quarta-feira, 31 de julho de 2013

Sobre não ser rato, não desistir, e adorar uma confusão

"I don't wanna be someone who walks away so easily
Eu não quero ser alguém que vai embora tão facilmente
I'm here to stay and make the difference that I can make
Estou aqui para ficar e fazer a diferença que eu puder fazer
Our differences they do a lot to teach us how to use
Nossas diferenças fazem muito para nos ensinar como usar
The tools and gifts we got yeah, we got a lot at stake
As ferramentas e os presentes que recebemos, sim, temos muita coisa em jogo"
(I won't give up - Jason Mraz)

Sou do tipo que só abandona o barco após um sem-número de sinalizações claras nesse sentido, e quando esgotadas todas as possibilidades. Creio - aliás, já discuti isso em algumas sessões de terapia - que isso tenha raízes na minha criação, na realidade em que cresci. Se é bom ou ruim, honestamente, sou suspeita para julgar.

Sei que já fiz planos, já construí castelos e sonhei ser salva do dragão (como diria a música que, perdoem-me, não sei se é de autoria de Ney Matogrosso, mas que está gravada na minha memória na voz dele), e o presente está aí para mostrar que não funcionou. Mas como sou brasileira (até no sobrenome), e não desisto nunca, cá estou, às portas da batalha épica da minha vida. Cheia de sonhos, de organogramas, de listas e afins. Tudo no campo das ideias, ok? O fantástico mundo de Bobby meu cérebro armazena teorias de conspiração, receitas, e inúmeros projetos de vida.

Voltando... 

O fato é que tomar decisões implica em fazer escolhas (ohhhh, descobri o Brasil, né?), e nem sempre são simples e fáceis. Não é mudar o criado-mudo de lugar, nem trocar o ponytail pela trança; é nível hardcore mesmo, tipo, mexer com vááááááárias pessoas, provavelmente obrigá-las a sair da zona de conforto. Já viu, né? Tô atrás de confusão braba. Mas quem seria eu - a louca - se não fossem as brigas homéricas, hein, hein?

Bom, mas o que eu quero dizer com esse post é que eu não vim aqui pra desistir agora (ok, ok, outro trecho de letra de música, dos Engenheiros, dessa vez). 

Vai ser punk? Sim! 
Vai causar problemas? Talvez. 
Vai me fazer feliz? Com certeza!

Então, meu senhor, comece a salvar aí your precious nickels, prepare a armadura mais resistente, que eu faço o mesmo daqui. E fique certo de uma coisa: tamo junto e misturado! kkkkkkkkkkkk

terça-feira, 30 de julho de 2013

Com licença, posso ser eu mesma?

Caramba! Sabe quando alguém vai lá e escreve sobre aquilo que você pensa, mas ou não desceu aos detalhes da coisa, ou simplesmente nunca externou. Pois é, a Lia Camargo fez isso num post... acabo de me sentir como na música do Milton Nascimento: "certas canções que ouço cabem tão dentro de mim que perguntar carece: como não fui eu que fiz?".

Em suma, o texto fala sobre as neuras relacionadas aos tais #projetos no Instagram... bom, quem não sabe muito bem do que estou falando, explico: há um sem-número de blogueiras (e agora, de anônimas também), arrebatando legiões de criaturas [provavelmente] de baixíssima estima, criando verdadeiros exércitos de fiscais de alimentação e peso alheios. A Lia Camargo é conhecidíssima pelo seu humor em hashtags do tipo #fiquecalmalia, ou #fiquemagralia, este especificamente quando posta delícias do tipo chocolate-quente com conhaque, ou o amado Kit-Kat. Tudo com ironia divina, adorável, leve, sabem?

Mas a internet - melhor dizendo, uma parcela de usuários - alterna comportamentos de cobrança, com carência em níveis patológicos. Daí que ela disse uma coisa certa: do meu peso, do meu corpo, cuido eu. Quem me conhece, sabe: eu não gosto do meu peso; mas sabe também que eu faço muito pouco para mudar essa realidade. Preciso ser honesta!

Só uma observação aqui, antes de prosseguir no raciocínio: eu cuido da alimentação, e deveria me preocupar mais com a saúde, no que tange aos exercícios... isso porque o tempo vai me cobrar a fatura dessa preguiça toda. Mas, confesso, quando chegar a hora, eu pago. Até o momento, não incomodou a ponto de me fazer mudar.

Eu acordo de segunda a sexta às 6h20, e durmo por volta das 23h, às vezes até mais. Saio de casa às 7h10, e só retorno às 19h. Quando estaciono o carro, entro em casa e chego ao quarto, todas as forças já se deram por esgotadas. Se ainda não tenho síndrome de burnout, devo estar bem próximo. Você acha, realmente, que eu tenho condições de me violentar, a ponto de sacrificar momentos de descanso, muitas vezes em companhia do amado, só para postar no Facebook, no Instagram?

Não, não mesmo! Eu prefiro ficar recolhida, desfrutar dos dotes culinários do meu namorado, a sair por aí postando no pain, no gain. Eu ganho mais sendo feliz como eu sou. Se quem se mata na academia é feliz assim, parabéns. Mas essa vida não é para mim. 

Já perdi muito tempo, muitas lágrimas, dando bola a quem estava mais preocupado com a bunda empinada, do que com o cérebro por trás da história. Prefiro ser feliz comendo brigadeiro de colher, deitada na cama, com a perna enroscada no meu culinarista preferido!

PS.: O link do post que mencionei é esse: http://www.justlia.com.br/2013/07/do-meu-corpo-cuido-eu/

Finalmente, adultos

Você descobre que cresceu quando consegue dizer a quem ama tudo aquilo que o incomoda, sem transformar a situação num drama mexicano, tampouco ferir de morte aquilo que se cultiva e deve ser preservado, sempre: respeito.

Creio que a gente, desde o princípio, esteja mantendo o campo e a mente abertos, de forma que nenhum assunto é proibido, ou tabu; igualmente, nem tudo vira D.R., no sentido pejorativo da expressão. Falar acerca dos incômodos, fazer observações sobre o que se vê (como expectador da situação, alguém de fora), discutir os rumos das individualidades, para permitir uma trajetória segura e serena à dualidade.

Dizer aquilo que poucos têm coragem, apontar falhas na condução das situações, não é tarefa fácil, é verdade. Mas só quem ama mesmo, e está disposto a dar a mão e dizer "vamos, eu ajudo, vai dar certo", consegue converter os contras, em prós. E, ao final, ambos ganham.

A relação entre dois adultos é magnífica, e isso eu, enfim, posso dizer com a convicção de quem já foi criança e adulta, em relações anteriores, sempre em descompasso com o outro. Sintonia de pensamentos, de propósitos, de sentimentos, é uma verdadeira conquista. Arrisco dizer que é uma bênção.

Somos namorados, parceiros, amigos. 
Que Deus nos conserve assim, sempre. 

segunda-feira, 29 de julho de 2013

As dificuldades e o passo na fé

"Quanto mais um homem se aproxima de suas metas, tanto mais crescem as dificuldades." 
J. W. von Goethe

É nessa vibe que a semana começa... porque, de fato, muita coisa tem dado errado, para me tirar do caminho. Quer dizer, se eu bem observar, em verdade os últimos acontecimentos parecem ter servido de tesoura, com vistas ao rompimento do cordão umbilical. 

Claro que amadurecer pressupõe fazer escolhas conscientes, e as que tenho feito podem parecer fora de propósito, só que são, na realidade representam, a quebra dos grilhões. Chega de "é assim porque tem que ser assim"; não, comportamentos abusivos não se justificam, são inaceitáveis, venham de quem vier... se com amigos, colegas e desconhecidos, adotamos um padrão de tolerância, porque amainar quando envolve relações de parentesco?

Confesso que, mesmo idealizando o momento da nova jornada, havia lá no fundo um temor de que sentiria falta, ou que n'algum momento, eu pudesse me arrepender da escolha; daí que nada ocorre ao acaso, e os capítulos lastimáveis serviram para fomentar as certezas, em detrimento das dúvidas e receios. Quem eu julgava necessitado de apoio e suporte, mostrou-se forte a ponto de não precisar de mim para nada (ao menos, foi essa a demonstração).

Então, só posso creditar tamanha pressão, de tantos lados, ao fato de que, como diria João, ao fato de que estamos a ponto de mudar de fase. Como a frase que vi no filme "O Homem de Aço": "Às vezes é necessário dar um passo na fé primeiro. A confiança vem depois."

É isso, estamos dando o passo na fé. 

terça-feira, 23 de julho de 2013

Eu não sei

Quem nessa vida nunca teve de resistir aos impulsos de atirar a toalha, chutar tudo para o alto, virar as costas e sair? Pois bem, não é para quem quer, é para quem pode. 

Eu não posso, nunca pude, na verdade.

Alguns dirão que eu não sou árvore, não estou plantada, e que basta querer; em resposta, tenho a dizer que as contas a pagar, os compromissos, são raízes bem profundas... coisas da fase adulta.

Quando a situação está bem adversa - para não dizer caótica mesmo - confesso que gostaria de saber por que raios resolveram queimar sutiãs e exigir direitos iguais... por acaso são iguais? Ou será que essa estupidez só nos causou ainda mais transtornos? 

Pondero que a mulher saiu de casa para  trabalhar feito homem, ganhar menos, e ainda ter de dar conta, em poucas horas, de tudo aquilo que ela faria ao longo de um dia inteiro... subtraindo horas de sono, somando preocupações, muitas vezes sem ter com quem dividir. Sim, porque as mesmas mulheres que reclamam, criam seus rebentos-machos para perpetuar a ideia de que há tarefas masculinas e tarefas femininas...

Não me entendam mal quando digo essas coisas... claro que há exceções, em relação a tudo o que mencionei aqui... há mulheres que não nasceram para as tarefas domésticas, assim como há homens que são um primor no trato com a casa, os filhos e afins. 

O post é um desabafo, de uma mulher cansada (ou melhor, exaurida) de tentar competir no mundo corporativo, de igual para igual; de alguém que se flagra pensando se não seria mais produtiva acaso trabalhasse por hobby, não por obrigação ou necessidade. De um ser humano que, definitivamente, não sabe mais o que fazer para ser feliz.

Nem sabe o que fez para não conseguir o que tanto almeja...

sexta-feira, 19 de julho de 2013

O primeiro ano das nossas vidas

Eis que hoje, outro ciclo se fecha; mas para o bem, e rumo ao futuro. Sim, há 365 dias, ouvi um sonoro "eu preciso dizer uma coisa", e tremi por dentro, por sinal, todos os meus medos, todas as experiências mal sucedidas, tudo chacoalhou em segundos... até que saí do inferno para o céu, com duas ou três frases e uma pergunta: "quer namorar?"

Na comédia da minha vida, claro, antes do "sim", houve uma baita chamada de atenção sobre a forma como ele havia introduzido a situação. Passado o susto, eu decidi ser feliz.

E quem acompanha o blog, o Facebook, e mais recentemente, o Instagram, sabe que a vida pode ser dividida em "experiências anteriores" e "nós". Pode parecer piegas, batido, mas o fato é que eu realmente estou convicta de que atravessei desertos, enfrentei tormentas, e justamente por isso fui recompensada. 

Sinto muito frustrar o leitor com a notícia de que não, não é um conto de fadas... passa ao largo, por sinal. As princesas da Disney não tinham que lidar com 1/3 dos problemas que as mulheres de carne e osso enfrentam; e eu não sou diferente. Aliás, o relacionamento sem máscaras, franco, tem dissabores... não são apenas dois: são as famílias, o passado de cada um, e dois baús de traumas, medos, valores, manias. O diferencial é justamente como a gente escolheu lidar com tudo!

E, vamos combinar, não temos reinos que sustentem nosso modo de vida... então a gente rala e corre atrás, incansavelmente. Tudo em prol dos planos e da decisão, consciente, que tomamos desde o começo do relacionamento. Ninguém está aqui para brincadeiras, sinto muito informar. 

O top-top da coisa é a parceria, não importa o que seja, de trabalho a decisões bobas... a opinião é levada em conta. Estar lá é outro diferencial... de diligências em delegacias, a aniversário-do-cachorro-da-cunhada-do-primo... afinal, estar num relacionamento pressupõe presença, e não lembrança. 

Enfim, hoje começa um prazo invertido... ao invés de contar os meses para o primeiro anos, a contagem passa a ser regressiva. 

João, obrigada por estar aqui, por ser quem é, por trazer amor, carinho, cumplicidade... e um punhadinho de caos, para animar os dias, rsrs. E me aceitar como sou...

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Staying alive

Quando eu era criança, achava o máximo ficar dentro da rede, e pedir que alguém sacudisse em todas as direções; era divertidíssimo, a sensação de ser "pipoca". Só que eu cresci, e o sacolejo todo agora passa muito longe da diversão. Até porque é a vida, e não um tio querido, que está promovendo esse caos.

Duas searas estão me atormentando, de modo que não há mais paz, nem território neutro. O campo, aonde eu estiver, é sempre árido e sem perspectivas. Não tenho dormido, tenho sido vencida pela exaustão. Não sou eu, mas tão somente um espectro de quem fui, um dia. Verdade seja dita: uma vida em preto e branco.

Não há um só momento do dia em que eu não peça ajuda a Deus para atravessar os caminhos inóspitos, e, dependendo, a sensação é de estar dentro de um aquário, com uma centena de serpentes venenosas se enroscando entre si, e nas minhas pernas. A única solução de sobrevivência é permanecer imóvel.

Deve haver um propósito para tanta desordem, tanta insegurança e incerteza. Eu só queria enxergar!

PS.: Carol, se você estiver lendo esse post, saiba que ainda compartilhamos da mesma sensação descrita num post que você comentou, láááááááá atrás.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Inconveniente

Olhos curiosos me incomodam profundamente. 

Há alguns dias, tenho sido "alvo" de uma criatura que, honestamente, ou está "fiscalizando" (e sobre isso, falarei a seguir...), ou está me paquerando descaradamente. Comentei com amado os diversos episódios ocorridos, e o meu constrangimento. Na boa, enche o saco!

Como disse uma amiga querida, não há parâmetros para a "fiscalização", já avaliações somente seriam possíveis se advindas de quem tenha formação nas duas áreas. Daí, sobra a opção que o próprio João julga ser a mais adequada ao caso: o flerte. About this, two words: me poupe!

Vida que segue...

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Enquanto não acontece...

...a gente reza pedindo serenidade para não fraquejar.

Se eu pudesse perguntar à menina que fui, aos 10, 15 e 18 anos, certamente a resposta para a pergunta "como você se vê, profissionalmente falando, aos trinta?" seria algo diametralmente distinto da realidade. 

Houve uma época em que eu quis ser odontóloga, mas desisti em seguida, quando descobri que desmaio quando vejo sangue. Prestei vestibular para jornalismo - e quase mato minha mãe de desgosto - mas não fui aprovada. Cursei o primeiro semestre de Serviço Social, juntamente com o Direito, e em meados de junho daquele ano, percebi que não era a minha praia... concluí Direito.

Hoje, aos 32 anos, nem de perto me aproximo daquilo que imaginei para mim, quando deixei os bancos da faculdade. Vou privar o leitor da descrição aqui de um sem-número de frustrações ligadas à profissão, pois creio que isso não acresça, somente subtraia. 

Mas há uma coisa demasiado curiosa acerca do que imagino que deva acontecer, num futuro próximo... eu acredito na possibilidade de ver meu trabalho reconhecido e devidamente remunerado à altura. Não me pergunte como, nem porquê, pois não sei explicar de onde vem essa certeza. Talvez seja só a fé num amanhã melhor, quem sabe...

Enquanto esse amanhã não chega, enfrento tormentas que parecem não ter fim. Será um teste de resistência, de sobrevivência? Como não obtenho as respostas, mesmo perguntando diuturnamente, sigo rezando e pedindo forças para não desistir. 

E você, que me lê, já parou para pensar nisso tudo?

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Escrevendo sobre a dor, para aprender a lidar com ela

E eis que, no último dia 29, fechou-se o ciclo do primeiro ano de falecimento da minha sobrinha... tanta coisa aconteceu, desde o diagnóstico, até o falecimento e ritos fúnebres, que esses meses de maio e junho de 2013 foram pesados.

Ultrapassado o primeiro marco de dor, aproxima-se o segundo: dia 07 de julho, um ano sem vovô João. 

Pode parecer estranho para quem lê, até um bocado insensível [depende da interpretação individual], o ato de lamentar mais a morte de um, que do outro. Só que eu vi o sofrimento do vovô, cuja saúde e independência foram cedendo espaço, nos últimos 10 anos, às múltiplas consequências do Mal de Parkinson, aliadas às debilidades senis mais comuns. 

Ao longo de quase nove décadas de existência, vovô viveu plenamente, viu alguns dos netos terem filhos, presenciou tanta coisa... e próximo do fim, o corpo estava ligado a um sem-número de máquinas, cansado, mas que resistiu bravamente enquanto pode. Quem conviveu, sabe: aquilo não era salutar, de modo que a partida foi a solução de alívio, para ele, e para a família.

Quanto ao bebê, sem olvidar o sofrimento que experimentou, é impossível viver os dias sem imaginar como estaria, falando e correndo, crescendo, com aquela carinha abusada que só de lembrar, fico com os olhos marejados. Não há como olhar para o irmãozinho, atualmente com idade próxima à dela, à época do ocorrido, e não pensar em como seria a relação de ciúmes e aprendizado. A sensação de vê-lo crescer, e a cada dia mais se distanciar da figura da irmã falecida, é algo difícil de lidar. Letícia será um apanhado de fotos e doces lembranças dos parcos momentos de convivência; será um bebê, cuja existência foi meteórica e, ainda sim, transformadora. Mas será, para sempre, um bebê.

Em estando reunidos, as ausências [físicas] são sentidas com grande pesar: tia Tereza, vovô João e Letícia. Confortadas pela certeza de que, de alguma forma, continuam ao nosso lado, lembrando-nos de seus propósitos em nossas vidas.