais, após ingressar na escola; o que foi feito? Simples: a Flávia foi ter com a coordenação e as professoras. Como ela acompanha de perto tudo o que acontece com a Isa, não foi difícil notar as mudanças, e exigir providências. 

Uma delas, inclusive, merece meus aplausos e admiração profunda: a chupeta deixou de fazer parte do kit escolar da Isa. Isso porque ela só usava ao dormir, e após a escola, não queria largar de jeito nenhum. 

Bom, retomando o assunto do post, quem disse que é correto que as escolas incentivem o gosto por letras, digamos, de cunho apelativo? Não, pelo amor de Deus, reclamem dos lek-leks, das poderosas, dos forrós e sertanejos que em nada auxiliam no desenvolvimento infantil! 

Cá estou, mais uma vez, carregando a bandeira de que "criança precisa ser somente criança". 

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Pés de milho, preto-no-branco, e bom senso

Novamente, eis-me aqui para compartilhar algo que li [os créditos estão nos hiperlinks, ok?], e despertou em mim algumas considerações...

Do treinamentoter, 15/10/13
por Paulo Coelho |
categoria Todas
Os guerreiros ninjas vão para o campo; o milho acabou de ser plantado. Obedecendo ao comando do treinador, pulam por cima dos locais onde as sementes foram colocadas.
Todos os dias os guerreiros ninjas voltam para o campo. A semente se transforma em broto, e eles saltam por cima. O broto se transforma em uma pequena planta, e eles saltam por cima.
Não se aborrecem. Não acham que é perda de tempo.
O milho cresce, e os saltos se tornam cada vez mais altos. Assim – quando a planta está madura – os guerreiros ninjas ainda conseguem saltar sobre ela. Por quê? Porque conhecem bem seu obstáculo.
Mas existe gente que não age assim: quando o problema é pequeno, não dão importância; e quando o problema cresce, sentem-se incapazes de superá-lo.

Pois bem, eu posso ser taxada de várias coisas nessa vida, mas uma das quais eu inadmito é ouvir que fui/sou omissa; até porque eu faaaaaaaaalo pelos cotovelos, antebraços, dedos e unhas, kkkkk. Eu aponto o que precisa mudar, melhorar, enfim. Se por um lado, costumo ouvir que esse tipo de atitude pode afastar as pessoas do meu convívio, ou aborrecê-las, por outro sou franca comigo, com o que sinto, e isso pode ainda ser traduzido como zelo.

Sim, zelo; porque quem se omite, optou por ligar o botãozinho do f***-se. Eu bem que deveria tentar ligar, mas não consigo, nem com toda terapia do mundo, rsrsrs. Claro que isso me causa dissabores, mas ok, eu posso lidar, eu consigo lidar.

Retomando o raciocínio: ao ler o post do Paulo Coelho no site do G1, imediatamente me veio à mente uma situação bem específica, que de fato tem sido negligenciada, porque aparentemente pequena. A meu ver, o que julgam "pequeno" é, em verdade, a ponta visível do iceberg. Não tarda descobrirmos o tamanho, estou certa disso. Só que, infelizmente, pouco posso fazer além de falar, e falar, e falar e falar.

Por mim eu já teria resolvido tudo numa lavagem de roupa-suja heavy metal as coisas estariam em pratos limpos, preto-no-branco, nada de tons de cinza. Já diria Spencer: "A liberdade de cada um termina onde começa a liberdade do outro". Então por que raios invadir o cenário alheio??? É tão impossível cumprir cronogramas, acordos [ainda que verbais]? 

E é assim que, aquilo tomado por "pequeno" na atualidade, vai agregando imensas proporções... um dia vai estourar. E aí, como é que fica? Quem vai sair ganhando? Bom, na minha opinião, ninguém; e quem mais tem a perder, sequer pode opinar. 

Por isso, antes que chegue o dia de lamentar a incapacidade de saltar por sobre os pés de milho, urge estabelecer regras claras para que haja respeito, essa linda via de mão-dupla separada por uma faixa dupla e contínua. Mas bom senso não é diluído na água que se bebe, tampouco é comercializado em comprimidos, exige uma capacidade que grande parte da população não possui; pelo contrário: provavelmente pensa se tratar de um bicho, que não "cria" porque não sabe o que [o "bicho"]come.

Só digo duas coisas: ê, ê, rsrsrs. (plagiando Cine Holliúdy).

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

A banalização da vulgaridade e a infância [praticamente] perdida

Li hoje uma frase que achei tão sensacional, tão sensacional, que imediatamente minhas conexões neurais dispararam, fazendo associações as mais diversas. Bom, sem mais falatório, ei-la: "O luxo não está na riqueza e no excesso de enfeites, mas na ausência de vulgaridade(Coco Chanel)

Parece bobagem, porque é uma frase de um ícone da moda, e moda [para alguns] seria mera futilidade. Muito longe disso, a frase casa com outra coisa que acabei compartilhando lá no Facebook, e colaciono aqui:




Vivemos uma triste realidade atualmente: vulgaridade banalizada. Não sei se eu sou conservadora, ou se os valores estão sendo invertidos, à medida que o tempo passa. Nossas crianças são expostas, desde praticamente o ventre, à programação massiva da tv, excessivamente violenta e pornográfica. Confesso que fico chocada quando vejo uma criança repetindo passinhos ou cantando "Anitta", ou ainda, as letras machistas e desvirtuadamente erotizadas do carro-chefe das rádios aqui no Ceará (no Nordeste, na verdade): forró. 

Para mim, ao contrário da maioria, é decepcionante ver a inocência se esvaindo em meninas cujas roupas estão, cada dia menores e cada vez mais cópias do vestuário adulto. Até salto alto as pequenas já usam. Morre um pedaço de mim quando escuto uma criança cantando "lek-lek", como se estivesse cantando uma cantiga dessas que permeou minha infância. Sim, porque a criança não sabe distinguir uma da outra, então só repete aquilo que ouve, reproduz os estímulos aos quais é exposta. Então não pense que ela passará incólume ao seu rádio sintonizado numa dessas fm's de massa. E um futuro não muito distante vai mostrar que eu tenho razão, e você provavelmente vai se arrepender.

Na mesma direção, o fato de ignorar a classificação etária da programação de tv, especialmente os canais abertos. Se as novelas causam espécie as adultos, imagine o que faz com as cabecinhas em formação; aliados, claro, ao ambiente familiar, escolar, social... a combinação pode ser catastrófica. Então, papais e mamães, voltem seus olhares ao mundo que vocês estão oferecendo aos seus pimpolhos. Será que a tv precisa ficar o dia inteiro ligada, a ponto de a criança saber de cor e salteado a grade de programação? É realmente necessário ouvir músicas de duplo-sentido quando a criança está por perto? 

Não seria o caso de incentivar a leitura, estimular a criatividade, ou mesmo o básico, que é mostrar interesse na rotina da criança? Criança precisa de atenção direcionada (não é a presença no mesmo ambiente, é a-t-e-n-ç-ã-o), ouvir música de criança, ver programação de tv para criança, enfim, ser criança. Os ganhos virão em curto prazo, e tendem a ser positivos e perpetuados. 

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Colorindo a vida

Ontem, levei um "pito" do presidente da Turma Recursal, na visão de quem eu estava "argumentando com a Turma, e o Regimento não permite", kkkkk. Tudo isso porque, após findar minha sustentação, por impulso, respondi a um argumento que ele utilizou para não aceitar os meus. 

Bom, como se diz por aqui, "bocado comido, bocado esquecido", o negócio é seguir caminhando e cantando e seguindo a canção. 

Pois bem, diante do meu esforço hercúleo para não me abater diante das adversidades, fiz um breve apanhado mental de coisas que fazem a vida valer a pena, ter mais cor e perfume... a joia-da-coroa foi saber que está a caminho o Rafael, para fazer dupla com a Isabella, ambos da minha amiga dos tempos de escola (cof! cof! cof!), Flávia. A Isa, inclusive, já ganhou dois posts aqui no blog. :)

Não sei quanto a você, leitor, mas para mim é uma alegria imensurável poder ver a vida daqueles que me são caros, seguir seu curso. Todas as amigas que casaram, saber das gravidezes, acompanhar - de perto ou pelo Facebook - o desenvolvimento dessa geração... é muita emoção, gente! 

Eu também vejo com admiração toda essa coragem de procriar... primeiro, porque não tenho intenção alguma; segundo, porque trazer alguém a esse mundo de hoje requer disposição sob os mais diversos aspectos, inclusive em função da crescente de violência aqui no Ceará. Honestamente, eu não me imagino, como dizem, "vivendo com o coração batendo fora do peito". Deixemos o meu aqui dentro, guardadinho, que é melhor.

Hum, mas a intenção do post era celebrar os bons acontecimentos dessa vida... que se multipliquem, e durem o suficiente para nos fortalecer o espírito para enfrentar os percalços cotidianos.

Sê bem-vindo, Rafael. <3 p="">

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Copos, e mudança de atitude diante da vida

Imagem daqui
Ontem escrevi um extenso post [não publicado], cujo conteúdo pode perfeitamente ser resumido na imagem ao lado: copo cheio, transbordando. Alguém tinha dúvidas sobre o fato de que o meu quadro de saúde está diretamente ligado ao meu estado emocional? 

Pois bem, ao passo em que me via desmoronando aos blocos, compreendi que necessitava de mais do que colo do amado, ou broncas das amigas; estava relacionado à forma de compreender o mundo, numa amplitude que nem eu sou capaz de delinear.

Tenho sorte de ter o João na minha vida, isso é indiscutível; porque ele me motiva nos mais diversos setores, inclusive quando, muitas vezes, sequer se dá conta de estar fazendo isso. Sei que ele, ao ler, vai dizer que comigo funciona meio como "casa de ferreiro...", porque ele diz as coisas e depois, quando outrem repete, ele costuma dizer que eu não dou ouvidos a ele, rsrs. Não é verdade, amor. Eu só processo de forma diferente... e quando um terceiro confirma, acende o alerta na minha cabeça.

Ok, mas eu não disse ainda por que raios resolvi escrever sobre isso. Pois bem, é que após uma noite de sono bem próximo do normal, percebi que estou colecionando copos d'agua em níveis variados; uns mais cheios, outros nem tanto, e em alguns casos, há somente o copo. Atentei para o fato de que é uma inutilidade sem precedentes: manter copos vazios, à espera de volumes. E, invariavelmente, preenche-los.

Sabe aquela história de ligar o botão do f***-se? É isso, parar de ficar enchendo copos. Mas a engenharia por trás disso é complexa, eu admito. Sou detalhista, perfeccionista, controladora, e a minha mente tem uma capacidade extraordinária de criar cenários para tudo o que ouço, vejo e sinto. Daí porque eu me afeto tanto, com tudo. Um comentário que ouço no elevador, a presença de uma pessoa em determinado local, tudo é motivo para disparar emoções, nem sempre positivas ou construtivas.

Honestamente falando, não faço ideia de como iniciar o processo; tento visualizar um corredor de pessoas gritando, gesticulando, tentando me alcançar, e eu, de alguma forma, preciso treinar minha mente para não ouvir, não reagir, simplesmente seguir em frente, visualizando láááááááá no final, aquilo que eu realmente quero alcançar. É uma hipótese, vou me esforçar de fato para não permitir que as interferências externas me prejudiquem, e também, que eu consiga seguir pelo caminho livre e leve, sem tantos pesos que eu insisto em carregar.


segunda-feira, 23 de setembro de 2013

O estresse e a cena que virou comédia

O corpo sinalizou a exaustão, resultado de tempestades mentais que fugiram ao controle; enfim, precisei me render ao atendimento médico na tarde/noite de sábado. Por sorte, a tomografia e o exame de sangue não apresentaram alterações, de modo que o parecer do neurologista, após uma anamnese bastante peculiar, foi pelo diagnóstico de estresse.

Well done, Ms. Lambert! Tanto fez, que conseguiu... a medicação-padrão, Tramal, sequer fez cócegas; daí partimos para algo heavy metal, inclusive com nomes deveras, digamos, curiosos. Devidamente alertada sobre os efeitos sobre a pressão de um dos medicamentos, em contrapartida aos 2l de soro intravenoso e uma necessidade, digamos, inadiável. Em resumo, desmaiei e abri a testa.

[pausa dramática]

Eu sabia que ia desmaiar, eu sempre sei, de tanto que já me ocorreu nessa vida, kkkk. Não sei explicar os motivos que me levaram a crer que eu seria capaz de controlar o episódio (!), e quando dei por mim, dizia ao João que ele estava me machucando, quando o coitado tentava me levantar. 

Voltando à maca, uma saraivada de perguntas do neurologista, e uma nova requisição de tomografia, outro acesso (era a terceira vez, num intervalo de, sei lá, 5h), e uma maldita técnica/auxiliar de enfermagem que insistia em repetir "- eu avisei que 'baixava' a pressão, eu avisei!". Ok, minha querida, você avisou sim, mas eu fiz uma escolha e, infelizmente, fui vítima dela. De toda forma, com a pressão 8X5, eu cairia da cadeira-de-rodas na recepção, ou aguardando enquanto o João traria o carro.

Após mais sei-lá-quanto-ml-de-soro, uma apreensão por causa da febre súbita (eu tremia de frio, e o termômetro aferia 38º), até  normalizar o quadro e eu, finalmente, ter alta. A sensação de estar possuída pelos efeitos do remédio era algo avassalador: permanecer de olhos abertos era impossível. Eu me recordo de tudo, da hora que cheguei à hora em que o João me avisou que estava indo embora, e que havia colocado comida para o meu cachorro, água, e que deixaria a chave em certo local, após trancar o portão.

Bom, o que me levou ao hospital, aos vistos, foi-se; o corte na testa está feio, e toda a minha preocupação agora baila entre não recidivar quanto ao estresse, e proteger dos efeitos nocivos do sol esse "y" que ganhei na testa. Posso dizer, inclusive, que estou utilizando o Cicaplast Baume B-6, da La Roche, e aprendi a fazer "ponto-falso" sozinha, com Transpore. Veremos se essa combinação vai "dar samba". 

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Sobre alvos e atitudes

"O sucesso nasce do querer, da determinação e persistência em se chegar a um objetivo. Mesmo não atingindo o alvo, quem busca e vence obstáculos, no mínimo fará coisas admiráveis."
José de Alencar

Não é segredo que eu funciono melhor se escrever sobre o que penso, o que sinto; processo informações, emoções, e converto em textos que me ajudam a seguir em frente. Pouco importa se é sobre o relacionamento, ou dificuldades profissionais, pessoais, familiares, conflitos internos... vai tudo para o liquidificador mental, rsrsrs.

Hoje, procurando frases para as placas de homenagens para o evento da empresa (porção marketing mode on), a supra citada me chamou a atenção, porque se encaixa sem esforço na situação da minha relação com João. De fato, há muitas coisas admiráveis em nossa história juntos... o alvo [ainda] não foi atingido, é óbvio, mas o saldo é positivo.

Claro que os obstáculos são muitos, pesados, aparentemente intransponíveis; porém, a filosofia da água finda por se aplicar com maestria. O bloco do "vamos ser chatos e atrapalhar" insiste em querer passar e por vezes altera a ordem e o cronograma, mas não tem vez, nem voz, não como julga ter... quando é impossível resistir, ceder não significa desistir, mas sim reunir condições para a próxima afronta.

Nenhum de nós achou que seria fácil, porém, juntos, somos sempre mais fortes e capazes. É a crença, a certeza firme na unidade, que abranda as dificuldades da vida. Tudo, obviamente, pautado no diálogo franco, no companheirismo, na compreensão, no amor. Afinal, como diz a música: um mais um é sempre mais que dois.


segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Somos dois, e somos um

O Giuliano foi muito feliz ao captar esse momento... porque felicidade é feita de instantes, de oportunidades aproveitadas, chances não desperdiçadas.
Fica aqui meu agradecimento ao amigo querido!



A cada vez que olho essa foto, sou invadida pelo sentimento de plenitude, como se lá estivesse, mais uma vez, vivenciando essa experiência.

Nossa vida não é perfeita, longe disso... tem sido, inclusive, colocada à prova por pessoas e circunstâncias. Mas esse burilamento todo, muito além de desgastar, tem aperfeiçoado e estreitado nossos laços, nossa relação.

É mais do que generosas de confiança e respeito, admiração e companheirismo; é colocar-se no lugar do outro, antes de tomar decisões. É a maturidade que impede de fraquejar diante daquilo e daqueles que não suportam a alegria e o contentamento alheio.

À medida em que seguimos pela estrada da vida, lado a lado, rumo ao futuro que estamos construindo, tenho certeza de que, realmente, nada na vida acontece por acaso; e que mesmo os maiores erros que cometemos [e pelos quais pagaremos um preço alto, ad eternum], serviram de lição... 

E como a minha vida tem trilha sonora, a música pertinente ao momento é essa:

O Melhor De Mim

O meu coração está feliz por causa de você
Minha vida mudou de vez depois que você chegou
Sou outra pessoa, uma pessoa bem melhor

E se o amor tivesse uma cor, seria a sua
Se fosse branca a cor, seria a mais bela das luas
Toda a beleza que o amor pedir, eu quero pra você
O melhor de mim

Se o amor tivesse um nome, seria o seu
Se fosse flor o seu nome, seria o mais doce jasmim
Você sabe me fazer feliz e eu quero pra você
O melhor de mim

O meu corpo tá mais quente por causa de você
Minha pele mudou de cor depois que você chegou
Você entrou na minha vida como um anjo cheio de luz
Tudo ficou mais claro, tudo ficou azul

Se o amor tivesse uma cor, seria a sua
Se fosse branca a cor, seria a mais bela das luas
Toda a beleza que o amor pedir, eu quero pra você
O melhor de mim

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Enough!

Imagem daqui
Por uma vida sem despertadores, sem a loucura do trânsito, sem o medo dos assaltos e da violência desenfreada, sem convivência forçada, sem a sensação de estar sendo usada e constantemente vigiada... mais amor em tudo o que se faz, das bijus à profissão abraçada, com remuneração mais compatível com a necessidade, do que com a nova forma de escravidão.

Eu tenho inveja de quem trabalha naquilo que ama, é remunerado à altura, e vive [muito bem] disso. Devia ser assim para todos. É para isso que a gente estuda, ou não? 

(mas ainda acho que eu devia ser dondoca, rsrs)


sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Recuo, nova partida, e o sonho do mesmo CEP

"Dai-me Senhor, a perseverança das ondas do mar, que fazem de cada recuo um ponto de partida para um novo avanço." 
Gabriela Mistral

É nessa vibe que pretendo enquadrar o mês de setembro: o ponto de partida, para um novo avanço. Sim, porque já se foram 8 meses de doses - nada homeopáticas - de aborrecimentos, dissabores, falta disso e daquilo, enfim. Passou da hora de começar a construir o castelo com todas as pedras que fomos reunindo pelo caminho. 

Só que sair da teoria, para a prática, exige muito mais do que [boa] vontade, e é aí que a porca torce o rabo, ou que o caldo entorna, rs. Já disse, petit comité, que a sensação é de ter sido alvo de "coisa feita", das mais pesadas possíveis. Parece que está tudo aprisionado, algemado, enterrado, sei  lá... não fui, não fomos, mas que tem coisa errada, ah, isso tem.

Quem aí lembra a história do documentário "o segredo"? Provavelmente, muitos. Curioso como parece funcionar para uma ou outra seara, mas na essencial, vital, a estagnação permanece. Não há mentalizações, verbalizações, recortes, absolutamente qualquer ato capaz de mover um único milímetro, na direção do que desejamos. O lago segue manso, pacífico...

Ok, retomando o que originou o post... tenho dito a mim mesma que tudo foi alicerce para a construção dos nossos sonhos. E é chegado o tempo de sermos dois, e sermos um; somar, subtrair, multiplicar e dividir, ter o mesmo CEP, uma mini-horta, cronogramas de atividades domésticas, escolher a cor dos utensílios da cozinha, rir de nossos traumas, planejar aquisições...

Quando vai ser? Não sei. Por mim, seria hoje, no máximo amanhã. Tomara que Deus pense da mesma forma, e tenha calculado assim também.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Do Deus surdo - Paulo Coelho

Li e a identificação foi imediata... compartilho aqui no blog:

Do Deus surdo

seg, 02/09/13
por Paulo Coelho |
categoria Todas

O guerreiro da luz vê-se, de vez em quando, andando pelas ruas sem qualquer destino. Nestes momentos, ele pensa:

"Nada do que planejei está acontecendo. Dei o melhor de mim, segui meus son­hos, fui fiel a Deus. Entretanto, as coisas parecem não caminhar para frente, os esforços não estão sendo recompensados".

"Deus parece que está surdo e não escuta minha voz", diz o guerreiro com uma certa amargura.

Neste momento, a melhor coisa que ele deve fazer é sentar-se num bar e pedir um café. Depois de alguns momentos irá entender que o tempo de Deus não é igual ao seu tempo.

Em algum lugar do Universo, milhares de anjos estão se moven­do e caminham para ajudar todos aqueles que seguem seu coração.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Música e filhos mais velhos

De repente, um trecho de música bem conhecida passou a me assombrar: "sempre precisei de um pouco de atenção, acho que não sei quem sou, só sei do que não gosto" (Legião Urbana - Teatro dos Vampiros).


Provavelmente, deve ser síndrome do filho mais velho. Bom, até agora, eu sequer sabia que existia essa "síndrome". Mas, jogando no Google, acabei surpreendida. Inclusive, colaciono um trecho retirado daqui

"As brigas eliminam a condição de Filho Único e levam-no à condição de irmão, que são unidos como unha e carne..., mas unha de um na carne do outro. Assim, ter irmãos é essencial para desenvolver vida social. É pertencer ao subgrupo familiar dos filhos, pares entre si.

Eles brigam entre si porque sentem que podem brigar em igualdade de condições. O menor fica do tamanho do maior quando grita e um adulto vem socorrê-lo sempre dando bronca no maior: "Por que você não bate em alguém do seu tamanho?". Os pais muitas vezes não percebem que a briga pode ter começado pelo menor agredindo e/ou pegando as suas coisas. Isso é bastante comum com filhos caçulas tratados como Filhos Únicos pela diferença de idade, de sexo, ou pelo fato de os pais não planejarem mais ter filhos."

Nós, os "mais velhos", somos frequentemente instados a assumir o papel dos pais, no que tange a responsabilidades; porém, na hora da solução de conflitos, via de regra, ou apanham os dois, ou o(a) pai(mãe) pende a balança em desfavor do primogênito. No meu caso, passei a vida toda sendo bombardeada com frases do tipo "você tem que dar o exemplo", "você é a mais velha, tem que dividir", "coitado(a) do(a) seu(ua) irmão(ã)". 

Perdi as contas de quantas vezes as minhas necessidades foram negligenciadas, em detrimento de outro filho. Óbvio que nem sempre foi de má-fé, ou proposital; porém é inegável que causou danos severos à personalidade desta que subscreve. Realmente, a "ficha caiu" sobre não saber quem sou, e de alguma forma, ainda ter a necessidade de receber atenção. 

Curioso, como na letra da música, é que eu "só sei do que não gosto". Mesmo. (risos).

terça-feira, 27 de agosto de 2013

O Wolverine em mim, e o muay thai

Eu jurei que não trataria de assuntos relativos a dieta ou exercícios aqui no blog. Mas eu preciso compartilhar... quando decidimos pelo muay thai, levamos em consideração o fato de que é uma atividade física intensa, potencialmente emagrecedora e desestressante, principalmente.

Via de regra, a gente que mora em capitais é meio vítima do caos urbano: trânsito, poluição, cronogramas e afins. Nem mantras ajudam quando o assunto é estresse, pelo menos para mim. 

Daí que ontem, após uma sessão de terapia que revolveu uma porção de coisas aqui dentro, acabei me aborrecendo com outros fatores, e o resultado foi péssimo. Cheguei ao treino em vias de quebrar os punhos de tanta raiva para descarregar. 

Sabem o que é mais curioso? Houve um momento em que meu corpo ultrapassou o limite da exaustão, mas eu não desisti. Mesmo temporariamente privada [ainda que de maneira discreta] da plenitude das faculdades mentais, o corpo somente obedecia aos comandos baseados no instinto primitivíssimo de externar a raiva, a possessão.

O gatilho para um quase irrompimento em lágrimas foi um comentário do mestre, que findou por servir de combustível para a continuidade do treino. Aquelas lágrimas contidas foram a forma encontrada pelo corpo de extravasar a profusão de sentimentos: dor, raiva, mágoa, impotência. 

Creio que o sono de ontem tenha sido consequência do exaurimento das forças, tanto que tive um pesadelo esquisitíssimo, que me fez despertar e ter dificuldades para voltar a dormir, antes que o despertador anunciasse a hora de levantar. 

Pois é... tem gente que bebe, tem gente que toma remédios, eu ontem escolhi o treino para provocar esse "apagão", tão necessário e providencial, posto que tenho uma mente absurdamente elaboradora de teses e antíteses, o que invariavelmente provoca insônia. 

Hoje, a cabeça não dói, mas cada músculo do corpo encontrou uma forma eficiente de provar sua existência... então, para quem ainda não se convenceu de que exercitar o corpo auxilia diretamente na manutenção da sanidade mental, eis-me aqui para provar que, sim, a exaustão entorpece a mente inquieta.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

A matemática das relações

A vida é bem melhor com as parcerias... não importa que denominação se dê a cada uma delas - amizade, relacionamento a dois, etc. - o fato é que ter com quem contar, não tem preço.

Lembro bem aquele período complicado, compreendido entre as idas e vindas do vovô à UTI, a descoberta da leucemia da pequena, e tudo o que se sucedeu... não fossem as palavras de consolo, a mão estendida para ajudar a reerguer, provavelmente eu não estaria aqui para contar [tantas] histórias.

O post de hoje é um agradecimento à Fernanda, pela delicadeza de abrir as portas de sua casa no sábado à noite com um jantar dos deuses, com a atenção de sempre, e muitos motivos para querer retornar, mais uma vez, e novamente, rsrs. 

E é também um meio de externar o carinho imenso pela querida colega de trabalho - e sócia no empreendimento Le Grá - Layle. A vida não tem sido muito gentil com ela, e no último sábado, foi vilanesca... além de lidar com as convulsões de seu pitbull, quase perdeu uma falange. Não obstante a dor física, restou-lhe a dor de retornar ao lar, sabendo que seu animal de estimação fora sacrificado, posto que a doença que o acometeu entrara em estágio irreversível. 

Claro, não poderia deixar de agradecer o fato de poder acompanhar João em suas andanças, galgando o futuro que desejamos para nós... é de fato uma bênção saber que eu tenho com quem contar, e posso ser a pessoa com quem ele sabe que pode contar, também. 

Assim, somando alegrias, dividindo tristezas, multiplicando amor, a vida segue seu curso... essa matemática diminui - e muito! - o peso que é viver...

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Ofensa, pedra e água



Não seria necessário me estender em comentários sobre o quanto a tirinha mexeu comigo. Só que eu tenho um defeito: processo melhor as coisas quando escrevo sobre elas.

De fato, sinto como se estivesse vivendo num campo de paintball; vez em quando, um tiro me acerta... no mais, a missão é bolar estratégias para derrubar os oponentes, e não ser atingida. Uma coisa é certa: vivo tensa, estressada, e com a "guarda levantada" para não receber um golpe e "desmontar".

Acho fantástico quem se deixa levar pela vida, e não revida, sabe? É lindo, mas nunca funcionou comigo. Até quando parece natural, há por trás uma engenharia complexa, muitas sinapses e afins. Sou uma maquininha de conjecturas e cenários.

Pois bem, já passa da hora de começar a decidir o que aceito ou não como ofensa. Vai ser fácil? Jamais! Provavelmente, muitas e muitas sessões de terapia, tempestades mentais, uma dose de confusão interna, até reorganizar o processo como um todo. 

Lógico que se alguém me desse a opção de agir assim, ou quebrar meio-mundo [sem consequências penais, obviamente], está bem claro que a segunda opção seria escolhida sem pestanejar??? Como o Código Penal prevê sanções para 90% das minhas intenções, rsrsrs, tive que recorrer a outro método. Ser como a água, como disse o Bruce Lee, em entrevista reproduzida na abertura do filme do Anderson Silva:

"Não se coloque dentro de uma forma, se adapte e construa sua própria, e deixa-a expandir, como a água [...] 


Se colocarmos a água num copo, ela se torna o copo; se você colocar água numa garrafa ela se torna a garrafa [..]. Água pode fluir ou pode colidir.

Seja água, meu amigo"


E lá vou eu, desaprender a ser pedra, para aprender a ser água... 

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Parentesco por afinidade: as bênçãos das escolhas da vida

Uma amiga mais do que querida, está grávida; outra, igualmente especial, está em vias de descobrir se vai transformar um casal, num trio, rs.

Como já disse em inúmeras oportunidades, a ideia de procriar não me apetece, o que não faz de mim um monstro, ou alguém insensível, pelo contrário. No dia do primeiro aninho do JP, a tia (mamãe da cute-cute Yasmin) ficou chocada quando ouviu minha resposta, após a clássica pergunta: "- E aí, quando terão o de vocês?" (referindo-se a mim e João)

A perplexidade dela se devia ao fato de que, do ponto de vista dela, eu seria uma ótima mãe. Quando fiz a exposição de motivos, ela mencionou que era uma posição egoísta, e que eu mudaria de ideia. Nem retruco mais - quem me conhece, sabe - porque desperdicei tempo e energia em demasia, tentando fazer com que as pessoas entendam que ter filhos não é uma imposição social, mas sim uma decisão que prescinde da mais absoluta das consequências: é irrevogável.

O fato é que ser tia, por laços consanguíneos ou não, é sensacional e isento dos dramas que permeiam a maternidade. Para algumas, pode até ser considerado uma espécie de test-drive; para mim, é só uma chance ímpar de doar afeto, promover cuidados e ser feliz. Eu não preciso me preocupar com dor de ouvido ou de garganta, febres que varam a madrugada, nada disso. Um tombo, um raladinho, um nariz entupido, é praticamente tudo o que uma tia se limita a observar.

Bom, mas a intenção do post era ressaltar o tamanho da minha felicidade em saber que, além da Isabella, teremos aí possivelmente o Rafael, e, se for confirmado, a Pietra ou o Luiggi. A lista da "tia Tati" tem outros pimpolhos, a exemplo do Guilherme, da Vitória, as afilhadas Vitória e Giovanna, o Luisinho (roubado descaradamente da tia-e-dinda, Lara, rsrsrs), e por aí vai.