A terapia ajuda, mas não faz milagres nem mágica. Por mais que eu consiga verbalizar uma série de coisas, ou ao menos externar através da escrita, há momentos em que todas as palavras me abandonam.
Percebo que já progredi, porém muito remanesce sem solução aqui dentro, cabeça e coração. O grito abafado, o choro contido, a palavra não proferida, tudo parece sacudir na ausência de gravidade, tal como os astronautas no espaço... de cá para lá, daqui para lá.
As dores físicas cessam, as cicatrizes ficam como vestígio do ocorrido, uma lembrança acerca do processo inevitável de evolução. As dúvidas sobre como não permitir que isso afete o todo, de modo a lançar tinta sobre as pinturas existentes, tão cheias de cor e vida, atormentam.
Quanto de amor é necessário para suplantar memórias e fantasmas?
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Suas ideias, muitas palavras...