E eis que, no último dia 29, fechou-se o ciclo do primeiro ano de falecimento da minha sobrinha... tanta coisa aconteceu, desde o diagnóstico, até o falecimento e ritos fúnebres, que esses meses de maio e junho de 2013 foram pesados.
Ultrapassado o primeiro marco de dor, aproxima-se o segundo: dia 07 de julho, um ano sem vovô João.
Pode parecer estranho para quem lê, até um bocado insensível [depende da interpretação individual], o ato de lamentar mais a morte de um, que do outro. Só que eu vi o sofrimento do vovô, cuja saúde e independência foram cedendo espaço, nos últimos 10 anos, às múltiplas consequências do Mal de Parkinson, aliadas às debilidades senis mais comuns.
Ao longo de quase nove décadas de existência, vovô viveu plenamente, viu alguns dos netos terem filhos, presenciou tanta coisa... e próximo do fim, o corpo estava ligado a um sem-número de máquinas, cansado, mas que resistiu bravamente enquanto pode. Quem conviveu, sabe: aquilo não era salutar, de modo que a partida foi a solução de alívio, para ele, e para a família.
Quanto ao bebê, sem olvidar o sofrimento que experimentou, é impossível viver os dias sem imaginar como estaria, falando e correndo, crescendo, com aquela carinha abusada que só de lembrar, fico com os olhos marejados. Não há como olhar para o irmãozinho, atualmente com idade próxima à dela, à época do ocorrido, e não pensar em como seria a relação de ciúmes e aprendizado. A sensação de vê-lo crescer, e a cada dia mais se distanciar da figura da irmã falecida, é algo difícil de lidar. Letícia será um apanhado de fotos e doces lembranças dos parcos momentos de convivência; será um bebê, cuja existência foi meteórica e, ainda sim, transformadora. Mas será, para sempre, um bebê.
Em estando reunidos, as ausências [físicas] são sentidas com grande pesar: tia Tereza, vovô João e Letícia. Confortadas pela certeza de que, de alguma forma, continuam ao nosso lado, lembrando-nos de seus propósitos em nossas vidas.
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