Quem me conhece sabe: não tenho pretensões maternais. Só que o Universo conspira, e de uma forma bem sutil e compassada, vai encaixando na minha vida essa menininha chamada Alicia. Curioso como a figura tradicionalmente imposta da "madrasta" vai dissolvendo aos poucos, em nós, adultos. Sim, porque as crianças se dão ao luxo de ir testando, para então "emitir" um parecer sobre "a namorada do papai". Os adultos não, taxam logo e ponto!
Obviamente, há casos em que a criança é submetida a um processo cruel, que só tende a prejudicar a todos os envolvidos, em especial a própria criança. Dado o brilho no olhar, e todas as reações da "do cachinho" [apelido carinhoso que a mamãe deu a ela], creio que tive um pouco de sorte e não ganhei verrugas ou dedos tortos, tampouco caldeirão e vassoura, na visão dela. Para ela, eu sou "a tia Tati", "a namorada do papai", "a tia da Duda", "a mãe da Charlotte" (a.k.a. minha shih-tzu, por quem ela se derrete!).
Claro que não é preciso ser muito inteligente para compreender - até prova em contrário - que mãe é mãe. Meu papel não é de substituição, mas sim complementar. Isso porque João é um pai como poucos, então cabe a mim ser o suporte para que ele exerça as funções inerentes da melhor forma possível.
Ser "madrasta" não é sinônimo de vilania, pelo contrário! Há uma troca positiva de afeto e cumplicidade, de carinho e atenção reais, sempre no intuito de prover a ela meios para que cresça feliz, como deve[ria] ser. Eu resumiria numa palavra: dedicação.
Creio que quando a gente se relaciona com quem já tem filhos, rola uma espécie de "adoção mútua"... todo começo é complicado, eu sei. Mas com boa vontade, limites claros impostos ao "ex-par" com relação à temida e avassaladora "alienação parental", e generosas doses de paciência por parte de quem chega, funciona.
Eu garanto!
Eu garanto!
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