Há tantas ponderações sobre a porção intangível da minha vida, que possivelmente nem em três encarnações subsequentes eu seria capaz de [re]avaliar tudo. Os fatos falam por si, e não há como negar que a minha "programação" incluía isso.
Não sei dizer ao certo quando eu resolvi, só sei que finquei pé, e não fui demovida da ideia de ir contra o mundo para sustentar essa decisão. Lá pelas tantas, bem próximo da linha de chegada, eu quis parar e olhar a paisagem do caminho, recuperar o fôlego, mudar a rota, sei lá... eu só queria parar, desistir. Incentivada a prosseguir, rompi a faixa e venci a primeira etapa da corrida.
Ainda desnorteada, sem qualquer certeza sobre o que viria a seguir, eu me deixei conduzir pelo fluxo... o que para muitos era uma meta a ser atingida, uma questão de vida ou morte, para mim era só uma etapa a cumprir, pro forma. Creio que tenha sido nesse exato instante que eu senti o peso das expectativas alheias; de joelhos, sustentando o insustentável, percebi que não havia volta. E não houve, da fato. O rio segue para o mar, não é verdade?
Contudo, a matemática "divina" provou que dois-mais-dois-são-quatro, e o nome na lista chancelou o destino, aquilo de que eu [já] me dei conta de que nunca conseguirei escapar. São tantos chamados, incontáveis vozes, e a corrente segue presa ao tornozelo; não há como me desvencilhar daquilo que estava escrito.
Obviamente, e fitando a hipocrisia sorrindo enquanto escrevo essas linhas, nem tudo foi só sangue e ferida; há sorrisos nessa história, assim como espólios dessa guerra que perdura há 11 anos. Rego, diariamente, a esperança de que esse ciclo de expiação se encerre; ou que eu ressignifique tudo isso, e descubra um afeto escondido nos recônditos de minh'alma, vivendo todos os dias até o fim da vida, contente por não ter sido capaz de desistir.
Enquanto os ventos não mudam, eu agradeço a Deus; porque fé é isso, né? Crer naquilo que [ainda] não se vê.
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