Um belo dia você acorda, faz tudo sempre igual, quase como na música do Chico Buarque.
E de repente, sabe-se Deus por quais motivos, muda o foco, olha alguém de forma diferente. Permite-se viver, experimentar, ao invés de racionalizar desenfreadamente. Vai perdendo um medo aqui, outro acolá, sorri, chora, fica chateada, fica feliz, e a vida segue.
Outro dia, você lembra, enquanto escova os dentes ou toma café, que só se passaram 2 meses desde o [re]encontro. E se pergunta: encontro? Reencontro? Ri sozinha, invadida por uma sensação acolhedora.
Sim, você finalmente encontrou a pessoa que aceita as suas manias, e faz piada delas; alguém disposto não a mudar o que ou quem você é, mas tão somente o seu sobrenome. Ou nem isso. Uma criatura que estende a mão e convida a seguir junto, enfrentar os desafios, as situações que jamais pensaram que teriam de viver.
Chega a hora em que você percebe que cresceu, mudou, tem prioridades na vida que não passaram pela cabeça aos quinze anos, ou aos vinte, ou aos trinta. Vê-se tomando decisões ponderadas, respeitando a vontade do outro, dos outros ao redor. Faz contas, planos, projetos... mas em parceria, em conjunto.
Compreende que Deus sinalizou inúmeras vezes, só você não ouviu, ou se fingiu de surda. Agradece a bênção de ter aberto mão de algo que só parecia sólido, em detrimento de algo que foi construído sob alicerce bem fundado, projetado para suportar de um tudo.
Porém, o mais importante: cuida dessa relação como quem cuida de uma planta. Sábia e comedidamente, propicia meios para que cresça e se desenvolva sadia, plena, e resplandeça. E ainda que as ervas daninhas cresçam ao redor, com paciência e caridade, evita que causem danos.
Para sempre, todo dia.
S2
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